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O casal participava da festa de aniversário de uma amiga, quando um desentendimento envolvendo a aniversariante e funcionários do bar se agravou. O neto da aniversariante, de 17 anos, teria reagido a uma grosseria. Marcio tentou apartar a confusão. Mas já do lado de fora, foi brutalmente atacado.
Equipe e clientes de bar no Méier se envolvem em confusão
No vídeo que circula nas redes sociais, ele leva um soco no rosto, cai desacordado no asfalto e continua sendo agredido com socos. Um funcionário do bar ainda o chuta no chão. A esposa, Rosane, também aparece sendo empurrada e caindo com força. Ela fraturou um dedo e precisou passar por cirurgia para colocar um fio metálico.
Depois da agressão, Marcio e Rosane passaram três dias no Hospital Panamericano. Ele acompanhou os exames e a cirurgia da esposa e, após a alta, os dois seguiram para a 26ª DP (Todos os Santos), onde registraram ocorrência e fizeram exame de corpo de delito.
— Fiz o registro no dia seguinte à agressão, dia 3. E ontem, logo após a alta médica da minha esposa, ela também registrou o boletim e passou pelo IML. Estamos emocionalmente abalados, mas tentando manter a cabeça no lugar — contou Marcio.
Segundo ele, o vídeo entregue à polícia foi essencial para que o caso fosse reclassificado de lesão corporal para tentativa de homicídio.
— A violência foi desproporcional. Tentei proteger um menor de idade. Jamais imaginei que, ao tentar conter a briga, me tornaria o alvo. Apaguei no asfalto e continuei apanhando no chão — relembra.
Além de Marcio e Rosane, um amigo da família, Paulo, também se machucou ao tentar conter o agressor.
— Foi ele e minha esposa que evitaram o pior. O Paulo conseguiu segurar o agressor pelos braços, mas com tanta força que ficou com um edema. Ele também merecia ter sido ouvido como testemunha — afirma.
O filho do casal, Iago Mello, conta que ele e a irmã se revezaram nos cuidados aos pais durante os dias de hospital. Ele teme represálias e cobra justiça.
— Estamos todos muito abalados. Quando soubemos, saímos correndo para o hospital. Minha mãe chegou desesperada. Eu fiquei com meu pai, minha irmã acompanhou a cirurgia da nossa mãe. Ver o vídeo depois foi um choque. Tentaram matar meu pai. E se ninguém tivesse conseguido intervir?
Ao ver as imagens da agressão pela primeira vez, Iago diz que pensou em fazer justiça com as próprias mãos.
— A primeira coisa que me passou pela cabeça foi ir até o bar. Mas minha mãe me segurou. Me pediu para não fazer nada. E eu respeitei. O sentimento de impotência é enorme — afirma.
Para ele, a nota divulgada pelo bar nas redes sociais foi uma tentativa de inverter a narrativa.
— Em nenhum momento se solidarizaram com as vítimas. Disseram que os funcionários foram agredidos, mas o vídeo mostra o contrário. Querem proteger a imagem do negócio — completou.
A polícia já teria intimado o homem apontado como autor das agressões, que segundo testemunhas seria o dono do bar. O funcionário que aparece chutando Marcio no chão ainda está sendo identificado. A família entregou também outros vídeos às autoridades, inclusive gravações feitas de dentro do bar.
A expectativa agora é por responsabilização.
— Esse bar precisa ser interditado. Um dono como esse não tem condições de lidar com o público. Hoje foi meu pai. Amanhã pode ser qualquer um — diz Iago.
Rosane segue em casa, se recuperando da cirurgia. Marcio está afastado do trabalho, em repouso. A família deve entrar com processo judicial nos próximos dias.
— Não queremos vingança, mas não vamos aceitar o silêncio. Queremos justiça e segurança para que mais ninguém passe por isso — conclui o filho.
O Bartequim publicou uma nota nas suas redes em que confirma que membros da equipe se envolveram na discussão, afirmando que foram agredidos de maneira física e verbal. O comunicado diz ainda que o bar “prima pelo respeito, segurança e bom atendimento” e está “revisando os procedimentos internos para evitar que algo semelhante volte a acontecer”.
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