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Ex-diretora de museu denuncia roubo e venda ilegal de obras de Frida Kahlo

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abril 11, 2025
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Diego Rivera e Frida Kahlo foram declarados Monumentos Artísticos Nacionais no México, uma ferramenta de proteção patrimonial para suas obras, em mãos públicas e privadas — Foto: Morton Subastas

Ex-diretora dos museus Diego Rivera Anahuacalli e Frida Kahlo Casa Azul, Hilda Trujillo denunciou o roubo e a venda fraudulenta de ao menos dez obras de Frida Kahlo (1907–1954), bem como o desaparecimento de 12 páginas do diário original da pintora, em episódio envolvendo autoridades da área cultural do México.

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Por meio de um comunicado, a especialista na obra da pintora detalhou o que chamou de “gestão irregular, contratação de pessoal não qualificado, desperdício de recursos e negociações que contrariam o direito autoral dos pintores, que são Monumento Artístico do México”.

Entre as obras que ela denuncia como desaparecidas estão ao menos dois óleos e oito desenhos de Kahlo, assim como 12 páginas que teriam sido arrancadas do diário da artista. “Inexplicavelmente saíram da Casa Azul”, afirmou Trujillo. Esse conjunto, disse, fazia parte do acervo que Diego Rivera doou ao patrimônio do país em 1955.

As pinturas a óleo envolvidas na denúncia são “Frida em chamas” (1954), que está em uma coleção privada nos Estados Unidos, e “Congresso dos povos pela paz” (1952), vendido para a coleção Mary-Anne Martin, na Sotheby’s, por US$ 2,6 milhões.

Diego Rivera e Frida Kahlo foram declarados Monumentos Artísticos Nacionais no México, uma ferramenta de proteção patrimonial para suas obras, em mãos públicas e privadas — Foto: Morton Subastas

A ex-diretora exigiu o contrato de fidúcia das obras por parte dos museus e do Instituto Nacional de Belas Artes e Literatura (INBAL), órgão federal encarregado da proteção do patrimônio artístico do México, que tem a atribuição de autorizar ou realizar trabalhos de conservação e restauração das obras de Diego Rivera e Frida Kahlo, assim como conceder permissões de exportação temporária, emitir autorizações de reprodução com fins comerciais e, se necessário, oferecer acompanhamento em seu traslado.

Após a acusação de Trujillo, registrada pela imprensa local, o INBAL emitiu um comunicado em que sustentou não ter concedido permissões de exportação definitiva de obras desses artistas e recomendou que qualquer denúncia seja apresentada às instâncias legais correspondentes.

Com isso, Trujillo enfatizou sua denúncia: “Eu estou dizendo que (as obras) estão sendo vendidas ilegalmente, como é que vão pedir permissão? Na verdade, peço para vocês irem atrás das obras. Não importa se estão em mãos privadas ou públicas”, afirmou Trujillo.

Vista interna da "Casa Azul" de Frida Kahlo, um museu muito visitado — Foto: Getty Images
Vista interna da “Casa Azul” de Frida Kahlo, um museu muito visitado — Foto: Getty Images

Hilda Trujillo, a quem setores da cultura atribuem a responsabilidade de ter elevado, com sua gestão, os museus do casal Kahlo e Rivera a um status de reconhecimento internacional, é referência para a obra da pintora mexicana. É uma das principais fontes do documentário Frida Viva La Vida, da NatGeo. Sua saída em 2020 da direção dos museus, sem comunicados oficiais, causou à época surpresa entre os líderes de museus tanto de origem privada quanto pública.

O apelo da ex-diretora dos Museus Diego Rivera Anahuacalli e Frida Kahlo Casa Azul se apoia no particular instrumento legal que o México possui para a proteção de seu patrimônio, que é quase um modelo na região: a declaração de monumento artístico.

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Esse instrumento facilita ao Estado a conservação, preservação e proteção das obras, independentemente de pertencerem a coleções particulares ou públicas. A declaração de monumento artístico pode recair tanto sobre uma peça quanto sobre um artista. Essa declaração obriga pessoas e instituições que possuam obras de um artista a prestarem contas ao Instituto Nacional de Belas Artes e Literatura sobre o estado e localização das peças.

Dessa forma, por exemplo, o detentor de um quadro de Frida Kahlo possui os direitos de posse, mas não de exploração patrimonial e, se quiser vender ou ceder por empréstimo a peça em questão, deve pedir permissão às autoridades, para que emitam a autorização permitindo que a peça saia do país. O Nobel de Literatura Octavio Paz possui esse status e declaração, assim como a pintora Frida Kahlo e os muralistas Diego Rivera e David Alfaro Siqueiros.

A polêmica teve seu ponto alto após o comunicado do INBAL, que assegurou que “solicitou as informações pertinentes às autoridades desta instituição, as quais possuem os inventários e registros desse acervo”. Além disso, recomendou “apresentar as denúncias devidamente fundamentadas e motivadas às instâncias legais competentes”.

Trujillo sustentou que não recebeu nenhuma carta e que sua denúncia foi feita formalmente, com protocolo de recebimento e documentação que valida suas declarações.

'O Congresso do Povo pela Paz', de Frida Kahlo, foi vendido na Sotheby's durante a pandemia do coronavírus em junho de 2020, em Nova York — Foto: Cindy Ord / Getty Images América do Norte
‘O Congresso do Povo pela Paz’, de Frida Kahlo, foi vendido na Sotheby’s durante a pandemia do coronavírus em junho de 2020, em Nova York — Foto: Cindy Ord / Getty Images América do Norte

“Tenho qualidade ética e experiência profissional, e não podem me desqualificar assim, de qualquer jeito. Dá pra ver que estão irritados. No próprio documento entrego as provas: ali está como foi vendida, ali estão as coleções nas casas de leilão”, disse Trujillo.

Ela também destacou a inação do INBAL: “Se minhas alegações são infundadas, peço que apresentem publicamente o Diário de Frida Kahlo e as listas de obras geradas por Diego Rivera, e esclareçam quais peças continuam na Casa Azul e quais não”, exigiu. Ela também solicitou que o INBAL lhe forneça o comprovante de recebimento da carta que enviou com sua denúncia, pois afirma que nunca recebeu resposta oficial.

'Frida em Chamas', uma das pinturas consideradas desaparecidas — Foto: Reprodução / Instagram @museofridakahlo
‘Frida em Chamas’, uma das pinturas consideradas desaparecidas — Foto: Reprodução / Instagram @museofridakahlo

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A investigação da ex-diretora dos museus baseia-se em documentos oficiais, fotografias, correspondências, listagens parciais de obras e fragmentos do testamento de Rivera, onde se especifica quais obras foram doadas à nação. Diante da falta de resposta do INBAL, Trujillo pede que as autoridades culturais ajam urgentemente para recuperar o patrimônio artístico do México.

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