Várias regiões da Espanha estavam, neste sábado, sob alerta laranja — o segundo mais alto — devido às altas temperaturas previstas com a chegada da primeira onda de calor do verão, que pode atingir até 42 ºC em algumas áreas, segundo a Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (Aemet).
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O pior momento da onda de calor é esperado inicialmente para domingo e, com maior incerteza, na segunda-feira, quando os termômetros podem ultrapassar os 40 ºC no sudoeste do país e em algumas regiões do nordeste.
“Espera-se que os 42 ºC sejam superados nas áreas ao redor dos rios Guadalquivir, Guadiana e Tejo, sem descartar valores semelhantes no vale do Ebro”, informou a Aemet no aviso especial emitido na sexta-feira, destacando principalmente essas regiões da Andaluzia, Extremadura, Aragão e interior da Catalunha.
A forte sensação de calor também é intensificada pela temperatura do mar nas costas da Península e das Ilhas Baleares, que “ultrapassa os 26 ºC — um recorde para esta época do ano, típico de meados de agosto”, destacou a Aemet em sua conta oficial na rede X.
A elevação das temperaturas levou o Ministério da Saúde a classificar algumas regiões, especialmente no norte e nordeste, como de alto risco para a saúde, devido a registros excepcionalmente altos para os padrões locais.
A Proteção Civil recomendou à população que limite a exposição ao sol, beba água com frequência, preste atenção especial a grupos vulneráveis como crianças e idosos, e reforce medidas de prevenção para evitar incêndios florestais.
No verão de 2024, estimou-se cerca de 2.011 mortes atribuídas às ondas de calor em nível nacional, segundo cálculos do Ministério da Saúde da Espanha, baseados em cruzamento de diferentes variáveis e projeções estatísticas.
Quase 90% dessas mortes ocorreram entre pessoas com mais de 75 anos e mais de 60% delas se deram no mês de agosto, conforme relatório do Ministério, que aponta o verão de 2024 como o sexto, desde 2015, com mais mortes provavelmente relacionadas a esses fenômenos.
Na Espanha — país europeu na linha de frente das mudanças climáticas — os últimos três anos foram os mais quentes da série histórica, com diversas ondas de calor e recordes de temperatura.
Cientistas vêm alertando há anos sobre o impacto das mudanças climáticas nas ondas de calor, secas e outros fenômenos meteorológicos extremos, cada vez mais intensos e frequentes.