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‘Lula prometeu uma Frente Ampla, mas entregou uma Frente Janja’, diz marqueteiro Chico Mendez 

BRCOM by BRCOM
abril 2, 2025
in News
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'Lula prometeu uma Frente Ampla, mas entregou uma Frente Janja', diz marqueteiro Chico Mendez 

O oitavo entrevistado da newsletter é o marqueteiro Chico Mendez, com extenso currículo em campanhas nacionais e internacionais. Foi vitorioso com Fernando Pimentel, em Minas Gerais, em 2014; no segundo turno com João Doria, em São Paulo, em 2018, mesmo ano em que fez a campanha de Henrique Meirelles ao Planalto. Fora do Brasil, participou das disputas na Venezuela, com Henrique Capriles, e no Peru, com Pedro Paulo Kuczynski, o PPK. Chico Mendez está nesse momento auxiliando na comunicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Ele discorda da entrevista que João Santana me deu no mês passado, falando que a saída para o governo Lula é dar uma guinada à esquerda nos dois anos finais. Para Chico, a receita deveria ter sido justamente a oposta desde 2023: sinalizar mais ao centro e à Frente Ampla formada para vencer Jair Bolsonaro no ano anterior nas urnas.

Você pode ler abaixo todas as entrevistas feitas pela “Jogo Político”:

  • ‘Eleição de 2026 será de mudança’: A entrevista com Renato Pereira
  • ‘Economia e direita esfacelada tornam Lula favorito para 2026′: A entrevista com Marcello Faulhaber
  • ‘Fenômeno global de dificuldade de reeleição de governantes impacta Brasil e Lula para 2026’: A entrevista com Maurício Moura
  • ‘Direita não se resume a Bolsonaro, mas vaidade vai levá-lo a manter a candidatura a presidente até o fim’: A entrevista com Marcos Carvalho
  • ‘O bolsonarismo vai precisar de Tarcísio candidato a presidente em 2026’: A entrevista com Paulo Vasconcelos
  • ‘A crise de 2025 é mais difícil que a de 2005 para Lula’: A entrevista com João Santana
  • ‘Tarcísio vai esperar Bolsonaro até 31 de março de 2026 e Michelle é ótimo nome para vice’: A entrevista com Pablo Nobel

Abaixo, os principais trechos da conversa com Chico Mendez.

Desde janeiro, o governo trocou a área de comunicação, anunciou medidas, mas chegamos em abril e não há ainda nenhum sinal de melhora na popularidade de Lula, segundo a pesquisa Quaest divulgada hoje. Por quê?

Tem uma coisa maior do que simplesmente a insatisfação pela alta dos alimentos, como todos avaliaram. Lembra quando, em 2015, a ex-presidente Dilma (Rousseff) foi acusada pela esquerda de estelionato eleitoral por ter feito um arrocho fiscal diferente do prometido na campanha? Está acontecendo a mesma coisa agora, só que às avessas. Lula fez um governo para o PT, ignorou o centro e os liberais que o apoiaram em 2022. Isso funcionou durante um tempo enquanto o 8 de janeiro reverberava, como bem te disse o João Santana na entrevista dele. Agora, acabou.

Pelo visto o senhor discorda do João Santana quando ele disse que a saída para o governo está em dar uma guinada à esquerda…

Penso bem diferente dele. Lula foi eleito com uma diferença mínima de votos, ou seja, sem espaço para avançar com a agenda petista. Depois de 2002, ele teve sucesso por ter expandido o seu campo e colocado em prática uma agenda liberal. Lá atrás, isso diminuiu a chance de críticas. Lula capturou os temas dos adversários. Desta vez, os liberais tinham algumas expectativas de novo. Cito dois exemplos: uma política fiscal mais robusta e um repúdio maior ao regime na Venezuela. Deu-se o oposto desde 2023.

Os governistas rebatem esse tipo de fala com os seguintes argumentos: Lula chegou perto do déficit primário zero, nomeou Simone Tebet no Planejamento como o mercado queria e se distanciou de Maduro ao longo do mandato. Não foram os tais gestos que o senhor prega?

Tudo muito tímido. No fim do ano, o governo preferiu misturar o anúncio da isenção do Imposto de Renda com o corte de gastos. Isso confunde as pessoas. Além disso, enquanto o Nicolas Maduro dava golpes em cima de golpes, o PT fazia nota de apoio à ditadura. Foi esse documento do PT sobre Maduro que reverberou. Lula, no máximo, se distanciou “em off” do presidente da Venezuela. Ele nunca se impôs com o Maduro no tema da democracia. Em um país superideologizado como o Brasil, não dá mais para ser dúbio nem titubear. A verdade é que Lula prometeu um governo de Frente Ampla, mas entregou um de Frente Janja.

Sem preconceito e sem demérito, mas ela representa uma agenda identitária de esquerda que é minoritária no Brasil e que não representa a frente ampla que ajudou a eleger Lula.

Acha que a primeira-dama atrapalha a imagem do presidente?

