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Mas, afinal, quem convenceu Trump a recuar? Para executivos de Wall Street, dois nomes fizeram a diferença

BRCOM by BRCOM
abril 10, 2025
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Ackman respondeu: “Isso foi executado de forma brilhante por @realDonaldTrump” — Foto: Jeenah Moon/Bloomberg

Wall Street conseguiu o que queria por décadas, argumentou o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na manhã de quarta-feira, declarando: “Agora é a vez da Main Street.” Ele fazia uma referência ao setor industrial, às pequenas e médias empresas, conjunto muitas vezes designado como Main Street, em oposição a Wall Street, rua histórica de Nova York onde ficam as Bolsas de Valores.

Então, pouco tempo depois das declarações, Wall Street teve seu melhor dia em 16 anos.

Horas após a enfática defesa do secretário do Tesouro às tarifas do “Dia da Libertação” de Donald Trump, o presidente acolheu uma ideia proposta pelo bilionário gestor de fundos Bill Ackman: pausar as tarifas por 90 dias, em vez de — como Ackman colocou — arriscar um “inverno nuclear econômico autoinfligido.”

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Por dias, a proposta de Ackman circulava como um símbolo da influência decadente de Wall Street — um entre muitos apelos públicos de um setor incapaz de afastar Trump do que considerava uma catástrofe para os mercados globais e para as pessoas comuns. Então o presidente mudou de rumo.

“Foi uma execução brilhante de @realDonaldTrump”, escreveu Ackman em resposta no X. “Um exemplo clássico do Art of the Deal ( “Arte da Negociação” em tradução livre).”

Após uma semana rangendo os dentes, os executivos de Wall Street venceram novamente, restabelecendo sua força política. A mudança de Trump veio após alertas de recessão de nomes como Jamie Dimon — cuja aparição na TV na manhã de quarta-feira foi assistida pelo presidente — além de duras declarações dos bilionários Ken Griffin e Stan Druckenmiller.

Quando Trump mudou de rumo abruptamente na tarde de quarta-feira, o setor passou da fúria para um momento de alívio — ainda que poucos acreditem que isso vá durar. De fato, as ações americanas voltaram a cair na quinta-feira.

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Mas um dia antes, gritos de empolgação e risadas ecoaram nas mesas de negociação do Citigroup e do Barclays quando o S&P 500 registrou seu melhor dia desde 2008. Alguns traders lamentaram a má sorte por não terem comprado na baixa, enquanto outros se sentiram aliviados ao saber que seus portfólios de investimento pessoal iriam disparar.

Ackman respondeu: “Isso foi executado de forma brilhante por @realDonaldTrump” — Foto: Jeenah Moon/Bloomberg

As pessoas mais ricas do mundo adicionaram US$ 304 bilhões ao seu patrimônio líquido combinado — o maior ganho em um único dia na história do Índice de Bilionários da Bloomberg.

O CEO do Goldman Sachs Group, David Solomon, estava isolado em um quarto de hotel entre ligações com clientes preocupados, quando se virou para a TV e viu a notícia de que as tarifas estavam suspensas. Sua primeira ligação foi para Ashok Varadhan, chefe de negociações do banco, para perguntar como os mercados estavam reagindo.

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— Os investidores estão respirando aliviados — respondeu Varadhan, segundo uma pessoa com conhecimento da conversa.

O Goldman havia acabado de prever uma recessão nos EUA. Após o anúncio de Trump, o banco retirou essa previsão.

Em outro grande banco, circulou um memorando mostrando que os volumes de negociação na maioria das classes de ativos estavam no nível 9 em uma escala de 10.

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Ainda assim, persistem dúvidas. Muitos executivos rapidamente lembraram suas equipes de que Trump apenas havia dado um tempo — e que o presidente, conhecido por ser volúvel, poderia mudar de ideia a qualquer momento. Sem contar que seu governo já impôs tarifas sobre produtos chineses que somam 145%.

Quando os mercados fecharam, um executivo brincou que os traders não estavam exatamente comemorando — apenas bebendo — com muito caos tarifário ainda por vir.

Meses atrás, Wall Street estava eufórica com a vitória de Trump, imaginando um governo que atenderia seus desejos e necessidades — reduzindo regulamentações, liberando negócios e mantendo os impostos baixos.

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Claro, Trump poderia ser caótico, mas os executivos acreditavam que podiam contar com sua obsessão pelo desempenho do mercado de ações, como ocorreu em seu primeiro mandato. Outro fator tranquilizador: seu gabinete incluía o veterano investidor Bessent no Tesouro e o antigo líder da Cantor Fitzgerald, Howard Lutnick, no comando do Departamento de Comércio.

Essas expectativas evaporaram à medida que Trump passou a se fixar nas tarifas.

Lutnick, à esquerda, e Bessent na Casa Branca em 7 de março — Foto: Chris Kleponis/CNP/Bloomberg
Lutnick, à esquerda, e Bessent na Casa Branca em 7 de março — Foto: Chris Kleponis/CNP/Bloomberg

Pouco depois do Dia da Libertação na semana passada, CEOs de Wall Street se reuniram com Lutnick e saíram furiosos. Enquanto buscavam esclarecimentos sobre as novas políticas, Lutnick ofereceu apenas garantias genéricas de que Trump sabia o que estava fazendo, segundo pessoas com conhecimento da conversa. Mais tarde, ao menos alguns desses CEOs ridicularizaram o secretário de Comércio entre colegas.

