O influenciador Vitor Vieira Belarmino está foragido desde julho do ano passado, quando atropelou o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, que havia se casado horas antes de ser atingido pelo carro, na Avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes. Nesta sexta-feira, Vitor veio a público pela primeira vez, numa entrevista à TV Record: ele nega que tenha consumido bebidas alcoólicas no dia do ocorrido e relata que Fábio e a mulher, Bruna Villarinho Kikuta, atravessaram as pistas da orla em um “ponto cego”, enquanto seu carro ultrapassava uma motocicleta.
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— Fiz de tudo para evitar. Eu não atropelei, eu não peguei o carro, perdi a direção e o atropelei: ele entrou na frente do meu carro, eu desviei, saí da frente dele e ele caiu em cima do meu carro. Isso é claro nas imagens — disse Vitor à Record. — Decretaram a prisão em cima de uma bebida que era de uma amiga minha, não era minha: tinha, sim, bebida no carro, mas claramente em todas as imagens mostram que essa bebida era da Amanda, da minha amiga, não era minha.
Vitor Belarmino, no entanto, fugiu sem prestar socorro. No seu carro, uma BMW branca, ele estava acompanhado por seis mulheres. Uma delas, de 20 anos, contou à polícia que estava comemorando o aniversário em um condomínio perto da Praia do Recreio, quando por volta das 23h, foi junto a uns amigos dar uma volta pela orla no carro do influenciador. A jovem, que sentou no banco do carona, contou que viu Vitor “desviar de um carro” e acertar Fábio na via. As mulheres foram deixadas a poucos metros do local do crime, enquanto Vitor fugiu com o automóvel.
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A investigação concluiu que o motorista dirigia o veículo em velocidades que variaram entre 109 km/h e 160 km/h no trecho da Avenida Lucio Costa anterior ao atropelamento. Além disso, a polícia afirma que, se Vitor estivesse trafegando na velocidade permitida da via, 70 km/h, teria condições de frear o carro antes do impacto. Na entrevista desta sexta-feira, em que usava camisa branca e falou diante de uma parede branca, o influencer afirmou que é comum que os motoristas circulem em velocidades acima do permitido na via, alegando ainda que o “índice de assalto ali é grande. Lamentando a morte do fisioterapeuta, Vitor diz que “está preso em casa” por algo que alega nunca foi sua intenção ter causado.
— Eu sei o quanto eu fiquei abalado com isso. A primeira coisa que fiz quando cheguei no local seguro foi orar para que nada de mal tivesse acontecido. Eu errei, sim, em ter evadido do local, mas eu estava em total desespero no ambiente — afirmou Vitor, que relata que pediu para uma amiga ligar para o socorro, enquanto ele iria “procurar um advogado para provar tudo” que tinha visto. — Fiquei desesperado por conta de um episódio recente em que eu fui agredido, espancado, roubado e os causadores disso não foram nem intimados.
De acordo com o Banco Nacional de Mandados de Prisão, Vitor Belarmino está foragido, com dois mandados de prisão pendentes, por homicídio e omissão de socorro. Um, de julho, quando ocorreu o atropelamento, e outro de setembro.