O pastor Silas Malafaia expôs em um vídeo nas redes sociais os deputados federais que não assinaram o projeto de lei que anistia os acusados e condenados pela participação na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Em vídeo publicado nesta segunda-feira no Instagram, Malafaia divulgou uma planilha de todos os parlamentares da Casa Legislativa, colocando em verde quem, segundo ele, votou pela urgência do texto, e em branco quem não votou.

Entre os nomes estão os dois parlamentares do PL, a quem o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo chamou de “traíras”.

— O PL tem duas traíras. O deputado Antonio Carlos Rodrigues, de São Paulo, ‘amissíssimo’ do ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal). Não assinou o pedido de urgência do projeto da anistia, e o deputado Robinson Faria, lá do Rio Grande do Norte, que saiu do PL, mas o nome dele ainda consta — relatou.

Robinson Faria é pai do ex-ministro das Comunicações do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Fabia. O deputado migrou para o Republicanos em dezembro do ano passado, como informou sua assessoria.

Já Antonio Carlos Rodrigues, de 64 anos, está no primeiro mandato na Câmara, mas já foi senador numa caga de suplente após a saída de Marta Suplicy, em 2012. Em 2014, ele chegou a assumir o Ministério dos Transportes do governo Dilma Rousseff, pasta que ocupou até o impeachment da petista, em 2016.

Como disse Malafaia, Rodrigues é próximo de Moraes, e conhece o ministro há 30 anos. Em novembro do ano passado, em meio a mais uma operação da Polícia Federal (PF) relacionada à trama golpista, o deputado fez elogios públicos ao magistrado: “O que o ministro faz é muito bem feito. Eu admiro a atitude e a coragem de Alexandre de Moraes”, disse ao jornal “Estado de S. Paulo”. Procurado pelo GLOBO para explicar por que não aderiu ao PL da Anistia, o deputado não retornou.

Os partidos da base do governo Lula colaboraram com 146 assinaturas para o PL da Anistia. O PL apresentou 88 assinaturas. Duas foram consideradas inválidas, do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ) e do líder da oposição, Luciano Zucco (RS). Isso porque ambos assinaram como líderes e não como deputados, o que considerado inválido para o tipo de documento. Veja os números de assinaturas por partido da base:

Distribuição das assinaturas para PL da Anistia por partido — Foto: O GLOBO

Mesmo com o número de assinaturas alcançadas, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não é obrigado a colocá-lo em votação. As assinaturas são apenas uma forma de demonstrar apoio a matéria. Na semana passada, Motta afirmou que não pautaria propostas que pudessem gerar “crises institucionais”. Aos líderes mais próximos disse que “não é o momento” para avançar com a proposta.

Malafaia expõe deputados do partido de Bolsonaro que não votaram pela PL da Anistia: ‘Duas traíras’