O empresário João Ricardo Rangel Mendes, de 45 anos, preso na sexta-feira (25/04), admitiu à polícia que furtou as obras de arte e também descartou um quadro e a carteira de um arquiteto durante a fuga. Em seis horas, ele furtou dois quadros e três esculturas no Hotel Grand Hyatt e tentou levar duas obras de arte e a carteira de um arquiteto no Casa Shopping, ambos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
No mesmo dia dos furtos, João Ricardo, fundador do Hotel Urbano — que depois se tornou o Hurb —, foi preso em flagrante por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), em sua casa, localizada em um condomínio de luxo no mesmo bairro. Sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada neste domingo (27/04).
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O ex-CEO passou duas vezes no mesmo hotel para furtar objetos de arte, às 2h30 e por volta de 8h da última sexta-feira. Entre as duas idas, ele esteve no escritório de um arquiteto — que pediu para não ser identificado — no Casa Shopping. Disfarçado com uniforme de operário, fingiu para a recepcionista que estava realizando manutenção elétrica. Ao ser questionado, pediu informações sobre onde ficava uma tomada de 220 volts e deixou o local.
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Desconfiada, a atendente ligou para o dono do escritório de arquitetura, que confirmou não ter agendado nenhum serviço. O arquiteto então consultou o setor técnico de informática, que também negou qualquer atividade no local. Ao perceber que se tratava de um furto em andamento, o proprietário pediu que a funcionária deixasse o escritório e acionou a segurança do shopping.
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Para o arquiteto, o ex-CEO conhecia o prédio. Ele esteve, inclusive, em um cômodo onde fica a sala oculta do CPD (Centro de Processamento de Dados). Foi lá que estava guardado um iPad pertencente à empresa, que o acusado havia pegado na sala da vítima do furto. O proprietário do escritório também relatou o sumiço de sua carteira, que até o momento não foi encontrada.
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Enquanto João Ricardo circulava pelo escritório, um taxista o aguardava no estacionamento do shopping. O motorista contou à polícia que o empresário chegou de moto ao ponto de táxi, alegando que precisava buscar “uns itens” no Casa Shopping. Segundo a testemunha, João Ricardo disse que pagaria mais um mês de aluguel caso não aceitasse ajudá-lo. O taxista decidiu fazer a corrida.
Após retirar as pinturas do escritório, João Ricardo desceu, no elevador do prédio,Na casa do empresário, foram apreendidos um quadro e as esculturas furtadas, avaliados em cerca de R$ 23 mil. Apenas uma peça, estimada em R$ 17 mil — o quadro que ele alegou ter descartado —, ainda não foi recuperada. A carteira do arquiteto também não foi localizada.
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Na casa do empresário, em um condomínio de luxo no mesmo bairro, foram apreendidos um quadro e as esculturas furtadas, avaliados em cerca de R$ 23 mil. Apenas uma peça, estimada em R$ 17 mil, justamente o quadro que ele disse ter descartado, ainda não foi recuperado. Os agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) também não encontraram a carteira na residência do ex-CEO.
Quando a polícia chegou na casa dele, ele fingiu que não havia ninguém em casa. No entanto, os policiais ouviram um barulho vindo do terraço da residência. Eles conseguiram entrar no imóvel e o encontraram escondido num canto escuro da cobertura, tentando escapar da prisão.
A juíza Andressa Maria Ramos Raimundo classificou o furto como qualificado e ressaltou que “a gravidade em concreto do crime é motivo bastante para justificar a decretação da prisão preventiva”. Segundo a magistrada, a manutenção da prisão é necessária para a garantia da ordem pública e da ordem econômica.
O advogado de João Ricardo apresentou laudos médicos que informam que o empresário tem problemas psicológicos e faz uso de remédios como Rivotril e outros.