O francês Gaël Monfils e o húngaro Márton Fucsovics protagonizavam um duelo eletrizante nesta quinta-feira (4) em Wimbledon, quando a luz natural começou a falhar e a partida precisou ser interrompida. O confronto estava empatado após Fucsovics vencer o quarto set, deixando o placar em 6-4, 1-6, 4-6 e 7-6 (7-5). Monfils teve diversas chances para fechar o jogo, mas desperdiçou.

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A definição veio na manhã desta sexta-feira, quando Fucsovics fechou o quinto set por 6-4, na movimentada quadra 18. Durante o set decisivo, o húngaro encantou o público com a jogada mais espetacular do dia: uma tweener, voleio por entre as pernas, golpe raro e de alta dificuldade no tênis.

O tweener é um recurso improvisado, usado quando o atleta não tem tempo para se posicionar adequadamente. O nome vem da expressão inglesa between the legs (“entre as pernas”) e exige grande precisão técnica. Monfils ainda tentou devolver a bola, mas ela quicou pela segunda vez antes que ele alcançasse, consolidando a jogada de gênio. Fucsovics comemorou com o punho cerrado, tanto pela execução quanto pela importância do ponto, que o colocou em vantagem de 5 a 3 no set final.

Pura magia de Marton Fuscovics contra outro talentoso jogador, Gaël Monfils — Foto: X @Wimbledon

Fora das quadras, o australiano Nick Kyrgios voltou a causar polêmica ao opinar sobre o futuro dos dois principais nomes da nova geração: o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner. Em entrevista ao técnico francês Patrick Mouratoglou, Kyrgios afirmou que Sinner deve ter uma carreira mais consistente que Alcaraz. Segundo ele, o espanhol “gosta muito de festas e garotas e às vezes se distrai”.

Kyrgios, que no passado criticou a leve punição aplicada a Alcaraz pela Agência Mundial Antidopagem (WADA) após um teste positivo para clostebol, elogiou a postura do italiano: “Ele é mais constante, mais reservado e tem uma mentalidade diferente.” Para o australiano, os altos e baixos de Alcaraz explicam as derrotas sofridas nesta temporada.

Mouratoglou, por outro lado, lembrou que o retrospecto entre os dois favorece Alcaraz, com 8 vitórias contra 4. Vale lembrar que o espanhol acaba de vencer o italiano na final de Roland Garros e é o atual bicampeão do torneio francês.

Alcaraz sofre, mas avança

Apesar das críticas, Alcaraz segue firme em Londres. Nesta sexta, teve trabalho para vencer o alemão Jan-Lennard Struff (125º do ranking) por 6-1, 3-6, 6-3 e 6-4, em 2h27 de partida. O número 2 do mundo oscilou ao longo do confronto e admitiu: “Sabia que seria difícil e que teria que manter muita concentração. Foi estressante. Sofri em cada game do meu saque.”

Nas oitavas de final, o espanhol enfrentará o russo Andrey Rublev (14º), a quem venceu em dois dos três confrontos anteriores — este será o primeiro no piso de grama. Com títulos recentes em Roland Garros e Queen’s, Alcaraz já soma 21 vitórias consecutivas.

Sabalenka avança no feminino

Na chave feminina, a número 1 do mundo Aryna Sabalenka derrotou a britânica Emma Raducanu (40ª) por 7-6 (8-6) e 6-4, em jogo equilibrado na quadra central. A bielorrussa, tricampeã de Grand Slams, nunca conquistou o título em Wimbledon e agora enfrentará a belga Elise Mertens (23ª), sua ex-companheira de duplas, nas oitavas de final.

Jarry faz história para o Chile

O chileno Nicolás Jarry (143º do ranking) foi a grande surpresa sul-americana do dia. Ele superou o brasileiro João Fonseca (54º) por 6-3, 6-4, 3-6 e 7-6 (7-4), em 3h08 de partida, e garantiu vaga nas oitavas de final — feito alcançado por apenas sete chilenos na história do torneio.

Aos 29 anos, Jarry iguala o feito de seu avô, Jaime Fillol, que chegou à mesma fase em 1974. “Vim a Wimbledon com ele quando tinha 10 anos. Desde então, me apaixonei por este torneio. Estar aqui agora é muito especial”, declarou após a vitória.

Com partidas emocionantes dentro e fora das quadras, Wimbledon segue reforçando seu status como o mais tradicional e imprevisível dos torneios do circuito.

Fucsovics faz mágica com jogada rara de voleio entre as pernas e avança após batalha de cinco sets; vídeo