Enquanto isso, Bessent — visto pelo setor como mais acessível — era percebido como alguém com papel secundário nas conversas sobre comércio. Ao ser questionado sobre as tarifas após seu anúncio, respondeu:

— Não faço parte das negociações.

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Uma lição para o setor financeiro foi que, em vez de contar com intermediários, a melhor forma de alcançar Trump é por meio das plataformas que ele acompanha: TV e redes sociais.

Por dias, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, resistiu a pedidos para ir à televisão acalmar os mercados. Mas, na manhã de quarta-feira, manteve uma aparição previamente agendada com Maria Bartiromo, da Fox Business Network, e transmitiu uma mensagem bem diferente: o mercado tem razão em estar apreensivo. As tarifas prejudicarão os tomadores de empréstimo e tornarão a recessão um “resultado provável”, disse o veterano do setor bancário americano.

Inicialmente, Trump pareceu ignorar os comentários no Truth Social, postando uma citação de Dimon que fazia parecer que ele apoiava as políticas. Mas, após suspender as tarifas, o presidente elogiou o banqueiro como um gênio financeiro.

— Ele foi muito bom — disse Trump do lado de fora da Casa Branca, observando que Dimon havia reconhecido a necessidade de enfrentar relações comerciais injustas.

Bessent também estava do lado de fora da Casa Branca ao lado da secretária de imprensa Karoline Leavitt minutos após o anúncio, respondendo a perguntas de repórteres sobre a suspensão.

— Foi decisão do presidente esperar até hoje — disse Bessent. — Como já disse antes, ninguém cria alavancagem a seu favor como o presidente Trump.

Jamie Dimon no Capitólio dos EUA em 13 de fevereiro — Foto: Al Drago/Bloomberg
Jamie Dimon no Capitólio dos EUA em 13 de fevereiro — Foto: Al Drago/Bloomberg

Ainda assim, executivos do setor creditaram em particular a Ackman e Dimon por ajudarem a influenciar Trump — mesmo que não tenham sido as únicas vozes pedindo uma abordagem mais cautelosa.

Assessores de empresas financeiras e industriais vinham pressionando autoridades do governo nos últimos dias por mais tempo antes que as tarifas entrassem em vigor, segundo uma das pessoas envolvidas nas negociações. Representantes do governo pareciam não se sensibilizar com os apelos, argumentando que Trump havia deixado claro suas intenções há meses, disse essa pessoa.

Alguns executivos que se sentiram aliviados com o anúncio de Trump também estavam irritados. O investidor George Seay, texano da sétima geração que votou em Trump três vezes, já estava perdendo a paciência quando a notícia chegou.

— Foi uma correria louca aqui durante uma semana — tem sido miserável — disse o fundador e presidente da Annandale Capital, que administra cerca de US$ 1,5 bilhão para pessoas ricas, famílias e instituições.

Alguns dos clientes da empresa estavam ficando “realmente chateados e nervosos — e houve muita raiva direcionada a Trump.”

Na visão de Seay, as tarifas são uma péssima ideia. Quando a suspensão foi anunciada, ele pensou que havia chegado com uma semana de atraso — “mas antes tarde do que nunca”.

Depois, ele se sentou para almoçar com os colegas. Embora tivessem comprado ações na quinta, sexta e segunda-feira anteriores, eles se perguntavam se deveriam ter comprado ainda mais.

— Não— disse Seay a eles.

Isso porque ele acredita que o mercado pode voltar a oscilar:

— Ainda tínhamos munição sobrando para comprar mais, mas vamos esperar.

Para alguns veteranos da indústria, a última vitória de Wall Street tinha um ar de inevitabilidade.

O CEO do Jefferies Financial Group Inc., Rich Handler, levantou essa possibilidade durante o almoço com Mathieu Chabran, cofundador da Tikehau Capital, no restaurante Coco’s at Colette, na Quinta Avenida. Ele via dois cenários extremos: ou os circuit breakers seriam acionados com os investidores fugindo dos EUA, ou Trump apareceria nas redes sociais, salvaria o dia e provocaria uma alta de 15%.

Bob Diamond, ex-CEO do Barclays — Foto: Victor J. Blue/Bloomberg
Bob Diamond, ex-CEO do Barclays — Foto: Victor J. Blue/Bloomberg

Quando a sopa fria de ervilhas de Chabran e a sopa de cebola francesa de Handler chegaram, o mercado estava em uma disparada histórica, provocando risos na dupla.

Bob Diamond, ex-CEO do Barclays e atualmente à frente da Atlas Merchant Capital, estava em seu escritório em Midtown Manhattan quando ouviu a notícia. Por um momento, permitiu-se vangloriar, lembrando a dois colegas que ele também havia previsto algo assim.

Então, um pensamento mais sombrio surgiu:

— Isso muda o fato de que criamos uma relação diferente com nossos aliados mais próximos? O dano causado à confiança e à credibilidade dos Estados Unidos como aliado e parceiro ainda não foi reparado — afirmou.

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