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III Seminário Internacional Gráfico mostra como inovação e tecnologia fortalecem livros impressos e renovam a indústria

BRCOM by BRCOM
setembro 22, 2025
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Bianca Ramoneda, Eliana Alves Cruz, Zélia Duncan, Janaína Senna e Vagner Amaro participaram do painel Autores e Editores: o desenvolvimento do livro — Foto: Vinicius Magalhães

A magia de transformar ideias em palavras, desenhos, histórias, até chegar ao livro físico é resultado de uma fina sintonia entre leitores, autores, editores e os profissionais de inúmeras especialidades que formam a indústria gráfica. O fortalecimento desses elos, o amor pela leitura e o futuro dessa cadeia produtiva transformadora estiveram em debate no III Seminário Internacional Gráfico, realizado na Casa Firjan, no dia 17 de setembro.

Os participantes concordaram que as mudanças da era digital não enfraqueceram e, ao contrário, fortaleceram o interesse pelos livros de papel. Esse movimento abriu caminho para uma nova forma de produção que envolve tecnologia de ponta, sustentabilidade no uso de materiais como tintas e papéis, edições personalizadas e clubes de leituras virtuais que movimentam legiões de fãs de livros no mundo inteiro.

Na abertura do seminário, atores encenaram em divertidas esquetes os números que fazem uma radiografia dos leitores e o peso da indústria gráfica no Brasil e no Rio de Janeiro: 58% dos leitores brasileiros são mulheres. Os livros de papel representam 85% por mercado editorial, e 65% dos leitores preferem as edições impressas. O Estado do Rio de Janeiro tem 1.200 gráficas em atividade e gera 22% dos empregos do setor gráfico nacional. Pela primeira vez, os não leitores superaram os leitores: em 2024, 53% da população não leu nenhum livro.

O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, mencionou o avanço dos meios digitais, que, no entanto, não superam o prazer da leitura física.

— A facilidade do digital não é nossa parte completa. Nossa parte completa é o setor gráfico que está aqui — afirmou o presidente da Firjan. — Eventos como o Seminário Internacional Gráfico têm o poder de colocar os holofotes da sociedade e do mercado editorial sobre a indústria gráfica fluminense. Trata-se de um passo decisivo rumo à retomada do protagonismo nacional do setor — concluiu Caetano.

No primeiro encontro do seminário, a mediadora Bianca Ramoneda recebeu o escritor Itamar Vieira Junior, vencedor do Prêmio Jabuti 2020 com Torto Arado (Todavia). Itamar falou da sensação de receber um vídeo que mostrava a impressão de seu novo livro, Coração sem Medo:

— Vi toda a produção, o livro saindo da esteira, o papel sendo cortado, fiquei imaginando o cheiro do papel, da tinta. Fiquei muito emocionado. É um processo que depende das máquinas, mas tem os seres humanos ali, projetando, vendo as imperfeições, comandando. O livro carrega algo poderoso que vai viver para sempre. Não é só um livro que sai da máquina, tem algo maior e vocês todos que trabalham nesse elo são parte disso.

Também Vagner Amaro, fundador da Editora Malê citou a ligação entre edição e impressão:

— De 2009 em diante, várias editoras negras surgiram e elas só surgiram porque a indústria gráfica tornou mais democráticos imprimir os livros. Esses pontos não estão soltos, a gente está caminhando junto. Vocês estão juntos com a gente possibilitando novos pensamentos.

Amaro participou do primeiro painel, ao lado de Eliana Alves Cruz, vencedora do Prêmio Jabuti 2022 na categoria Contos, com “A vestida” (Malê), Zélia Duncan, cantora e compositora que lançou o livro “Benditas coisas que eu não sei” (Agir), e Janaína Senna, da Editora Agir.

As tendências e inovações do mercado gráfico e editorial foram tema do segundo painel, que reuniu Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), e a consultora internacional Emma House, fundadora do Oreham Group, com mediação de Nathália Coelho, do Laboratório de Tendências Casa Firjan.

Segundo Emma, o mercado global de livros é avaliado em US$ 159,9 bilhões e as estimativas são de atingir US$192,1 bilhões em 2030.

— A indústria gráfica está passando por várias mudanças e, independente da tecnologia em voga, sempre consegue sobreviver. O Brasil está entre os top 10 do mercado global de publicações, que está crescendo com quadrinhos, mangás, livros religiosos, infantis e também os livros personalizados e edições de colecionador. A impressão sob demanda está influenciando positivamente o setor. A tecnologia está mudando a maneira como lemos. Há um imediatismo, mesmo no livro impresso. As publicações tradicionais têm um apelo cultural e emocional e se mantêm fortes. O futuro da impressão parece muito brilhante — afirmou a consultora.

