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Gestores dos bancos Master e BRB tentaram enganar o Banco Central? Veja o que diz a investigação da PF

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novembro 19, 2025
in News
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Esquema do Banco Master — Foto: Criação O Globo
  • Afastado: Presidente do BRB diz que banco identificou ‘divergências documentais’ em operações do Master e comunicou BC
  • Como fica o investidor do Banco Master com a liquidação? Entenda o que é o FGC e como ele garante investimentos

Em março deste ano, o BRB, um banco público que tem o comando indicado pelo governo do Distrito Federal, surpreendeu ao propor a compra do Master em um negócio estimado em R$ 2 bilhões por 58% da instituição e que mantinha Vorcaro como parte do negócio. A oferta foi vista com ressalvas por especialistas e pelo mercado financeiro.

Enquanto o Banco Central analisava a proposta, a investigação da Polícia Federal (PF) revelou indícios de que o BRB fez operações inconsistentes com o Master, em uma tentativa de dar sobrevida à instituição financeira. Os detalhes da investigação foram revelados pelo blog da colunista do GLOBO Malu Gaspar.

  • Banco Master: suspeitas de crime e deterioração financeira acentuada levaram BC a optar por liquidação

O Master ganhou espaço no mercado ao oferecer Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas de até 140% do CDI, mais altas do que as de rivais. Essa estratégia agressiva de atuação fez com que o banco necessitasse de recursos a curto prazo.

Assim, o Master negociou com o BRB a venda de carteiras de crédito (em sua maior parte consignado) para levantar recursos e ganhar fôlego a mais no mercado. Para as autoridades, porém, a transação foi uma forma de driblar o BC.

O Ministério Público Federal afirmou que o Master “teria adquirido carteiras de crédito” de uma empresa dirigida por um ex-funcionário “sem realizar qualquer pagamento” por elas. Logo em seguida, o Master revendeu a carteira ao BRB, recebendo pagamento imediato, “resultando na transferência, de janeiro a maio de 2025, de R$ 12,2 bilhões”.

  • FGC afirma que Master e instituições liquidadas têm 1,6 milhão de credores com R$ 41 bi garantidos. Veja como é o pagamento e simulações

Quando se vende uma carteira de crédito, a vantagem para o comprador é a promessa de pagamento destes créditos no futuro. Nas operações investigadas, porém, o que aconteceu é que o BRB pagou à vista por algo que não receberia em momento algum, já que as investigações indicam que as carteiras de crédito eram falsas.

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  • ‘Empresa de prateleira’
  • O passo a passo do escândalo
      • Gestores dos bancos Master e BRB tentaram enganar o Banco Central? Veja o que diz a investigação da PF

‘Empresa de prateleira’

Ao justificar essa operação ao BC, o Master informou em 25 de março deste ano que a carteira de crédito tinha como origem duas associações de servidores do estado da Bahia, que teriam sido criadas por um diretor do banco privado.

Uma auditoria do BC, porém, constatou que “as cessões de crédito passaram a envolver CPFs de diversas localidades do país” e que as movimentações financeiras eram incompatíveis com as duas associações envolvidas na transação.

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O problema foi descoberto quando o BC fez uma espécie de pente-fino em uma amostra de 30 supostos clientes que teriam vendido carteiras de crédito ao Master. E averiguou que não houve fluxo financeiro para a operação. Ainda assim, o Master recebia pelas carteiras ao repassá-las ao BRB.

A partir disso, o BRB apresentou ao BC uma nova amostra com informações de 100 contratos de créditos adquiridos do Master. Ao analisar os documentos, a autoridade monetária reforçou que havia “indícios de insubsistência, que sinalizam a existência de possível engenharia contável e financeira para viabilizar a captação de recursos”. O termo insubsistência significa inconsistência ou falta de fundamento que comprove existência de algo.

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Após o questionamento do BC, a titularidade desses títulos passou a ser atribuída à Tirreno, criada no fim de 2024 por uma pessoa que registrou outras firmas semelhantes. Segundo os investigadores, esse é um indício de que se tratava de uma “empresa de prateleira” para viabilizar a operação de socorro ao Master.

