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Israel presta homenagens por dois anos de atentado, enquanto Hamas exige retirada militar de Gaza junto à libertação do último refém

BRCOM by BRCOM
outubro 7, 2025
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Tendas usadas por refugiados internos palestinos perto de mesquita em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Omar AL-QATTAA / AFP

O grupo terrorista Hamas afirmou nesta terça-feira que a libertação do último refém em Gaza deve acontecer em paralelo à retirada total das tropas israelenses do enclave palestino, ao apresentar suas principais exigências na nova rodada de negociações indiretas em Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, no Egito. A demanda surge em um momento em que as duas partes trabalham em ajustes à proposta de 20 pontos apresentada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para a paz — em uma data que o Estado judeu presta homenagens às vítimas do ataque de 7 de outubro de 2023, que completa dois anos, enquanto o território palestino permanece sob bombardeio. Em Washington, Trump afirmou que enxerga uma “possibilidade real” de encerrar a guerra.

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As demandas foram apresentadas pela delegação do Hamas logo após a abertura do segundo dia de negociações, que ocorrem sob forte esquema de segurança na turística cidade egípcia. Entre os pontos listados, o grupo palestino citou a necessidade de um cessar-fogo permanente e abrangente; a entrada irrestrita de ajuda e socorro humanitários; o retorno das pessoas deslocadas para suas casas e o início imefiato de um processo completo de reconstrução, supervisionado por um órgão nacional palestino. A libertação dos reféns estaria também condicionada a um “acordo justo de troca de prisioneiros”, segundo disse o porta-voz Fawzi Barhum, citado pela rede catari Al-Jazeera.

Ao apresentar seu plano de 20 pontos para a paz ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na semana passada, Trump afirmou que haveria pouco espaço para negociação, e em tom de ultimato, afirmou que se o Hamas não aceitasse a proposta, apoiaria integralmente qualquer atitude adotada por Israel. Em uma declaração à imprensa a partir do Salão Oval da Casa Branca nesta terça, o republicano disse que a chance de acordo era “real” e que uma equipe diplomática estava a caminho do Egito.

A proposta original de Trump prevê uma série de questões para o fim da guerra em Gaza e sobre o futuro do enclave no dia seguinte ao encerramento do conflito. Especificamente quanto ao retorno dos reféns israelenses, o texto é taxativo ao afirmar que todos eles, vivos ou mortos, devem ser devolvidos a Israel “dentro de 72 horas” após o Estado judeu aceitar publicamente o acordo.

O prazo parece incompatível com a demanda do grupo palestino para a retirada das tropas israelenses do enclave, embora os termos não tenham fixado prazos. Ao contrário do retorno imediato dos cativos, o plano americano prevê uma retirada por etapas dos militares, com cada recuo ficando condicionado a contrapartidas no terreno, como o estabelecimento de uma Força Internacional de Estabilização temporária (ISF, na sigla em inglês) em Gaza — liderada por Washington e com a colaboração de “parceiros árabes e internacionais”.

A retirada final, do chamado “perímetro de segurança” nas fronteiras com Israel e Egito, estaria condicionada uma avaliação ainda mais subjetiva: a eliminação de toda “ameaça terrorista ressurgente” no enclave. Em um comunicado também nesta terça-feira, a Jihad Islâmica, grupo terrorista que também participou do ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, afirmou que a libertação dos “prisioneiros” não seria possível sem um “acordo de troca no qual Israel se comprometa a encerrar a guerra”, e que a “arma da resistência existe para libertar a terra e combater o inimigo, e ela não será embainhada até que esses dois objetivos sejam alcançados”.

Apesar dos gargalos aparentes, fontes palestinas e israelenses demonstraram certo grau de otimismo com o começo das negociações. O gabinete de Netanyahu disse haver um “otimismo cauteloso” sobre a rodada no Egito, que já conta com a participação de mediadores do país sede e do Catar, e receberá o reforço de peso do primeiro-ministro catari, Mohammed al-Thani, e do enviado especial de Trump, Steve Witkoff, a partir de quarta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores egípcio indicou que as conversas desta terça-feira teriam como foco a garantia de acesso irrestrito à ajuda humanitária por meio dos canais da ONU — algo que não ocorre desde que a distribuição de itens essenciais foi centralizada na criticada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) —, bem como no mecanismo de segurança para retirada das tropas israelenses.

Trump foi questionado sobre a preocupação do Hamas e de países árabes sobre uma continuidade dos ataques israelenses após a devolução dos reféns, e se comprometeu a tomar todas as medidas cabíveis para que o conflito não se reiniciasse uma vez que os termos fossem acatados.

