A unidade policial de Lombok, na Indonésia, começou uma investigação para apurar as causas da morte de Juliana Marins, de 26 anos, que caiu do Monte Rinjani. De acordo com o portal oficial de notícias da Polícia Regional de Nusa Tenggara Barat, o objetivo da investigação é verificar a existência de algum elemento criminoso na morte da brasileira. Entre os interrogados estão o guia que acompanhava Juliana pela trilha, Ali Musthofa, um ajudante no resgate, e um policial florestal.
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Em declaração feita nesta terça-feira, o chefe da Unidade de Investigação Criminal (Kasat Reskrim) da Polícia de East Lombok, I Made Dharma Yulia Putra, informou que diversas pessoas envolvidas na atividade de escalada foram convocadas para prestar depoimento como testemunhas.
“Ainda estamos coordenando com a equipe da Embaixada do Brasil. Eles também monitoram diretamente as informações que se desenvolvem a partir deste caso. Nenhum suspeito foi determinado. Nós nos concentramos na coleta de dados e na análise de depoimentos de testemunhas”, disse I Made Dharma Yulia Putra.
Além disso, a equipe policial disse que também ouviu vários integrantes do grupo de escalada da vítima, a fim de reunir informações detalhadas e construir uma cronologia completa dos fatos. Sobre a possibilidade de um suspeito, o chefe da unidade afirmou que isso dependerá dos resultados das apurações em andamento.
O guia que acompanhava Juliana Marins pela trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, negou ter abandonado a publicitária antes de ela sofrer um acidente e precisar de resgate. Há uma semana, em entrevista ao GLOBO, Ali Musthofa confirmou os relatos da imprensa local de que aconselhou a niteroiense a descansar enquanto seguia andando, mas afirmou que o combinado era apenas esperá-la um pouco mais adiante da caminhada. Ele disse ter prestado depoimento à polícia neste domingo, quando desceu da montanha. A família diz que Juliana foi localizada num ambiente “extremamente severo”, com obstáculos naturais que dificultam o salvamento.
Segundo Ali, que aos 20 anos atua como guia na região desde novembro de 2023 e costuma subir o Rinjani duas vezes por semana, ele ficou apenas “três minutos” à frente de Juliana e voltou para procurá-la ao estranhar a demora da brasileira para chegar ao ponto de encontro.
— Na verdade, eu não a deixei, mas esperei três minutos na frente dela. Após uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar. Percebi [que ela havia caído] quando vi a luz de uma lanterna em um barranco a uns 150 metros de profundidade e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro. Eu disse que iria ajudá-la — afirmou Musthofa. — Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda.
Musthofa disse ter ligado para a empresa na qual trabalha para avisar sobre o acidente e pedir que acionassem o resgate.
— Liguei para a organização onde trabalho, pois não era possível ajudar a uma profundidade de cerca de 150 metros sem equipamentos de segurança. Eles deram informações sobre a queda de Julian para a equipe de resgate e, após a equipe ter conhecimento das informações, correu para ajudar e preparar o equipamento necessário para o resgate — destacou o guia, segundo quem Juliana pagou 2.500.000 rúpias indonésias pelo pacote (o equivalente, na cotação atual, a cerca de R$ 830).