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ICS e Google anunciam oito projetos de sustentabilidade digital no Brasil que receberão R$ 18 milhões em investimentos

BRCOM by BRCOM
outubro 14, 2025
in News
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Invasão na Terra Indígena Uru Eu Wau Wau, em Rondônia — Foto: Diogo Hungria

O Google Brasil e o Instituto Clima e Sociedade (iCS) anteciparam ao GLOBO o resultado do edital “Desafio IA Natureza & Clima”, que seleciona oito projetos de sustentabilidade digital no Brasil para receber R$ 18 milhões em investimentos. As iniciativas escolhidas utilizarão inteligência artificial e tecnologias digitais em ações voltadas para a redução das emissões de gases de efeito estufa, a conservação da biodiversidade e o fortalecimento da resiliência dos ecossistemas.

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Entre 395 propostas inscritas desde o lançamento do edital, em março, foram selecionados os melhores projetos que abordam ao menos um dos três eixos prioritários, alinhados ao “Objetivo 27” da agenda de ação da COP30: agricultura regenerativa, bioeconomia e reversão da perda de biodiversidade.

— A tecnologia tem um enorme potencial para acelerar soluções climáticas e promover o uso sustentável dos recursos naturais. Ver essas iniciativas saindo do papel e ganhando escala é inspirador, pois são exemplos concretos de como a tecnologia pode gerar benefícios duradouros para o Brasil e para o mundo — diz Juliana Moura Bueno, relações públicas do Google no Brasil.

O anúncio oficial dos oito selecionados será feito nesta quarta-feira, em evento no hotel Brasília Palace. O evento reunirá representantes das organizações responsáveis pelos projetos, além de especialistas e formuladores de políticas públicas, para discutir como a inteligência artificial pode contribuir para superar barreiras estruturais — como monitoramento, fiscalização, financiamento e acesso a mercados — e acelerar soluções climáticas em larga escala.

Financiado pelo Google.org, o investimento representa o maior aporte já feito pela organização em projetos de sustentabilidade na América Latina. Os recursos serão liberados aos selecionados de forma escalonada ao longo da execução. O iCS não detalhou, no entanto, o valor destinado a cada iniciativa. A execução dos projetos está prevista para começar em novembro, durante a COP30, com conclusão esperada em outubro de 2027.

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  • Confira os oito projetos selecionados
      • ICS e Google anunciam oito projetos de sustentabilidade digital no Brasil que receberão R$ 18 milhões em investimentos

Confira os oito projetos selecionados

IA para Monitoramento da Biodiversidade – detecção de impactos em florestas na Amazônia

Elaborado pela Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, o projeto busca enfrentar a degradação florestal na Amazônia, que atualmente já supera o desmatamento direto em extensão territorial, segundo a iCS. A iniciativa pretende desenvolver um indicador sensorial capaz de detectar com antecedência sinais de degradação na floresta com alta resolução.

Invasão na Terra Indígena Uru Eu Wau Wau, em Rondônia — Foto: Diogo Hungria

O projeto também prevê a coleta de dados por comunidades indígenas locais e instituições parceiras, para validar os padrões identificados por inteligência artificial e aperfeiçoar o sistema, que emitirá alertas precoces de degradação com frequência de até cinco dias, permitindo ações rápidas e eficazes dos órgãos competentes antes que o processo atinja o estágio crítico de desmatamento.

Plataforma Inteligente para Financiamento Rural Sustentável

O projeto idealizado pelo Instituto para Governança Territorial e Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP) tem como objetivo desenvolver uma plataforma de inteligência territorial analítica capaz de integrar dados ambientais, fundiários e financeiros para apoiar a execução e o monitoramento de políticas públicas, em especial o Plano Safra.

