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Livro de Marcelo Rubens Paiva vai virar ópera com apresentação na Praia de Copacabana; saiba mais

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março 19, 2025
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Marcelo Rubens Paiva — Foto: Reprodução/Instagram

O maestro olha pro horizonte e contempla uma lua cheia amarelada, baixa, rasgada por riscos de nuvens. É noite em Ouro Preto, a chuva cessou. Enquanto vai caminhando por uma viela, os paralelepípedos ainda molhados, ele aponta encantado para a Igreja de Santa Efigênia, sobre a qual aquela lua repousa charmosa, e chama a atenção de dois repórteres que o seguem: “Foda, né?”. Rodrigo Toffolo, 47 anos, parece sensível toda vez que se refere à cidade histórica onde nasceu. Também foi lá, na casa onde ele cresceu e onde seus pais moram até hoje, que nasceu a companhia que ele rege orgulhoso: em 2025, a Orquestra Ouro Preto completa 25 anos.

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Não longe dali, num concerto feito somente para convidados na Casa da Ópera — o teatro em funcionamento mais antigo da América do Sul, de 1770 —, Toffolo conversou com jornalistas sobre os planos do grupo para este ano comemorativo. Trouxe uma novidade fresca: a Orquestra Ouro Preto está montando uma ópera baseada no livro “Feliz ano velho”, de Marcelo Rubens Paiva. A primeira apresentação está marcada para 12 de junho, de graça, na Praia de Copacabana. Depois, o espetáculo vai seguir para Belo Horizonte.

— Quando tivemos a ideia, não sabia do filme, do Oscar, tomei um susto — disse Toffolo ao explicar o porquê da escolha do livro (Marcelo Rubens Paiva também é autor de “Ainda estou aqui”, livro que inspirou o longa de Walter Salles que ganhou o Oscar de melhor filme internacional). — É um livro fantástico. O jeito que ele escreve não necessariamente nos joga na tragédia.

Marcelo Rubens Paiva — Foto: Reprodução/Instagram

Escrito em 1982, “Feliz ano velho” narra o acidente que deixou o autor tetraplégico pouco antes do Natal de 1979. Se tornou um clássico da literatura brasileira contemporânea. Para criar as músicas da nova ópera, Toffolo convidou Tim Rescala, repetindo uma parceria exitosa. Rescala assinou as músicas e o libreto das duas primeiras óperas executadas pela Orquestra Ouro Preto — “O Auto da compadecida” e “Hilda Furacão”.

O maestro não quer dar spoilers, mas vai adiantando parte do novo projeto.

— Optamos por ter o Marcelinho nessa ópera, então teremos um cantor menino, que é o Marcelo jovem, que conversa com o Marcelo mais velho. Outra cena que vai ter na ópera, que é um momento do livro que eu acho muito emocionante, é quando ele chega num parque e vê outros cadeirantes. Vamos fazer uma grande valsa de cadeira de rodas — explica.

Num vídeo exibido durante o concerto, o próprio Marcelo Rubens Paiva comentou a escolha de seu livro para virar ópera na mão da Orquestra Ouro Preto. “Eu estou exultante em ver florescer uma nova ópera brasileira baseada no meu primeiro livro”, comemorou o escritor. “A sensação de ver uma obra sendo transformada em ópera me faz sentir muito mais que um cara importante, mas um cara quase erudito”, brincou.

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A Orquestra Ouro Preto surgiu nos cômodos da casa da família Toffolo, por forte influência de Ronaldo Toffolo, pai de Rodrigo e de seus quatro irmãos. Todas as crianças se interessaram por música, em especial o violino, e ali, no seio familiar, formaram um pequeno grupo que viria a se tornar a orquestra que leva o nome da cidade.

— De uma forma curiosa e interessante, a ópera foi um gênero que abraçou muito as crianças, em especial “A flauta mágica”, de Mozart. Eles viam vídeos daquela época, em fitas VHS, e Mozart foi um ambiente muito sedutor, muito importante. Mas havia de tudo — explica Ronaldo, entre um café e outro, na sala repleta de discos onde tudo começou. — Toda a história da música ocidental está aqui nesses discos — completa.

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Hoje, todos os irmãos continuam na Orquestra: além de Rodrigo, que se tornou o maestro da companhia, fazem parte do grupo de músicos fixos os violinistas Rodolfo e as gêmeas Mara e Marina Toffolo. Ronaldo, o quinto irmão, está à frente da produção da orquestra.

— A gente acordava domingo de manhã com música clássica bem alta — relembra Marina.

Além da ópera de “Feliz ano velho”, a Orquestra Ouro Preto divulgou outros highlights de sua programação para 2025. Depois de um início de ano que já começou movimentado, com turnê pela Europa ao lado de Alceu Valença, a companhia lança na sexta o seu 22º álbum: “Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari”. No dia 23 de março, às 11h, no Sesc Palladium, em Belo Horizonte, o grupo homenageia o compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera, com participação do Quinteto Tempos. Os ingressos já estão à venda no site Sympla e na bilheteria do teatro. Por conta dos 25 anos, também há concertos confirmados no Rio Grande do Norte, Bahia, São Paulo, Paraná e Amazonas.

— Sempre falamos em excelência e versatilidade, que são duas coisas que vem juntas. A maneira que a gente para pra ensaiar Beatles é a mesma maneira que ensaiamos Mozart, por exemplo. Na nossa cabeça, não tem diferença. Excelência é fundamental e é uma marca nossa nesses 25 anos — observa o maestro Rodrigo Toffolo.

* O repórter viajou a convite da Orquestra Ouro Preto

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