• Ofensiva cruzada: Israel intensifica agenda radical e avança com ‘saída voluntária’ de palestinos de Gaza e destituição de procuradora-geral
  • Ismail Barhoum: Israel confirma que líder do Hamas foi morto dentro de hospital no sul de Gaza

No vídeo, que dura pouco mais de três minutos e cuja data de gravação não pôde ser verificada, os dois reféns aparecem sentados, falando em hebraico com um dos reféns que já foi libertado, pedindo-lhe que conte suas experiências em cativeiro para acelerar a libertação deles.

Hamas divulga imagens de dois reféns israelenses, enquanto Egito apresenta nova proposta para retomar trégua

Os dois homens, identificados pela AFP como Elkana Bohbot e Yosef Haim Ohana, ambos sequestrados no festival de música Nova, falam do perigo que enfrentam desde que os ataques israelenses à Faixa de Gaza foram retomados na terça-feira.

A imprensa israelense mencionou seus nomes sem divulgar o vídeo, que, no entanto, é considerado “prova de vida” para os dois homens.

A família de Bohbot — que é casado com uma cidadã colombiana e recebeu a cidadania do presidente da Colômbia depois que ele foi sequestrado — reagiu ao vídeo com uma mensagem ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e ao presidente dos EUA, Donald Trump.

“Por favor, imagine se fosse seu filho, o pai de seu neto, esperando para ver a luz do dia, ouvindo bombas do exército e vivendo com medo constante de morrer”, escreveu a família. “Esse vídeo é uma prova de vida, mas queremos que Elkana volte para casa vivo.”

O vídeo foi divulgado no mesmo dia em que o Egito apresentou uma nova proposta para retomar o cessar-fogo em Gaza. Sob esse novo acordo, o Hamas libertaria cinco reféns vivos, incluindo um americano-israelense, em troca de Israel permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e uma pausa de semanas nos combates, disse uma autoridade egípcia à agência de notícias AP.

Uma autoridade do Hamas disse também à AP que o grupo havia “respondido positivamente” à proposta, sem entrar em detalhes. Ambas as autoridades falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a informar a mídia sobre as negociações a portas fechadas.

Israel retomou seus pesados ataques aéreos em Gaza na semana passada antes de enviar tropas terrestres de volta às áreas evacuadas durante a trégua de dois meses que começou em 19 de janeiro.

  • Impasse nas negociações: Israel lança primeira ofensiva terrestre em Gaza desde o fim do cessar-fogo

A ação acontece em meio ao impasse nas negociações de uma segunda fase do acordo de cessar-fogo, que deveria ser implementada após o término da primeira, no início deste mês. Nesta etapa, a trégua previa alcançar um cessar-fogo permanente, além da libertação — ou devolução de corpos — de todos os reféns ainda em Gaza e retirada total das forças israelenses do território palestino, medida esta rejeitadas por Israel.

Cerca de 730 palestinos foram mortos desde a retomada dos bombardeios israelenses no território no dia 18 de março, após uma trégua de dois meses, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. A guerra iniciada em 7 de outubro de 2023 já deixou deixou 50.082 mortos e 113.408 feridos no enclave. Israel questiona regularmente os dados do ministério palestino, mas a ONU os considera confiáveis.

O conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas no sul de Israel. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre no estreito território palestino. Uma trégua entre ambas as partes entrou em vigor em janeiro. No entanto, depois de dois meses de uma calma relativa, Israel rompeu o cessar fogo no território em 18 de março, em meio ao impasse nas negociações de uma segunda fase do acordo de cessar-fogo, que deveria ser implementada após o término da primeira, no início deste mês. (Com AFP)

Hamas divulga imagens de dois reféns israelenses, enquanto Egito apresenta nova proposta para retomar trégua; veja vídeo