Plataforma vai mostrar quanto do crédito rural é aplicado em propriedades em conformidade com a legislação ambiental. Na foto: talhões produtivos e área de APP no estado de São Paulo — Foto: Paulo Molin
Plataforma vai mostrar quanto do crédito rural é aplicado em propriedades em conformidade com a legislação ambiental. Na foto: talhões produtivos e área de APP no estado de São Paulo — Foto: Paulo Molin

A ferramenta terá acesso público e utilizará inteligência artificial para avaliar a elegibilidade socioambiental de imóveis rurais ao crédito e monitorar os impactos ambientais e econômicos das operações financiadas.

A proposta busca transformar dados dispersos em informações “precisas e integradas, oferecendo maior previsibilidade, assertividade e segurança técnica” na formulação e implementação de políticas públicas, conforme explicou a iCS em texto enviado ao GLOBO.

Sistema Inteligente para Monitoramento Florestal de Terras Indígenas Amazônicas

Idealizado pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), o projeto propõe um sistema de monitoramento florestal inteligente, com foco nas Terras Indígenas da Amazônia brasileira. A iniciativa combina dados de observação da Terra, inteligência artificial e informações coletadas em campo para aprimorar a vigilância ambiental.

Período da seca, em outubro de 2024, no Rio Castanho, no município de Careiro, no Amazonas — Foto: Guilherme Horta/FGVces
Período da seca, em outubro de 2024, no Rio Castanho, no município de Careiro, no Amazonas — Foto: Guilherme Horta/FGVces

A tecnologia permitirá a elaboração de algoritmos capazes de identificar anomalias relacionadas a crimes ambientais e mapear áreas com potencial para restauração florestal.

O sistema incluirá um painel de controle interativo, com mapas, alertas e relatórios, cujos resultados de análise automatizada de imagens de satélite serão validados em campo por Agentes de Monitoramento Indígena.

Biodiversidade nas paisagens rurais – instrumentação de políticas públicas

O projeto desenvolvido pela Embrapa Pantanal tem como objetivo conduzir inventários baseados em DNA ambiental (eDNA) e desenvolver modelos de inteligência artificial capazes de avaliar o potencial das paisagens rurais para a conservação da biodiversidade, com foco em iniciativas de restauração ecológica. A proposta busca conciliar a produção agropecuária com a preservação da biodiversidade nas paisagens rurais brasileiras.

Brigadas Voluntárias do Pantanal — Foto: Márcia Foletto
Brigadas Voluntárias do Pantanal — Foto: Márcia Foletto

Os modelos de IA gerados e validados servirão de base para o desenvolvimento de um software que permitirá prever respostas da biodiversidade a diferentes cenários — reais ou simulados — de alterações naturais do solo e de atividades provocadas por humanos. O sistema também possibilitará avaliar os efeitos de modificações na vegetação nativa.

IA-FogoBio – Inteligência artificial para predição de risco e avaliação de impacto de “eventos de fogo” na biodiversidade amazônica

Desenvolvido pelo Instituto Federal do Amazonas (Ifam), o projeto IA-FogoBio propõe a criação de um sistema web independente para monitoramento de incêndios na Amazônia.

Tronco queimado na Amazônia: fogo tem impulsionado desmatamento — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/	10/09/2024
Tronco queimado na Amazônia: fogo tem impulsionado desmatamento — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/ 10/09/2024

Diferentemente das plataformas atualmente em uso, a ferramenta terá foco em ações preventivas, com capacidade de prever eventos de fogo com até 90% de eficácia e antecedência de uma a duas semanas. Além disso, o sistema buscará classificar as causas dos incêndios e estimar seus impactos ecológicos, por meio de análises detalhadas de vulnerabilidade para o tipo de solo amazônico.

IÊ – integrando dados ecológicos-econômicos da bioeconomia da castanha-da-Amazônia com IA e análise espacial

Elaborado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (Iieb), o projeto busca enfrentar a “assimetria de informações e a vulnerabilidade econômica dos extrativistas na cadeia de valor da castanha-da-amazônia”, conforme explicou o Instituto Clima e Sociedade (iCS). A iniciativa pretende aprimorar o sistema participativo de coleta e divulgação de dados sobre preços e ecologia da castanha-da-amazônia.