— Quando esse acordo acontecer, se acontecer… faremos todo o possível [para impedir uma volta das agressões]. Temos muito poder para garantir que todos cumpram o acordo — disse o americano.

O primeiro dia de negociações terminou com uma avaliação positiva, de acordo com interlocutores do lado palestino ouvidos pela imprensa internacional. O porta-voz Barhum afirmou que a delegação do Hamas “tenta superar todos os obstáculos para alcançar um acordo que atenda às aspirações do nosso povo em Gaza” — palestinos revelaram temores de que o grupo priorizasse só seus interesses ao negociar.

Uma fonte palestina familiarizada com as negociações afirmou à rede britânica BBC que se alcançou um entendimento entre mediadores e as partes sobre a agenda e os mecanismos para as negociações em andamento. As discussões, segundo afirmou, seguiriam uma estrutura de cinco pontos, abrangendo o fim da guerra, a troca de prisioneiros e reféns, a retirada israelense, a assistência humanitária e a governança pós-guerra.

Tendas usadas por refugiados internos palestinos perto de mesquita em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Omar AL-QATTAA / AFP

Enquanto os esforços diplomáticos tentam por fim a um conflito que deixou mais de 67 mil mortos em Gaza, e 1,2 mil apenas no primeiro dia de ataque contra Israel, declarações marcando o segundo ano do conflito se multiplicaram pelo mundo. Enquanto a maioria dos líderes mundiais pediram por um fim do conflito, o Hamas defendeu o ataque lançado contra o Estado judeu, que vitimou, em sua maioria, civis.

— Reafirmamos que o Dilúvio de Al Aqsa de 7 de outubro foi uma resposta histórica às tentativas de erradicar a causa palestina — disse Barhum, em um discurso televisionado.

Em Israel, o dia foi marcado por homenagens às vítimas do atentado. Às 6h29 no horário local (00h29 em Brasília), mesmo momento em que Hamas lançou sua ofensiva em 2023, dezenas de regiões em todo o país fizeram silêncio em tributo às vítimas e aos reféns. No memorial construído no local onde acontecia o festival Nova, de música eletrônica, dezenas de famílias se reuniram na tentativa de se conectar com a lembrança de seus parentes.

Orit Baron, de 57 anos, mãe de Yuval, umas das vítimas daquele 7 de outubro, esteve no local onde ocorreu o festival de música nesta terça, e afirmou que o luto permanece vivo.

— Estou aqui para estar com ela, porque foi a última vez que ela esteve viva, aqui com seu noivo, Moshe, que também foi morto naquele dia — refletiu Orit Baron, de 57 anos, mãe da vítima Yuval. — É como se ela estivesse aqui comigo agora.

O ex-refém Eli Sharabi, que ficou 491 dias de cativeiro e contou sua história em livro, compartilhou uma reflexão profundamente pessoal nas redes sociais. Em sua publicação, ele lamentou a perda de sua esposa, Lian, de suas filhas Noya e Yahel, e de seu irmão Yossi, todos mortos pelo Hamas.

Em um comunicado, o Hamas descreveu os meses desde o ataque de 7 de outubro como “dois anos de dor, injustiça, opressão e grande sofrimento, com custos elevados”, enquanto novos ataques eram lançados contra o território palestino. Treze pessoas morreram apenas nesta terça, de acordo com as autoridades de saúde palestinas. O grupo também denunciou o que chamou de “vergonhoso silêncio internacional” e um “abandono sem precedentes” dos países árabes.

Aliados históricos da causa palestina, países da região, como Arábia Saudita, Catar e Egito não se envolveram diretamente na guerra contra Israel após a ofensiva lançada pelo Hamas, que contou apenas com grupos ligados ao Eixo da Resistência, liderado pelo Irã, no apoio armado.

Os países árabes também demonstraram um apoio massivo aos termos apresentados por Trump, com a concordância de Netanyahu, que condiciona o fim da guerra em Gaza ao desarmamento e desarticulação política do Hamas.

Apesar disso, muitos deles têm reiteradamente denunciado a guerra em Gaza como um crime contra os palestinos. O Catar, que continua a atuar como mediador mesmo após ser bombardeado por Israel no mês passado, afirmou nesta terça-feira que as Forças Armadas do Estado judeu já deveriam ter interrompido suas operações militares em Gaza.

— Esperamos os resultados das negociações nos próximos dias sobre o cessar-fogo — declarou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores catari Mayed al-Ansari. (Com AFP)

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