Depois de seis anos com a bandeira do Brasil no lugar mas alto do pódio, a Vivo Rio Pro não terá um campeão brasileiro. Quem chegou mais longe foi Luana Silva, que fez história ao chegar à final, mas foi derrotada pela australiana Molly Picklum —nova líder do ranking da WSL — na decisão em Saquarema. Na disputa dos homens, o americano Cole Houshmand ficou com o título, encerrando uma hegemonia de seis anos de campeões brasileiros.

Na decisão, Luana enfrentou Molly Picklum, que venceu sua primeira etapa do circuito da WSL no ano e agora lidera o ranking do circuito. A australiana venceu com um somatório de 15, contra 9,23 da brasileira, que ganhou a prioridade nos minutos finais da decisão, mas não encontrou a onda necessária para pontuar e ultrapassar a adversária.

Nas semifinais, Luana caiu na água na primeira disputa e obteve uma vitória expressiva sobre Marks. Com notas 5,43 e 5,00, Luana somou 10,43 pontos e avançou às semifinais em Saquarema. A norte-americana teve dificuldades para encontrar boas ondas e totalizou apenas 6,57, precisando de 6,63 para virar o confronto.

— É loucura com doideira, não sei explicar muito (risos). Sem palavras. Quando eu entrei no mar, olhei para trás e vi a praia lotada. Nunca vivi uma coisa dessa, fazer parte de uma final, ainda mais aqui em Saquarema — contou a surfista após a prova, visivelmente emocionada.

Na competição masculina, o sonho de título brasileiro acabou na semifinal. Desde 2017, quando a disputa passou a ser em Saquarema, o país enfileirava campeões do Rio Pro: Adriano de Souza, Filipe Toledo (três vezes), Yago Dora e Italo Ferreira foram os últimos vencedores da etapa. Desta vez, Miguel Pupo foi quem chegou mais longe, mas parou nas semifinais ao ser derrotado pelo norte-americano Cole Houshmand. Ele fez uma final 100% americana com Griffin Colapinto, e saiu com o título.

Em uma bateria de alto nível técnico, Houshmand levou a melhor com um somatório de 15,06 pontos contra 13,83 do brasileiro. Pupo chegou a anotar 7,33 em sua melhor onda, mas precisava de 7,73 para virar o confronto nos minutos finais. Ele disputará a final 100% americana com Griffin Colapinto, que venceu Ethan Ewing na semi.

— O pessoal deve estar até bravo comigo, tirei todos os brasileiros e depois perdi (risos). Mas estou feliz com a campanha, vencer Felipe e o Yago, foram dois gigantes que tive que bater, infelizmente. Queria muito estar na final, ir para casa com o maior troféu, dar orgulho para todo mundo aqui. Mas a gente tem a Luana na final, temos mais uma chance. Feliz com a campanha, com o meu surfe, minhas costas estavam muito ruins. Tive que batalhar dentro e fora da água, foi um evento de superação para mim — contou Pupo após a eliminação.

Miguel Pupo reflete sobre eliminação na semifinal da Vivo Rio Pro

Na primeira bateria das quartas de final, Miguel Pupo levou a melhor sobre Yago Dora, campeão em 2023, em uma disputa equilibrada. Com notas 6,50 e 5,83, Pupo somou 12,33 pontos e eliminou o catarinense, que registrou 5,30 e 5,00, totalizando 10,30. Yago precisava de uma nota 7,03 para virar, mas não conseguiu encontrar uma onda com potencial suficiente.

— Agora é ir pra casa descansar, me prepara para a próxima fase. Eu não paro em casa desde El Salvador. Devo ficar uns três dias por lá e já viajar de novo — disse Yago.

Na última bateria das quartas, Italo Ferreira entrou na água com a missão de manter viva a chance de uma final 100% brasileira, mas acabou superado por Ethan Ewing. O australiano foi cirúrgico: tirou um 8,00 logo no início e somou 6,43 depois, totalizando 14,43. Italo tentou reagir com um 7,00 e um 6,40, mas sua pontuação final (13,40) não foi suficiente.

O potiguar campeão olímpico se despede da etapa com uma performance sólida, mas fica fora do pódio. Ele precisava de 7,44 pontos na reta final para assumir a liderança, mas não teve a oportunidade de virar o placar.

Luana Silva é vice-campeã em Saquarema; no masculino, Brasil não chega à decisão pela primeira vez desde 2017