Quem pensa no Rio de Janeiro imagina logo sol, calor e praia — e nem precisa ser só no verão. No entanto, há um projeto que promete esfriar os ares, fazendo as temperaturas baixarem de 40°C para 20°C negativos. A proposta de fazer até nevar na cidade é do empresário colombiano Andrés Orozco, que já levou a empreitada para 20 cidades brasileiras através de parques gelados itinerantes.
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Segundo ele, o plano é inaugurar o Wonderland Park em dezembro de 2026. Esta será a primeira vez que o empreendimento ganhará um endereço fixo, embora ainda não esteja definido. Fazendo mistério, Orozco que diz que será um espaço na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste, ou num bairro na Zona Sul.
O grupo responsável pelo novo parque é o mesmo à frente do Ártico Neve e Gelo, que, em 2022, era o maior indoor de neve e gelo do continente, segundo os produtores, quando foi montado por três meses no Riocentro, na Barra Olímpica. Parte dessa experiência pode estar no novo projeto, e ampliada.
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O Wonderland Park deve ocupar uma área de 20 mil metros quadrados. Serão quatro setores principais, explica Andrés Orozco, CEO do novo empreendimento: o Ice Kart — pista de kart em gelo, numa mistura de carrinho de bate-bate, sendo a primeira da América Latina; Bar de Gelo — onde o público poderá beber drinques e ter uma experiência dentro de iglu; Cidade de Gelo — uma área de 5 mil metros quadrados de neve e esculturas assinadas por artistas internacionais especializados, como os que participam do Festival Internacional de Esculturas de Gelo e Neve de Harbin, na China; e área com infláveis gigantes, circuitos de aventura e atrações familiares.
— Sou colombiano, da cidade de Medelín, e cheguei ao Brasil há oito anos. Sempre trabalhamos com parque de diversão ligado a shows, mas com foco nos de neve, modelo que começou em 2013. Passamos por Colômbia, Panamá, Equador e Peru durante 5 anos e, em 2018, trouxemos o primeiro projeto de neve para o Brasil, sempre no modelo itinerante, com uma pausa por dois anos durante a pandemia de Covid-19 — conta Orozco.
Os investimentos iniciais, prevê o CEO, devem alcançar R$ 150 milhões. Entre as apostas está a compra de equipamentos de última geração totalmente elétricos, capazes de fazer nevar sem uso de combustíveis. Ao menos 80% serão importados dos Estados Unidos e da Itália.
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— A diferença das nossas áreas de neve e gelo é simular às condições climáticas de ambientes onde neva. A temperatura fica entre -15°C e -20°C, e simulamos como se fosse uma chuva: está muito frio e começa a chover, então, a partícula de água vai virando neve por essas condições do ambiente. O evento tem um pé direito entre 8 e 12 metros. Falamos que é neve de verdade. Simulamos as condições climáticas, e a formação se faz naturalmente — destaca o empresário.
Diferentemente de parques tradicionais, afirma Andrés Orozco, o espaço de gelo pode ser modificado com o passar do tempo, tendo novas esculturas esculpidas por artistas e estruturas remodeladas, como o desenho da pista de kart. As experiências são também uma aposta, como ter a chance de entrar num iglu (construção de bloco de gelo feita pelos esquimós, populãao de regiões árticas).
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— O esquimó constrói o iglu e faz a fogueira dentro. Externamente é um ambiente de até -40°C, mas dentro está entre 12°C e 14°C. É um atrativo tanto para morador como para turista, que vai conseguir tomar drinque e até assar marshmallow na fogueira em pleno Rio de Janeiro — adianta o CEO.
Ainda sem endereço certo, a ideia é que as obras comecem ainda em dezembro deste ano, para a inauguração em um ano:
— Levamos um ano nesse processo de engenharia e de estudo financeiro, e estamos aguardando a entrega final do projeto. Depois, tomamos a decisão sobre onde será instalado.
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A escolha da cidade do Rio não foi para aliviar o calor para moradores e visitantes. O potencial turístico foi determinante para selar o destino do Wonderland Park. A projeção é de receber cerca de três milhões de visitantes anualmente, com pico de procura nos meses de alta temporada, como férias escolares e fim de ano.
— Pelo potencial incrível, é o paraíso. A gente acredita que vai decolar e ser uma experiência de nível mundial — diz Orozco.
O parque ainda vai contar com uma área de cerca de oito mil metros quadrados aberta ao público, sem custo de entrada, numa proposta inspirada no Downtown Disney, com restaurantes, espaço temático e estruturas gratuitas de experiência com parceiros.