Tão logo foi lançada no mercado, a Tirreno ampliou o seu capital para R$ 30 milhões, passou a ter como diretor um ex-funcionário do Master e realizou mudanças societárias — que, de acordo com a PF, foram formalizadas somente após o início da operação financeira envolvendo o BRB.

O Ministério Público Federal destaca que o contrato inicial de parceria entre Master e Tirreno e um dos instrumentos de cessão de crédito “sequer estão autenticados em cartório”, enquanto os demais documentos da operação foram registrados formalmente apenas alguns meses depois da transação.

“Mostra-se atípico e desarrazoado que somente após a provocação do Banco Central sobre as informações, o BRB passou a exigir documentos adicionais, situação bastante suspeita para quem realizaria operação neste montante (R$ 12,2 bilhões) e que deveria se cercar de cuidados objetivos e mínimos para a viabilidade deste tipo de transação”, afirmam os investigadores.

Para corrigir as falhas identificadas pelo BC, o BRB decidiu interromper diretamente a operação com Tirreno, responsável pela emissão dos títulos que eram repassados pelo Master. A instituição financeira do governo do Distrito Federal optou por substituir as carteiras compradas por outros ativos de Vorcaro.

  • Forasteiro’ na Faria Lima: Aventura de Vorcaro no setor bancário chega ao fim com intervenção no Master

A finalidade era reduzir o saldo da operação, que somava R$ 12,2 bilhões. Contudo, segundo o inquérito, essa movimentação extrapolou o limite legal de exposição a um único cliente, estimado em R$ 1,1 bilhão.

De acordo com a investigação, entre julho de 2024 e outubro de 2025, BRB e Master realizaram operações que somaram R$ 16,7 bilhões. Essas transações ocorreram mesmo “diante de ressalvas formuladas pelo Banco Central”.

Em nota, o BRB disse que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master”.

O passo a passo do escândalo

Esquema do Banco Master — Foto: Criação O Globo

Em março, o BRB propôs comprar o Master. Ao analisar a operação, o Banco Central identificou que o Master, “sem realizar qualquer pagamento”, teria adquirido carteiras de crédito e depois revendido para o BRB.

Banco Master: Pente fino do BC — Foto: Criação O Globo
Banco Master: Pente fino do BC — Foto: Criação O Globo

Pente-fino do Banco Central em 30 supostos clientes, que teriam vendido carteiras de crédito, não constatou fluxos financeiros. Mas, após a compra, o Master revendia as carteiras ao BRB. Foram R$ 12,2 bilhões de janeiro a maio.

Banco Master: motivação — Foto: Criação O Globo
Banco Master: motivação — Foto: Criação O Globo

Segundo a investigação da Polícia Federal (PF), esse esquema foi arquitetado por “pura camaradagem”, como uma “tentativa de abafar a fiscalização” feita pelo Banco Central sobre as instituições financeiras.

Banco Master: Justificativa — Foto: Criação O Globo
Banco Master: Justificativa — Foto: Criação O Globo

O Master disse que as operações tinham como origem duas associações de servidores da Bahia. O Banco Central constatou, porém, que as movimentações financeiras não eram “compatíveis com as cessões de crédito”.

Banco Master: Empresa de prateleira — Foto: Criação O Globo
Banco Master: Empresa de prateleira — Foto: Criação O Globo

Diante dos questionamentos, operações foram atribuídas à Tirreno, firma que tinha um ex-funcionário do Master como diretor. Para a PF, era uma “empresa de prateleira”, criada por uma pessoa que abre firmas em série.

Banco Master: Sem documentos — Foto: Criação O Globo
Banco Master: Sem documentos — Foto: Criação O Globo

Segundo a investigação, o contrato entre Master e Tirreno e um dos instrumentos de cessão de crédito “sequer estão autenticados em cartório”, e outros documentos da operação foram registrados meses depois da transação.

Gestores dos bancos Master e BRB tentaram enganar o Banco Central? Veja o que diz a investigação da PF

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