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DPU denuncia ilegalidade da “gratificação faroeste” aprovada na Alerj e pressiona Castro a vetar projeto que premia policiais por confrontos letais

BRCOM by BRCOM
setembro 30, 2025
in News
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Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro — Foto: Willian Volcov / Valor

A Defensoria Pública da União (DPU) denunciou, nesta segunda-feira (29), a ilegalidade do projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que prevê gratificação a policiais civis por “neutralização de criminosos” em operações policiais. No ofício enviado ao governador Cláudio Castro (PL), a instituição afirma que a medida estimula confrontos letais, viola a Constituição Federal, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e determinações da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

  • Castro analisa vetar ‘gratificação faroeste’ aprovada na Alerj em meio a pressões jurídicas e fiscais
  • MPF aponta três inconstitucionalidades em ‘gratificação faroeste’ aprovada pela Alerj

Segundo o documento obtido pelo GLOBO e assinado pelo defensor regional de direitos humanos Thales Arcoverde Treiger, o termo “neutralização” é impreciso e por si só fere a dignidade da pessoa humana:

— Pessoas não são ‘neutralizadas’, mas sim são mortas ou feridas, havendo exclusão, ou não, da ilicitude em razão da necessidade de preservação da vida ou da segurança de inocentes.

Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro — Foto: Willian Volcov / Valor

A DPU lembra que iniciativa semelhante vigorou entre 1995 e 1998, quando os homicídios decorrentes de intervenção policial cresceram significativamente no estado. À época, a bonificação ficou conhecida como “gratificação faroeste”.

“Além da notória violação da iniciativa exclusiva de leis desta natureza, que devem ter início não no Parlamento, mas no próprio Executivo, o dispositivo legal viola as boas práticas para o enfrentamento à criminalidade, gera tendência ao aumento de mortes por intervenção policial e cria sérios embaraços administrativos para a sua implementação“, diz trechos do ofício.

Fontes ligadas ao Palácio Guanabara afirmam que Castro discute reservadamente com aliados a possibilidade de vetar a proposta, aprovada no dia 23 como emenda ao projeto de reestruturação do quadro permanente da Polícia Civil. O texto prevê gratificação de 10% a 150% sobre o salário em caso de apreensão de armas de grande calibre ou “neutralização” de criminosos — termo entendido, na prática, como morte.

Segundo interlocutores, pesa na decisão o risco de desgaste político e de questionamentos judiciais. A análise ocorre em meio à posse do ministro Edson Fachin na presidência do STF, que em 2020 foi responsável por decisão que restringiu operações policiais durante a pandemia, na ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.

A movimentação da DPU soma-se à de outros órgãos. Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) já havia notificado o governador sobre inconstitucionalidades do texto. O procurador da República Júlio José Araújo Júnior, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ), apontou três pontos principais: vício de iniciativa, descumprimento da decisão do STF na ADPF 635 e violação do direito fundamental à segurança pública.

— Na contramão dessa perspectiva, a evocação da letalidade policial como fator de promoção da segurança pública carece de qualquer comprovação, além de gerar efeitos contrários ao prometido — destacou o ofício.

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  • Obstáculos à implementação
      • DPU denuncia ilegalidade da “gratificação faroeste” aprovada na Alerj e pressiona Castro a vetar projeto que premia policiais por confrontos letais

Obstáculos à implementação

Interlocutores do governo lembram ainda que o Rio está submetido ao Regime de Recuperação Fiscal, que impede a criação de novas despesas, e que já existe premiação por apreensão de armas em vigor. Também citam o Sistema Integrado de Metas, que orienta a política de segurança priorizando a redução da violência, em vez de estímulos à letalidade.

Apesar da pressão, aliados próximos pedem cautela antes de apostar no veto. Eles lembram que Castro já adotou posições consideradas imprevisíveis em episódios recentes, como a exoneração do ex-secretário Washington Reis, anunciada pela Alerj e depois confirmada pelo próprio governador.

Parlamentares que apoiaram a gratificação argumentam que a medida não tem como objetivo incentivar mortes, mas sim “reconhecer policiais que, no exercício da função, arriscam a própria vida no combate ao crime”.

O GLOBO mais uma vez procurou oficialmente o governo do estado para comentar a possibilidade de veto, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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