Dante Cid mostrou números que revelam a queda nas vendas do mercado de livros nas últimas duas décadas, em valores reais, que se deve principalmente à redução de livros didáticos e universitários, que têm preço médio mais alto. Na outra ponta, há aumento da venda de obras gerais e de livros religiosos. Apear dos desafios, o setor produziu 366 milhões de livros impressos em 2024, com faturamento de R$ 6,6 bilhões e lançamento de 44 mil títulos.

Os livros digitais representam apenas 9% do mercado editorial.

Bianca Ramoneda, Eliana Alves Cruz, Zélia Duncan, Janaína Senna e Vagner Amaro participaram do painel Autores e Editores: o desenvolvimento do livro — Foto: Vinicius Magalhães

Na avaliação do presidente do SNEL, “a tendência é de coexistência do digital e do impresso: não há substituição, há complementação”.

Esses mesmos termos – coexistência e complementação – foram usados pelos participantes do terceiro painel, que reuniu o consultor espanhol

Francisco Calvache e representantes das empresas de impressão: Luis Iglesias, gestor da Divisão de Impressão de Produção da Gomaq, representante da Xerox; Paulo Faria, CEO da Koenig & Bauer do Brasil; e Silvia Montes, presidente da Heidelberg do Brasil. A mediação foi de Sandra Rosalen, chefe de laboratório do Departamento de Impressão Digital e Offset da Universidade de Wuppertal, na Alemanha.

A dúvida sobre o destino das máquinas offset, com o crescimento dos equipamentos digitais, surgiu no passado, mas há espaço para as duas tecnologias.

— A pressão do digital obrigou o offset a se aprimorar. O offset tem recursos de enobrecimento, o livro não é só o visual, tem o tato, a textura, isso tudo aporta valor ao livro. As offsets vão ficar mais digitais no sentido de possibilidades e acerto rápido. E as digitais vão ficar mais offset em termos de qualidade, repetibilidade, confiabilidade, robustez — afirmou Paulo Faria.

O uso da inteligência artificial tanto na tecnologia quanto nas fases de produção, revisão e marketing também esteve presente nos debates, incluindo o desafio de garantir direitos autorais e remuneração por parte das plataformas pelo uso de conteúdo.

No quarto e último painel, Gustavo Benvenho, da Midiograf, falou da experiência com impressões sob demanda:

— Nós, gráficos, temos que estar preparados para a volatilidade do mercado e usar a tecnologia quando likes viram damanda.

Levar a leitura para as redes sociais foi o caminho do booktoker Patrick Torres, que fez sucesso ao postar um vídeo sobre o enredo de Dom Casmurro, de Machado de Assis, como se fosse a sua própria história.

Patrick já lançou dois livros.

— Faço parte de um grupo de escritores que nascem dos likes. O mercado editorial está atendo a isso.

Outras atividades animaram o III Seminário Internacional Gráfico, que fez parte da programação oficial do “Rio – Capital Mundial do Livro”, título concedido pela Unesco. O público teve oportunidade de ver a exposição “De onde vem o livro que você lê”, uma imersão em Realidade Virtual que levou a uma viagem pela história, desde Gutenberg até a era digital. Também mostrou todo o percurso do livro, desde a ideia do autor até a chegada à livraria e a interação com o leitor. A mostra está agora na Escola de Comunicação da UFRJ – ECO, no Campus da Praia Vermelha – Avenida Pasteur, 250 – Fundos. O horário de visitação é de segunda a sexta, das 8 horas às 21h30, com entrada gratuita.

Já os alunos do Curso Técnico em Design Gráfico do Centro de Referência Gráfica Firjan SENAI SESI Maracanã participaram de um hackathon, em que foram desafiados a criar a capa do livro Rio de Letras 2025. O prêmio Rio de Letras reconhece os melhores contos, crônicas e poesias de alunos das redes estadual e Firjan SESI e de trabalhadores da indústria. A vencedora do hackathon foi a equipe Natureza Literária, formada por Beatriz Barbosa Cruz, Heloísa Ferreira de Amorim da Silva, Lucas Gustavo Ribeiro Ferreira de Souza e Maria Clara Ribeiro de Carvalho, todos de 17 anos. Em comum, a paixão pelos livros e a determinação de fazer parte da nova geração da indústria gráfica fluminense.

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