O ministro (da Secom) Sidônio (Palmeira) é muito experiente. Ele deu um cavalo de pau nas redes sociais do governo, e ela saiu de cena completamente. Se isso aconteceu, é porque pesquisas mostraram que ela não estava ajudando.

Pé de meia, isenção do IR, “empréstimo do Lula”… Algumas dessas marcas podem ser a bala de prata que vai virar o jogo da popularidade para o governo?

Não é assim que funciona mais. Hoje em dia, as marcas da gestão são muito menos importantes. Mais relevante é a marca do gestor. Isso tem a ver com a maneira como consumimos conteúdos e formamos opinião hoje em dia. A pessoa física venceu a jurídica. Vale para o setor público e para as empresas, veja o movimento dos CEOs cada vez mais se comunicando com a sociedade. Estamos em um Brasil em que, dos 50 maiores perfis do Instagram, todos são de pessoas físicas. Quero dizer o seguinte: ninguém segue o perfil do Planalto, as pessoas vão seguir o do Lula. Instituições não contam histórias. Instituições têm suas histórias contadas e recontadas por líderes. Vamos falar de São Paulo. Afinal, qual a marca da gestão Tarcísio de Freitas? É o próprio Tarcísio, oras. O que ele carrega, os valores militares e de bom administrador. Tarcísio é a noiva mais desejada do Brasil e pode ser a grande anistia também.

Aliados de Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia e o senador Ciro Nogueira, acham exatamente isso que o senhor insinuou: após vencer a eleição presidencial em 2026, Tarcísio estaria forte o suficiente para anistiar o ex-presidente e outros condenados no 8 de janeiro…

O tema da anistia está ganhando corpo, ainda que não tenha mobilizado as ruas. Fiz pesquisas qualitativas recentes e já há integrantes de grupos de entrevistados falando até em dosimetria de pena para acusados pelo 8 de janeiro.

Mas uma coisa é anistiar a Debora Rodrigues, pichadora do batom, outra coisa é anistiar Bolsonaro. Tarcísio não terá problemas em defender isso em uma hipotética campanha presidencial?

Depende de como estará a avaliação do governo, do Bolsonaro e dos atributos que a direita vai construir ao longo do tempo diante da população. Debora e Bolsonaro têm dimensões diferentes, mas, no fundo, a causa é a mesma. Ambos estão se colocando como injustiçados sendo penalizados pelo sistema. Esta tem tudo para ser uma história poderosa. Não tenho dúvida de que uma prisão de Bolsonaro o tornará uma figura mítica ainda maior. Vai reforçar a dinâmica religiosa do bolsonarismo.

Estão todos na direita tentando bajular Bolsonaro neste momento. Mesmo se estiver preso, a eleição presidencial passará pela escolha dele?

Natural passar. O bolsonarismo cooptou toda a direita e eliminou a parte liberal. Neste momento, o Tarcísio está fazendo o jogo certo: apoiá-lo para mostrar gratidão e lealdade. Agora, os outros nomes são competitivos também. Qualquer que seja o candidato, a direita vai se unir em um segundo turno. Ronaldo Caiado tem uma trajetória desde os anos 80, (Romeu) Zema e esse estilo caipira antissistema, do cara que sofre bullying… Todos têm uma história para contar, mas acho Tarcísio o mais forte por ter o DNA do Bolsonaro.

Seu cliente, Hugo Motta, vai pautar a anistia?

Aí você tem que ver com ele, não tenho autorização para falar pelo Hugo. Agora, vale observar: só o fato de a direita insistir no tema já fez o Judiciário se mexer e aliviar a barra. O (Alexandre de) Moraes colocou a Debora em prisão domiciliar, o Fux falou que quer discutir a condenação de 14 anos. Nesses tempos que vêm aí, o Centrão vai exercer um papel bem importante de domo de ferro (referência ao sistema de defesa antiaérea de Israel) das instituições e da democracia no Brasil.

Existem dois tipos de centro. O eleitoral, que é uma abstração e morreu em 2022. E o político, que é o Centrão. Esse sim, sobrevive e mantém as instituições vivas. São lideranças como Rodrigo Pacheco, Davi Alcolumbre, Hugo Motta, Arthur Lira… A imprensa e as elites acabam sendo injustas e preconceituosas com eles e não dando o devido valor.

Não é muito cômoda essa vida de Centrão? Mandando no orçamento, posando de defensor da democracia, mas quem responde pela popularidade do governo é o presidente…

Cômodo, em tese. Na democracia digital que vivemos hoje em dia, Hugo Motta está apanhando dos dois lados nas redes sociais. É uma pressão real, e ele vai precisar se equilibrar nesse jogo ao longo do mandato. Sobre o orçamento, não domino gestão pública, mas quem sabe mais das demandas do eleitor? O deputado ou o gestor burocrata em Brasília? Será mesmo que toda emenda é ruim?

O senhor trabalhou para o PSDB, e o partido está em conversas com siglas do Centrão, como o Republicanos, para uma fusão. É a única saída para os tucanos?