Projeto proposto pretende aprimorar o sistema participativo de coleta e divulgação de dados de preços e ecologia da castanha-da-amazônia, o IÊ — Foto: Thiago S. Araújo / Divulgação
Projeto proposto pretende aprimorar o sistema participativo de coleta e divulgação de dados de preços e ecologia da castanha-da-amazônia, o IÊ — Foto: Thiago S. Araújo / Divulgação

A proposta tecnológica consiste no aperfeiçoamento e na expansão do sistema IÊ, já em uso e desenvolvido pelo Coletivo da Castanha e pelo Observatório Castanha-da-Amazônia. O aprimoramento inclui quatro novas funcionalidades principais:

  1. Módulo de análise com Inteligência Artificial (IA): capaz de processar o histórico de preços, cruzar informações econômicas e ecológicas e gerar previsões e tendências.
  2. Análise geográfica dinâmica: permite a visualização espacial de dados das chamadas “Regiões Castanheiras”, para entender dinâmicas regionais e territoriais.
  3. Chatbot de voz com IA: voltado à consulta, coleta e disseminação de informações, especialmente para comunidades com baixa conectividade e limitado letramento digital.
  4. Plataforma integrada de visualização: possibilita a combinação e análise conjunta de dados econômicos e ecológicos, além da geração automatizada de relatórios.

Terras do Brasil – Inteligência Artificial contribuindo para a governança responsável

O projeto da Fundação Espírito-santense de Tecnologia (Fest) propõe a incorporação de inteligência artificial, automação e integração de dados geoespaciais à plataforma Terras do Brasil, que apoia ações governamentais voltadas ao fortalecimento da governança fundiária no país.

Plataforma terá impacto direto na melhoria das condições de vida de agricultores familiares, comunidades tradicionais e pequenos ocupantes — Foto: Reprodução / Fest
Plataforma terá impacto direto na melhoria das condições de vida de agricultores familiares, comunidades tradicionais e pequenos ocupantes — Foto: Reprodução / Fest

Com o uso da IA, a iniciativa busca estruturar e ampliar a escala do sistema, possibilitando o monitoramento contínuo do uso da terra, a geração automatizada de diagnósticos e o desenvolvimento de indicadores de desempenho. A solução visa tornar a gestão territorial no setor público mais ágil, precisa e orientada por dados atualizados e integrados.

O projeto também pretende aprimorar a experiência do usuário final, com ferramentas interativas e inteligentes, como assistentes virtuais que orientarão gestores e requerentes em processos de regularização fundiária. Além disso, o projeto visa o fortalecimento da sustentabilidade ambiental, com a identificação de corredores ecológicos que conciliem ocupação produtiva e preservação ambiental.

Gestão sustentável da propriedade rural – integrando sensoriamento remoto e IA

A proposta do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig) busca tornar as áreas de pastagens mais produtivas e sustentáveis, contribuindo para que o Brasil alcance a meta de desmatamento líquido zero até 2030.

Recuperação de pastagens no Pantanal — Foto: Eduardo Cruzetta
Recuperação de pastagens no Pantanal — Foto: Eduardo Cruzetta

A iniciativa propõe oferecer assistência técnica contínua aos produtores, por meio da integração de bases de dados já existentes e da aplicação do estado da arte em tecnologias de machine learning — uso de inteligência artificial (IA) em sistemas inteligentes que aprendem com dados sem serem explicitamente programados. O projeto será estruturado em quatro eixos principais:

  1. Mapas de pastagens sob demanda com precisão espacial de aproximadamente 0,1 hectare;
  2. Estimativas de produção de forragem a cada cinco dias, com base em dados de satélites e informações sobre densidade animal;
  3. Alertas de eventos climáticos e meteorológicos, a fim de permitir ações preventivas no manejo das propriedades.
  4. Indicadores de sustentabilidade que possibilitam a certificação de produção livre de conversão e o acesso facilitado a linhas de crédito verde.

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