BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result
No Result
View All Result
BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result

doutorandos da UFRJ preparam cotistas para o mestrado

BRCOM by BRCOM
setembro 28, 2025
in News
0
Aula do preparatório para o mestrado na Escola de Comunicação, em 2024 — Foto: Arquivo pessoal

Um grupo de estudos gratuito vem abrindo caminho para que estudantes negros, pardos e de baixa renda ocupem a pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras instituições. Criado em 2024, o projeto de doutorandos da Escola de Comunicação (ECO) prepara dezenas de candidatos para processos seletivos de mestrado. O foco está nos três programas da UFRJ na área de Comunicação, mas outros 11 editais também ganharam atenção, como o da Uerj.

  • Dois meses após incêndio: restaurante japonês reabre em dois meses no Leblon, com ajuda de clientes e amigos
  • Catete, Largo do Machado, Flamengo: por que chefs estão investindo neste pedaço da Zona Sul

Este ano, foram 42 alunos, dos quais 35 seguem no processo seletivo. O grupo oferece acompanhamento individual para a construção dos projetos de pesquisa e aulas que cobrem toda a bibliografia exigida.

— Chamamos de grupo de estudo para não confundir com cursinho. O preparatório, geralmente, é comercial, e o nosso é 100% voluntário. Não tem grana rolando em esfera nenhuma — explica Luciano Olivieri, um dos idealizadores da iniciativa.

Conteúdo:

Toggle
  • Nenhum cotista foi aprovado em 2023
  • A periferia conquista espaço na ECO
      • doutorandos da UFRJ preparam cotistas para o mestrado

Nenhum cotista foi aprovado em 2023

A ideia surgiu após o processo seletivo de 2023/2024 do Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC), que reservava 25% das vagas para cotistas, mas não aprovou nenhum candidato negro ou pardo. As vagas ficaram ociosas. Na época, Olivieri, atual doutorando da ECO, era representante discente e decidiu agir.

— Isso causou uma tristeza profunda, e a gente resolveu fazer alguma coisa para não normatizar essa situação — recorda. — A cota é o que tem de mais revolucionário na universidade pública. Cota não é ter pena, é saber que educação transforma a vida do pobre.

O projeto começou a tomar forma em julho do ano passado. Olivieri contou com apoio institucional da professora Inês Maciel, única docente negra do PPGMC à época, e de Arlete Nery, também doutoranda da ECO e que já havia organizado outros preparatórios. Em agosto, conseguiram um espaço no campus da Praia Vermelha e realizaram a primeira aula. Ao longo do ano, nove alunos chegaram a prestar seleção, e seis foram aprovados, número suficiente para preencher as cotas étnico-raciais.

— Naquela quarta-feira, apareceram 17 pessoas. Quando eu vi que estava numa turma só de negros e que eu era o branco da jogada, isso mexeu com o meu paradigma de uma forma muito profunda. Até me emociono — conta.

Aula do preparatório para o mestrado na Escola de Comunicação, em 2024 — Foto: Arquivo pessoal

A periferia conquista espaço na ECO

Em 2025, apenas Olivieri e Arlete tocam o projeto. Por outro lado, cresceu tanto o número de alunos quanto o de programas contemplados. Para dar conta da demanda, mestrandos e doutorandos voluntários — muitos deles cotistas — passaram a assumir parte das aulas ministradas e a acompanhar a elaboração dos projetos.

Apesar das conquistas, o doutorando reconhece que ainda há um longo caminho até que a universidade reflita a diversidade da sociedade brasileira.

— A gente tem a presença de cotistas nos mestrados de Comunicação, e isso é uma vitória. Mas ainda não conseguimos ter metade branca e metade não branca, como seria representativo da população — pontua.

O que move o projeto, segundo ele, é o compromisso em “empretecer a universidade, trazer o pobre, mostrando que esse é um lugar que ele também pode habitar”.

Entre os candidatos que encontraram no grupo de estudos um caminho para disputar o mestrado está Richardison Barros, de 26 anos, morador de Magé, na Baixada Fluminense. Jornalista formado pela UFRJ, agora ele mira na pós-graduação.

O doutorando Luciano Olivieri e o aluno Richardison Barros, em cerimônia de colação de grau — Foto: Arquivo pessoal
O doutorando Luciano Olivieri e o aluno Richardison Barros, em cerimônia de colação de grau — Foto: Arquivo pessoal

— A ideia de prestar o mestrado sempre esteve no meu coração. Desde que escolhi o Jornalismo, em 2014, queria entrar para a academia, queria ser professor — conta.

Barros admite que demorou a se reconhecer dentro da universidade:

— Sempre questionei o meu lugar na pós-graduação, porque eu venho de um território onde as vozes são muito abafadas. Eu não achava que a universidade era o meu lugar. Com o tempo, com a força do querer, fui entendendo que meu lugar é onde eu quiser estar, e que com disciplina, esforço e sabedoria eu posso chegar.

Ele afirma que o grupo o ajudou a enxergar o seu potencial como pesquisador mesmo antes da prova.

— Estar em contato com uma galera diversa, compartilhando vivências e conhecimento, é muito gratificante — reforça Barros.

*Esta reportagem foi publicada no especial Educação do GLOBO-Zona Sul de 27/09

doutorandos da UFRJ preparam cotistas para o mestrado

Previous Post

Hoje é Dia destaca Outubro Rosa, dia dos idosos e proteção aos animais

Next Post

Encontro em BH reforça relevância de diálogo entre poder público e setor produtivo

Next Post
Encontro foi promovido pela Fecomércio MG, principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo do estado. — Foto: Divulgação

Encontro em BH reforça relevância de diálogo entre poder público e setor produtivo

  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.

No Result
View All Result
  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.