Aos 36 anos, a jornalista Mari Palma está finalizando um livro sobre seu pai, que morreu em 2021. Ela conta que ele foi essencial em sua escolha pela profissão.
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— O jornalismo apareceu na minha vida indiretamente por causa do meu pai. Ele é o grande amor da minha vida. Era cego, então ficava o dia inteiro com um radinho de pilha na orelha ouvindo jornal. Ele sempre queria saber o que estava acontecendo no mundo, era muito informado. Eu cresci acordando com o “bom dia” da rádio. Acho que isso foi entrando naturalmente na minha cabeça e, quando cresci, comecei a contar para ele o que acontecia no mundo. Acabei desenvolvendo esse gosto de ser um olhar dele para o mundo. Então, me pareceu natural acabar sendo o olhar do mundo para outras pessoas também, de emprestar o meu olhar, o mesmo que emprestei por tanto tempo ao meu pai, dentro da minha profissão. Esse projeto vai ser o mais sincero possível da Mari que as pessoas vão ver, porque sou eu conversando com ele. Não tem como ser mais íntimo do que isso.
Mari conta que enfrentou um período difícil após a morte dele e que ainda precisou lidar com o julgamento das pessoas sobre sua aparência:
— Vivi momentos difíceis em relação a comentários sobre o meu corpo depois que meu pai morreu. Passei um ano em um luto intenso, muito no fundo do poço, sem sair do quarto. Só saía para trabalhar. Ganhei 13 quilos na época, mas nem percebia, porque estava apenas tentando sobreviver. Mesmo antes de ele morrer, quando ficou doente, passamos três meses entre o diagnóstico e sua morte. Foram três meses horríveis, porque ninguém sabia que ele estava doente. Eu queria viver aquilo no privado, não queria que as pessoas soubessem. A última coisa em que pensei foi no meu corpo, se eu estava bonita ou não. E as pessoas vinham dizer que eu tinha engordado. Isso só me afundou ainda mais. Mas acho que, depois de ter vivido essa dor tão grande, eu me fortaleci. No ano seguinte, me reencontrei e hoje me sinto forte para aguentar essa pressão. Tento pensar da seguinte maneira: “Se eu desligar o celular e esquecer que essa pessoa fez esse comentário, eu me olho no espelho e tenho orgulho de quem eu sou”.
Após alguns anos na TV Globo, Mari trabalha na CNN desde 2020. Ela conta que, em 15 anos de carreira no jornalismo, precisou aprender a lidar com a timidez:
— Quando comecei, minha vontade era escrever para revista ou jornal. Nunca imaginei estar na frente das câmeras, mas a vida me levou para esse caminho. Viram em mim alguém que poderia estar diante das câmeras e me deram essa oportunidade, sendo que nem eu mesma achava que tinha essa capacidade. Mas descobri que a câmera não me intimidava. Sempre fui muito tímida perto das pessoas. Só que, quando estava no estúdio com a câmera me olhando, eu tentava não pensar que havia milhões de pessoas assistindo do outro lado. Nunca me agredi, sempre respeitei meus limites, mas me coloquei em situações desconfortáveis várias vezes para me testar. E aí descobri que consigo lidar com essa timidez. Não é que ela tenha ido embora, ainda sou bem tímida, mas já descobri formas de lidar com isso.
Mari assumiu publicamente um novo relacionamento no último Dia dos Namorados. Ela e o humorista Osmar Campbell estão juntos há algum tempo, e ela explica por que resolveu expor a relação apenas agora:
— Foi quando eu e ele, juntos, nos sentimos seguros para viver isso publicamente. Algo que eu não queria era assumir uma relação logo no início, ou durante a construção, nos altos e baixos, porque isso é comum de acontecer. Quis construir essa relação no privado o máximo possível. Mas as pessoas são tão queridas comigo na internet, e essa é uma parte da minha vida que eu queria que elas soubessem também. Queria viver com elas essa minha felicidade.
Ela conta como o namoro começou:
— Já tínhamos nos esbarrado em alguns eventos, mas não nos conhecíamos de fato. Tínhamos amigos em comum e, eventualmente, começamos a nos encontrar mais. Começamos uma relação de amizade muito forte, nos conectamos muito na conversa. Passávamos horas e horas conversando pela internet, mas não tinha nada. Era só uma pessoa com o mesmo senso de humor que eu, que era interessante e inteligente. E aí essa amizade foi evoluindo para algo que nem sabíamos direito o que era ainda, porque nem me passava pela cabeça ficar com ele. Foi acontecendo. Fomos nos questionando, entendendo se era namoro e o que queríamos ou não. Mas acho que o grande diferencial nosso foi justamente ter começado como uma amizade, que se mantém até hoje. Fiquei muito feliz por termos evoluído para isso e estamos muito felizes.
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Mari fala ainda sobre sua vontade de ter filhos:
— Sempre deixei clara a minha vontade de ser mãe. Sou uma pessoa apaixonada por crianças. Mas não quero ser a mãe que não consegue buscar o filho na escola porque está trabalhando. Decidi esperar até me sentir segura emocionalmente, financeiramente e profissionalmente para fazer isso. Estou apenas preparando o terreno para me sentir segura. Então pode ser que aconteça em breve. Vamos ver.