Há mais de cinco meses foragido, o ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro reapareceu — ao menos nos autos do processo da 1ª Vara do Idoso, que trata da curatela da socialite Regina Lemos Gonçalves, de 89 anos, viúva do empresário fundador dos baralhos Copag, Nestor Gonçalves. A nova defesa de José Marcos apresentou uma petição mantendo seu estado civil como vivendo em união estável e declarando-se desempregado. O que chama a atenção no documento é o endereço informado: número 1782 da Avenida Atlântica, em Copacabana, local do icônico Edifício Chopin.
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As três advogadas recém-contratadas pelo ex-motorista solicitaram “a liberação do acesso aos autos o mais breve possível. O pedido, feito em 22 de abril, véspera do feriado de São Jorge, inclui uma procuração assinada por José Marcos. Elas também requisitaram que todas as intimações sejam feitas em nome delas.
A procuração, manuscrita em letra de forma, concede poderes para que a defesa atue em qualquer juízo, instância ou tribunal em nome de José Marcos. O documento também autoriza as advogadas a agir perante “repartições públicas federais, estaduais e municipais, referente à ação de interdição e curatela. A defesa pede ainda o poder de assinar declaração de “hipossuficiência econômica”. José Marcos assinou a procuração em 11 de abril, indicando o estado do Rio de Janeiro.
Socialite Regina Gonçalves volta ao apartamento no Chopin
No ano passado, a família de Regina conseguiu uma autorização judicial para que o ex-motorista e seus antigos advogados se mantivessem afastados da socialite. Parentes da idosa afirmam que José Marcos está cometendo uma fraude ao informar que reside no Chopin, uma vez que é ela quem vive lá com o irmão, Benedicto Lemos, e a esposa dele.
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Policiais da 12ª DP (Copacabana) procuram José Marcos desde 26 de novembro do ano passado, quando a Justiça determinou sua prisão preventiva, além de mandados de busca e apreensão em imóveis onde ele poderia ser encontrado. Ele é acusado de tentativa de feminicídio, cárcere privado, violência psicológica e furto contra a idosa, segundo o delegado titular da unidade, Angelo Lages.
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Procuradas pelo Blog Segredos do Crime, as advogadas Raquel Rosa, Thais Pinhata e Isabelle Gibson enviaram uma nota esclarecendo o motivo de constar, na petição e na procuração delas, o endereço de José Marcos como sendo o Edifício Chopin:
Nós assumimos recentemente a defesa do Sr. José Marcos e, neste momento, estamos aguardando acesso aos autos em todos os processos referentes ao caso, pois estão em segredo de justiça. Gostaríamos de ressaltar que o pedido na 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital diz respeito apenas ao acesso à íntegra dos autos. Além disso, o endereço que consta das procurações é o da Avenida Atlântica por ter sido a residência do Sr. José Marcos na última década. Há inúmeros fatos ainda desconhecidos pelo Poder Judiciário, mas que já estão sendo apresentados às autoridades competentes e serão devidamente elucidados no decorrer da instrução processual”, informa a nota, enviada por e-mail.
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A juíza titular da 4ª Vara de Família, Raquel de Oliveira, determinou, no fim de março, a suspensão dos efeitos da escritura pública lavrada no 23º Ofício de Notas da Capital, que registrava o vínculo entre Regina e José Marcos. O ex-motorista alegava que mantinha uma união estável com a socialite. Em trecho da decisão, a magistrada destacou a condição do ex-motorista, atualmente foragido, e o “perigo de dano” à idosa, caso ele utilizasse o documento para acessar os bens da milionária. O pedido de nulidade da escritura pública de união estável foi feito pelo advogado de Regina, Marcelo Coelho Pereira.