Foi na marra e com as altas doses de apreensão que um roteiro de Libertadores pode oferecer, mas o Flamengo arrancou uma vitória por 1 a 0 sobre o Racing — conhecido historicamente por ser carrasco de times brasileiros — e está a um empate de voltar à final. A atuação rubro-negra passou longe de ser dominante por conta de um time argentino que nivelou o enfrentamento a todo momento e ainda mantém o mata-mata aberto para o jogo de volta, mas, na base do sprint coletivo final, Carrascal foi premiado por uma atuação insistente com um gol que desafogou mais de 70 mil vozes no Maracanã.
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Foram 87 minutos até que Bruno Henrique recebesse um lançamento do colombiano no limite do impedimento e chutasse para grande defesa do goleiro Cambeses. No rebote, o próprio Carrascal ficou com a sobra e bateu. O chute saiu lascado e desviou em Marcos Rojo antes de entrar. Foi o último ato de uma montanha-russa de emoções.
— Estou muito feliz com o esforço que a equipe fez na defesa e no ataque, sempre procurando o resultado. Nosso rival também é muito bom, mas estamos no nosso estádio, com a nossa torcida, e isso também nos alimenta — disse o autor do gol da vitória.
As duas equipes disputaram a partida de ida da semifinal em pé de igualdade desde os primeiros minutos. O Flamengo tomava a iniciativa, empurrado pelas arquibancadas, enquanto o Racing escolhia sair forte em transições, mas também se destacou por apresentar uma marcação individual muito bem encaixada, que dificultou as soluções ofensivas do outro lado.
Grande parte das jogadas rubro-negras saiu pela esquerda, justamente com Carrascal assumindo o lugar de Samuel Lino na equipe titular. Pedro e Arrascaeta também tiveram chances, mas todas eram travados por um sistema defensivo forte. Apesar do controle do jogo, faltava mais elaboração de jogadas, e os atletas pareciam mais desconexos em campo.
Enquanto isso, o Racing ameaçava principalmente em chegadas pela esquerda, lado defendido por Varela e Danilo, que assumiu o lugar de Léo Ortiz. A desvantagem era a necessidade de redobrar a atenção, o que sacrificava um pouco Jorginho e Pulgar. Por sinal, a principal chance criada ao longo dos primeiros 45 minutos foi dos argentinos, quando Almendra cobrou escanteio, Solari desviou e Rossi teve de se esticar todo para defender em cima.
A chegada da segunda etapa trouxe um nervosismo, sobretudo por parte do Flamengo, que sabia o tamanho da enrascada que se apresenta na próxima quarta-feira. Sosa chegou a balançar as redes após um escanteio, mas, por sorte do rubro-negro, o árbitro marcou falta em Carrascal. Naquele momento, o Racing tomava conta da partida.
Como resposta, Filipe Luís sacou Pedro e Arrascaeta para lançar Samuel Lino e Bruno Henrique. Mesmo sem muitos espaços, a equipe apostaria em mais intensidade. Com poucos minutos em campo, Lino assustou e chegou a ter um gol de cabeça anulado por impedimento. As revisões seriam uma constante nesse jogo, mas o lance acabou sendo um prelúdio. O treinador confiou em Carrascal e viu a escolha ser recompensada minutos depois.
A vantagem é muito pouca para levar ao Cilindro de Avellaneda, na próxima quarta-feira, onde o Racing precisará vencer por dois gols ou mais. Em caso de vitória por um gol, haverá disputa de pênaltis. Dentro das circunstâncias, foi o possível. Antes de ir à Argentina, o Fla visita o Fortaleza, às 19h30 de sábado, pelo Brasileirão.
