O empresário Dan Ioschpe foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o Campeão de Alto Nível do Clima da COP30, em Belém (PA). A escolha foi anunciada nesta quarta-feira no Palácio do Planalto. Na função, com mandato de dois anos, Ioschpe fará o elo entre as iniciativas sustentáveis do setor privado com os compromissos estabelecidos pelos governos. No posto, ele tentará engajamento diferentes setores na ação climática global para a implementação do Acordo de Paris.
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Ioschpe integra os conselhos de administração da WEG, da Marcopolo e da Embraer. O empresário também é presidente do conselho de administração da Iochpe-Maxion e um dos vice-presidentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Enquanto o Brasil presidiu o G20, em 2024, Ioschpe liderou o Business 20 (B20), um fórum que também é feito para fomentar o diálogo entre a comunidade empresarial e os governos do grupo.
“Espero poder apoiar a presidência da COP30 no avanço da ação climática, incluindo a transição energética, fundamental para o desenvolvimento socioeconômico ao redor do mundo e ainda mais importante para o Brasil, dado o seu potencial para a aceleração desta agenda. Sempre integrando o maior número possível de agentes da sociedade, capturando as diferentes iniciativas e oportunidades”, afirmou Ioschpe.
O escolhido como Campeão de Alto Nível do Clima tem a atribuição de liderar os esforços de ampliação e fortalecimento das ações climáticas voluntárias, iniciativas e coalizões para a implementação do Acordo de Paris, para conter o aquecimento global e combater as mudanças climáticas. O cargo foi criado em 2015, na COP 21, que aconteceu em Paris, na França, com a finalidade de incentivar ações climáticas ambiciosas de cidades, regiões, empresas, investidores e outros atores da sociedade civil.
“Com a escolha de Dan Ioschpe como Campeão de Alto Nível, a equipe da presidência da COP30 se fortalece de maneira significativa. Assim como demonstrou no G20 durante a presidência brasileira, Ioschpe poderá agora contribuir de forma extraordinária para conjugar as prioridades brasileiras para a COP 30 e a ação do setor privado”, disse o embaixador André Corrêa do Lago, presidente-designado da conferência em Belém.
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A escolha de Ioschpe foi elogiada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A entidade considera que a nomeação “fortalece a conexão entre o setor privado e as políticas climáticas”. Para a CEBDS, a escolha, que exige habilidade na promoção do diálogo entre diferentes atores, contribuirá para o avanço da agenda do desenvolvimento sustentável.
“Dan Ioschpe tem uma trajetória consistente no setor industrial e mostrou, à frente do B20, durante a presidência brasileira do G20 em 2024, sua capacidade de articular diálogos entre líderes empresariais e governamentais em fóruns internacionais. Essas experiências são essenciais para impulsionar compromissos concretos e escaláveis durante a COP30, que promoverão maior integração entre o setor produtivo e as iniciativas climáticas globais”, afirmou Marina Grossi, presidente do CEBDS.
Além do campeão de alto nível do clima, a COP30 terá o jovem campeão climático. A Secretaria Nacional da Juventude, da Secretaria-Geral da Presidência da República, lançou um edital e selecionou 24 candidatos entre os 153 inscritos. Os pré-selecionados estão em avaliação pela Presidência da COP30, e o escolhido deverá promover e facilitar a participação jovem na ação climática.
Nesta quinta-feira, o GLOBO publicou uma reportagem com tudo o que você precisa saber sobre a COP 30, com informações sobre o que é a conferência e para o que ela serve, além de quem participa, como funciona, quais são as expectativas e prioridades para a edição deste ano, e entre outros tópicos.
A trigésima edição da Conferência das Partes (COP) acontece em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro, mais de 30 anos após a Rio-92, que foi a pedra fundamental para a criação das COPs. Desde o início das negociações, o governo brasileiro deixou claro o desejo de levar a conferência internacional para a Amazônia, um dos ecossistemas mais importantes para a regulação do clima no mundo, e cuja preservação é a principal marca da política ambiental da gestão Lula.