Alvo constante de ataques de parlamentares da extrema direita, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi defendido na tribuna da Câmara pelo deputado federal Luciano Vieira (RJ). O congressista, que hoje é do Republicanos, integrou o PL, partido de Jair Bolsonaro, até 2024.

Vieira iniciou sua fala no plenário da Câmara afirmando que é preciso “encontrar o caminho da pacificação” na Casa e disse que é contrário aos ataques proferidos ao STF e a Moraes.

— O ministro Alexandre de Moraes é um jurista respeitado, mestre em Direito, promotor de Justiça, foi Secretário de Estado do governador Geraldo Alckmin e ministro da Justiça do presidente Michel Temer. Todos nomes ligados à arte da construção política, ao entendimento institucional. Ele conhece a política, conhece os bastidores e, acima de tudo, conhece a importância da estabilidade democrática — disse o parlamentar.

Em sua fala, Luciano Vieira afirmou que iria pedir uma audiência com Moraes “não para enfrentá-lo, mas para contribuir com a construção de um canal de entendimento” para a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.

Procurado pela coluna, Vieira afirmou que enviou um ofício ao gabinete do magistrado pedindo a reunião. Ele disse que o foco do debate serão apenas os condenados pelos ataques aos prédios dos Três Poderes.

— Pedi a ele uma audiência. Mandei uma solicitação por email e estou aguardando a resposta, para saber se vai me receber amanhã. Acredito que vá — disse o deputado. — Pautas importantes estão deixando de ser votadas e estamos presos nesse tema da anistia. Minha ideia é falar com o ministro Alexandre de Moraes para ver se há algum caminho para diminuição de pena, ou progressão para prisão domiciliar, por exemplo — emendou.

Questionado o motivo que o levou a anunciar no plenário o pedido de audiência com Moraes, Luciano Vieira disse que quis “fazer um gesto” ao magistrado.

— O momento agora é de fazer gestos. Todo dia sobe alguém na tribuna para arrebentar com o ministro. Se eu quero chegar a um objetivo, preciso fazer um gesto, estender a bandeira branca — explicou o deputado.

No plenário da Câmara, Vieira afirmou que fazia aquela fala com “tranquilidade e convicção”, já que foi do PL, partido que está capitalizando a anistia, e votou em Bolsonaro.

— Não abro mão da responsabilidade que o mandato me confere de buscar consensos em nome da pacificação do país — disse o parlamentar na tribuna.

Aliado do presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB), Luciano Vieira afirmou que o comunicou sobre o discurso que faria no plenário. Motta também tem buscado construir uma saída para a anistia ao 8 de janeiro negociada com o governo Lula e o STF.

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