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Made in China ou França? Entenda a polêmica por trás da produção das bolsas Birkin

BRCOM by BRCOM
abril 14, 2025
in News
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Bolsas Birkin e Kelly, da Hermés, são as mais valorizadas do mundo: para comprá-las, é preciso entrar em uma seleta lista de espera. Por isso, muitas vezes comprá-las de segunda mão é a única opção, e os preços ultrapassam os R$ 70 mil — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

Por trás das vitrines das grandes grifes, um novo capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos tem revelado informações que desafiam as noções tradicionais de exclusividade, valor de marca e transparência na indústria do luxo. O centro do debate está em bolsas como as da linha Birkin, da Hermès, cujo preço pode ultrapassar os US$ 35 mil (aproximadamente R$ 205 mil) no varejo, enquanto fabricantes chineses alegam que a mesma peça poderia ser produzida por cerca de US$ 1.400 — ou até menos (mais de R$ 8 mil).

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Nos últimos meses, vídeos publicados por fornecedores chineses em plataformas como TikTok e X (antigo Twitter) viralizaram ao mostrar supostos bastidores da produção de artigos de couro muito semelhantes aos vendidos por marcas como Hermès, Chanel, Louis Vuitton, Estée Lauder e Bobbi Brown.

Com argumentos técnicos, os fabricantes explicam os materiais utilizados, o tempo de produção e a margem de lucro das marcas — além de oferecerem versões “sem logo” diretamente ao consumidor final, por uma fração do preço de varejo. O fenômeno, impulsionado pelas tensões econômicas entre Pequim e Washington, levanta questões sobre cadeia produtiva, originalidade e o valor agregado pelas etiquetas.

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  • A disputa tarifária e o contra-ataque chinês
  • O que diz a Hermès e como funciona a cadeia de produção
      • Made in China ou França? Entenda a polêmica por trás da produção das bolsas Birkin

A disputa tarifária e o contra-ataque chinês

A ofensiva midiática por parte de fabricantes chineses ocorre em meio à intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos. O governo de Donald Trump tem incentivado empresas a transferirem suas fábricas de volta para território americano e impôs tarifas de até 145% sobre produtos chineses.

Em resposta, Pequim aumentou suas próprias taxas de importação, enquanto fornecedores chineses passaram a utilizar redes sociais como forma de reverter a imagem de que “Made in China” representa baixa qualidade.

Um dos principais rostos dessa estratégia é o empresário conhecido como Sen Bags. Em seus vídeos, Sen mostra fábricas chinesas com trabalhadores especializados em artigos de couro, explica técnicas de costura, compara materiais premium e apresenta itens semelhantes aos modelos Birkin — que, segundo ele, poderiam ser fabricados por cerca de US$ 1.400 ( aproximaddamente de R$ 8 mil).

Os vídeos incluem ainda ofertas de frete global gratuito e, em alguns casos, até mesmo a cobertura de taxas de importação. A condição: a bolsa não leva o logotipo de nenhuma marca.

“São os mesmos materiais, as mesmas mãos, só que sem logotipo”, afirma um dos fornecedores em vídeo. A afirmação tem sido amplamente compartilhada por usuários que questionam os valores praticados por marcas de luxo e que discutem até onde vai a diferença entre qualidade e grife.

Os vídeos que mostram versões “sem logotipo” de bolsas de luxo por preços até dez vezes menores encontraram ressonância entre usuários, que ironizam a situação como um “pico do capitalismo”.

“Se eu conseguir a qualidade da Bobbi Brown pelo preço de farmácia, sobreviverei muito bem a esta recessão”, escreveu um usuário no X. Outro comentou: “A única coisa que as marcas de luxo estão vendendo é… ousadia”.

Ao mesmo tempo, especialistas da indústria observam que o conceito de luxo continua fortemente atrelado à ideia de exclusividade. O alto preço, muitas vezes, não se refere apenas à qualidade material do produto, mas ao acesso restrito, à escassez e ao status que ele confere. A Hermès, por exemplo, mantém listas de espera para seus modelos mais disputados e não permite a compra online de bolsas Birkin ou Kelly.

Enquanto marcas como Hermès defendem que seus preços refletem artesanato, design e tradição, os fabricantes chineses argumentam que a maior parte do valor está no marketing e no prestígio simbólico do nome estampado na etiqueta.

O que diz a Hermès e como funciona a cadeia de produção

A Hermès, especificamente, nega qualquer terceirização de sua produção para fábricas chinesas. A marca francesa, fundada em 1837, afirma manter sua produção concentrada na França, com oficinas em cidades como Pantin, Lyon, Ardenas e Normandia. De acordo com a empresa, a criação de uma bolsa Birkin pode levar de 15 a 40 horas, e os artesãos responsáveis por produzi-las passam por até cinco anos de formação.

Bolsas Birkin e Kelly, da Hermés, são as mais valorizadas do mundo: para comprá-las, é preciso entrar em uma seleta lista de espera. Por isso, muitas vezes comprá-las de segunda mão é a única opção, e os preços ultrapassam os R$ 70 mil — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

Além disso, a Hermès possui seus próprios curtumes e sistemas de autenticação que incluem códigos estampados a quente sob a aba ou na parte interna das bolsas. Esses códigos permitem rastrear o local e o ano da produção, além do artesão envolvido. Para a maison, esse nível de rastreabilidade e especialização é o que sustenta os preços cobrados no varejo.

A hipótese de que a marca estaria rotulando como europeus produtos fabricados na China não possui, até o momento, comprovação documental. Contudo, há espaço para especulação sobre a existência de Original Equipment Manufacturers (OEMs) — fábricas que produzem sob encomenda para diversas marcas, com base em designs fornecidos pelas contratantes. Esse modelo é comum na indústria da moda e eletrônicos, e levanta dúvidas sobre a transparência nas cadeias de produção.

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