Em ato esvaziado em Brasília nesta terça-feira, parlamentares bolsonaristas acompanhados da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) voltaram a pedir por anistia ampla e irrestrita aos condenados pelo 8 de janeiro, o que incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O filho mais velho do ex-mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e o pastor Silas Malafaia também estiveram presentes. Em seus discursos, deputados e senadores criticaram o PL da Dosimetria, que está sendo discutido na Câmara, e fizeram críticas aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bandeiras dos Estados Unidos e declarações de amor ao presidente americano, Donald Trump, puderam ser vistos.
Um dos deputados mais midiáticos ligados a Bolsonaro, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) se referiu a Moraes como “um miserável” em sua fala, o que ouriçou os presentes.
— Bolsonaro está preso por força de um miserável chamado Moraes. Mas, Bolsonaro segue firme. Em breve, daremos o grito de liberdade que é “anistia já” — disse em cima de um carro de som que percorreu a Esplanada dos Ministérios e foi seguido por centenas de manifestantes. Em mais de uma ocasião, o locutor pediu para que os manifestantes se aglomerassem na parte traseira do veículo para que fotos que mostrassem o volume de pessoas pudessem ser feitas.
Michelle disse que a dosimetria de penas para os condenados pelos atos antidemocráticos não é suficiente para aplacar o sofrimento daqueles que foram presos pelo 8 de janeiro. Ela afirmou que apesar de preso por participação na trama golpista, Bolsonaro “segue firme e acreditando em justiça”.
— Meu marido segue preso, sem denúncia, com direitos violados por aqueles que dizem que respeitam a constituição. Somente a anistia pode trazer paz ao Brasil. É constitucional. A dosimetria não vai tirar a mancha dessas pessoas que estão presas. Estamos vendo uma perseguição. Bolsonaro é o grande líder do Brasil e da direita, ele não roubou os velhinhos do INSS — afirmou.
O deputado Delegado Caveira (PL-PA) disse que Alcolumbre não tem cumprido com acordos feitos com o bolsonarismo ao negociar um texto intermediário para a anistia e ao não levar à frente os pedidos de impeachment de Moraes.
— Alcolumbre tem feito pouco e protegido políticos e ministros. A família de Bolsonaro está sendo perseguida, queremos justiça.
Já Marcel Van Hattem (NOVO-RS), que nesta terça foi alvo da abertura de um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara por ter participado do motim que paralisou o plenário em agosto, disse que vem sendo perseguido por querer a anistia.
— Já disse ao Hugo Motta. Podem me injustiçar, isso é muito pouco diante do que vivem os presos pelo 8 de janeiro e as famílias deles. Essa Casa quer cassar mandato de quem quer anistia — completou.
Flávio Bolsonaro pediu para que os presentes mantivessem a fé, já que a anistia estaria próxima de ser aprovada no Congresso. A manifestação terminou por volta das 18h, em frente ao Congresso, com uma oração.