Sim, terão que fazer esse movimento, coisa que sempre tiveram ojeriza na época em que mandavam no Brasil e faziam aliança com o PFL sem considerá-los parte da elite intelectual. Vão ter que perder o nojinho e fazer parte do Centrão. Vou criar uma expressão por aqui: o PSDB é um partido transinfluente. Não é, mas se identifica como se fosse.

Quem você vislumbra como nova liderança na esquerda ou centro-esquerda para o pós-Lula?

O PT deveria ter a dimensão de olhar fora do partido. Acho que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, deveria ser a semente regada pela esquerda para os próximos anos. Paes deixou de ser o playboy da Zona Sul para ser um suburbano do samba e com leveza. Ele tem domínio do digital, rapidez, sagacidade e deboche. Tudo na medida certa para o embate com essa direita nos próximos anos.

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  • Nadando em dinheiro, a Maricá de Quaquá fala em uma arena para 30 mil pessoas na cidade e até… na compra do Vasco
      • ‘Lula prometeu uma Frente Ampla, mas entregou uma Frente Janja’, diz marqueteiro Chico Mendez 

Nadando em dinheiro, a Maricá de Quaquá fala em uma arena para 30 mil pessoas na cidade e até… na compra do Vasco

Na semana passada, me chamou a atenção a seguinte notícia publicada na editoria Rio: “Maricá compra dez projetos inéditos de Oscar Niemeyer e quer se tornar a cidade com mais obras do arquiteto no estado”. Entre as ideias está um ambicioso estádio de futebol para 30 mil pessoas no município, que tem um time de futebol para lá de modesto.

Liguei para o sempre polêmico prefeito Washington Quaquá (PT) para entender as razões de gastar dinheiro público para construir mais um estádio no Rio. O diálogo foi bem objetivo, durou menos de cinco minutos:

Qual a utilidade de um estádio de 30 mil pessoas em Maricá?

Trinta, não. Serão 36 mil lugares.

Para o Maricá jogar nele.

E o Maricá lá tem torcida na cidade para encher esse estádio?

Tenho certeza de que a população de Niterói e São Gonçalo virá ao estádio.

Mas os moradores dessas cidades torcem para Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo…

O Maricá vai virar uma espécie de América, com o tempo. O segundo clube dos torcedores do Rio. O estádio vai encher.

Será um estádio maior do que São Januário, do Vasco, a quinta maior torcida do Brasil segundo as pesquisas…

Nosso estádio também terá shows e eventos.

Em três anos, antes do fim do meu mandato.

Vai ser feito com que dinheiro?

Dinheiro público. Depois faremos uma concessão para a iniciativa privada. Temos um fundo soberano com recursos do petróleo que já está batendo na casa dos R$ 2 bilhões. Aliás, você falou em Vasco, lembrei que essa semana tenho um encontro com o Bismarck (ex-jogador do Vasco).

Quero levar uma proposta ao Pedrinho de compra da SAF do Vasco.

Quaquá vai comprar o Vasco?

Não sou eu, mas o fundo de investimentos da cidade. Por que não?

  • • “Campeões, um ano após a conquista”

Você que analisou a derrota da seleção na semana passada para a Argentina apenas sob o prisma de que estamos muito mal como time, saiba que há um outro lado desse enredo a ser reconhecido: nossos rivais formaram uma equipe de jogadores históricos. Aqui não estamos falando apenas de qualidade com a bola no pé. Estamos falando de personalidade e atitude, o que fica claro nas entrevistas disponíveis no Disney+ com 11 jogadores campeões mundiais em 2022.

“Campeões, um ano após a conquista” é uma aula de postura e comprometimento para o nosso futebol. Os episódios de que gosto mais:

1) o de Emiliano Martinez, uma espécie de Taffarel argentino, que, ao contrário do tímido goleiro brasileiro, é trabalhado no sarcasmo com as provocações que faz. No documentário, Martinez simula outras possibilidades para o lance considerado a maior defesa da história das Copas (o bloqueio que fez do chute de Kolo Muani na prorrogação contra a França). Para muitos, uma defesa maior do que a de Gordon Banks na cabeçada de Pelé, no Brasil e Inglaterra da Copa de 1970.

2) o do meia Angel Di Maria, sempre presente em momentos decisivos da seleção. Fez gol na final da Copa América contra o Brasil, no Maracanã, em 2021, e no último jogo da Copa, contra a França. Di Maria fala sobre como a equipe era subestimada pelos europeus, justamente o continente dos países que a Argentina derrubou a partir das quartas de final (Holanda, Croácia e França).

3) o de Lautaro Martinez: o goleador, que chegou na Copa como titular absoluto e perdeu a posição. Assim como Raí, no tetra da seleção brasileira em 1994, mostrou maturidade de virar reserva de um jogador menos badalado que ele. Acabou dando a volta por cima com um pênalti convertido contra a Holanda nas quartas de final.

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