Quando Ellie Goulding começou a entoar os primeiros versos de “Your Song”, clássico de Elton John, na ilha de San Giorgio Maggiore, em Veneza, havia mais do que romantismo no ar. A performance, durante a luxuosa recepção do casamento de Jeff Bezos e Lauren Sánchez, parecia ecoar, de forma quase fantasiosa, um momento que há 14 anos havia marcado a união de Kate Middleton e Príncipe William. Não foi mera coincidência: a mesma cantora, a mesma música, o mesmo papel — ser a voz de uma dança que marca o início de uma nova vida a dois.
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Ao custo estimado de US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 271,5 milhões), o casamento do fundador da Amazon com a ex-repórter de entretenimento se estendeu por três dias de pura opulência, pontuado por apresentações exclusivas, convidados estrelados e um caprichado roteiro à beira do Grande Canal de Veneza. Mas foi o elemento emocional — e inesperadamente compartilhado com a família real britânica — que despertou a atenção da mídia global: a escolha de Ellie Goulding para cantar em uma cerimônia tão emblemática.
Goulding já havia desempenhado esse papel em abril de 2011, quando cantou “Your Song” na segunda recepção do casamento de William e Kate, realizada na Sala do Trono do Palácio de Buckingham. Na ocasião, a performance foi secreta até a última hora. “Não me mandaram ficar quieta, mas achei melhor manter tudo em segredo”, revelou ela em entrevista ao Daily Mail em 2012. “Sabia que haveria um interesse enorme no casamento, então queria manter algo em segredo.”
Durante o casamento real, William e Kate compartilharam sua primeira dança ao som da balada de Elton John, e Goulding ainda estendeu o setlist com faixas como “Starry Eyed”, “Mr. Brightside” e “Superstition”.
Já na Itália, Goulding repetiu o sucesso. Dessa vez, não apenas trouxe de volta o clássico de Elton John, como também fez parte de uma escalação musical estelar. Matteo Bocelli, filho do tenor Andrea Bocelli, emocionou os convidados com um cover de “Can’t Help Falling in Love”, de Elvis Presley, escolhido como trilha da primeira dança do casal Bezos.
A festa em Veneza também teve apresentações vibrantes de Usher, que cantou seu hit “Yeah”, e sets dos DJs Cassidy, Kygo e Mei Kwok, garantindo que o glamour fosse também pista de dança.
Uma constelação de convidados
Se o casamento teve um toque da realeza britânica, o restante da festa foi puro jet set internacional. Estiveram presentes nomes como Orlando Bloom, Tom Brady, Oprah Winfrey, Gayle King, Leonardo DiCaprio, Kim Kardashian, Khloé Kardashian, Kris Jenner, Kylie Jenner, Sydney Sweeney, Ivanka Trump, Jared Kushner, Karlie Kloss, Josh Kushner, Bill Gates e até a Rainha Rania da Jordânia.
Um verdadeiro desfile de celebridades que transformou a pequena ilha italiana em capital global do luxo por um fim de semana.
Mas nem tudo foram flores. Enquanto os noivos comemoravam em grande estilo, vozes críticas também ecoaram. A atriz Rosie O’Donnell classificou o evento como “excesso grosseiro”, enquanto Charlize Theron usou as redes sociais para alfinetar os “extravagantes caprichos dos super-ricos”.
Entre canções e memórias
Goulding, por sua vez, se manteve discreta sobre sua nova participação em um casamento de grande porte. Apesar de ainda não ter comentado publicamente sobre a cerimônia de Bezos e Sánchez, já havia revelado no passado como se sentiu ao cantar para William e Kate: “Tocar a primeira dança da noite, ‘Your Song’, foi de arrepiar”, disse.
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“Mas William e Kate ficaram muito agradecidos. Eles são um casal incrível e me disseram o quanto gostaram. Minha banda e eu ficamos na recepção a noite toda, e é algo que guardarei para sempre.”
Agora, com a repetição do momento em um cenário tão diferente — e ainda assim igualmente suntuoso —, a artista parece ter se tornado uma especialista em trilhar musicalmente uniões de conto de fadas.
Curiosamente, há paralelos entre os dois casais que transcendem o repertório da festa. Ambos representam uniões que desafiaram expectativas: William, príncipe de nascimento, casando-se com uma plebeia; Bezos, bilionário, selando compromisso com uma figura midiática e independente. Em cada casamento, a música de Goulding funcionou como símbolo de um certo tipo de romantismo que ainda resiste — mesmo no topo da pirâmide social global.
Entre Veneza e Londres, entre 2011 e 2025, entre realeza e Big Tech, ficou claro que há algo de eternamente simbólico na escolha de uma canção para embalar o primeiro passo de uma vida conjunta. E enquanto “Your Song” ecoava pelas paredes do Palácio de Buckingham e pelos canais venezianos, uma coisa ficou certa: a música, às vezes, vale tanto quanto um anel de diamante.
