O Mundial sub-20, que começa neste sábado, no Chile, será palco de mais um teste de um sistema alternativo ao VAR: o Football Video Support (FVS). A ferramenta dará aos técnicos o poder dos “desafios”, já usados no vôlei e em outras modalidades.
Cada técnico terá dois desafios por partida, e devem fazer a solicitação girando os dedos no ar e entregando um cartão especial ao quarto árbitro. Podem ser “desafiadas” as marcações de gols, pênaltis, cartões vermelhos diretos e erros de identidade em aplicação de cartões. Se houver mudança na decisão da arbitragem, o técnico não perde seu pedido de desafio.
Diferentemente do sistema do VAR, que tem uma equipe de arbitragem analisando os lances na sala de operação, a operação do FVS funciona apenas para auxiliar o árbitro de campo com as imagens, a quem caberá a decisão.
No sistema FVS, a verificação de possíveis irregularidades em gols fica a cargo dos quarto árbitro e do árbitro de campo, que analisarão, nesta ordem, as imagens do monitor.
Segundo a Fifa, o FVS é uma resposta a pedidos de federações nacionais por um sistema de checagem em vídeo menos custoso.
— Da perspectiva da arbitragem, é importante que os árbitros tenham a oportunidade de estar envolvidos em um torneio com as estrelas do futuro e que nós possamos seguir testando o Football Video Support, que vem sendo um grande sucesso até agora — disse o presidente do comitê de arbitragem, o ex-árbitro italiano Pierluigi Collina, em julho.
O sistema foi testado nos Mundiais sub-17 e sub-20 femininos e em torneios menores da Fifa. No Brasil, os testes vêm sendo feitos nas semifinais Copa Paulista masculina e, a partir das quartas de final, na Copa do Brasil feminina.
1. O sistema FVS é usado apenas em caso de possível erro claro e óbvio ou incidente grave não identificado nos seguintes cenários:
- A. Gol/não gol
- B. Pênalti/não pênalti
- C. Cartões vermelhos diretos (excluindo segundo cartão amarelo)
- D. Identidade equivocada (quando o árbitro adverte ou expulsa o jogador errado da equipe infratora)
2. O FVS só pode ser utilizado depois que o árbitro tiver tomado uma decisão (considerando “mandar seguir” como uma decisão) e uma equipe tiver feito um pedido subsequente de revisão.
3. Apenas o técnico da equipe (ou, na ausência dele, o principal representante na área técnica) pode fazer um pedido de revisão, que deve ser feito imediatamente após o lance, girando o dedo no ar e entregando um cartão de solicitação de revisão ao quarto árbitro. Os jogadores podem pedir a seus técnicos que façam pedidos de revisão.
4. O quarto árbitro informará o árbitro principal sobre o pedido de revisão e, se o jogo tiver sido interrompido (e não reiniciado) desde o incidente, o árbitro irá até a área de revisão do árbitro para analisar as imagens do replay. Se o jogo tiver continuado desde o incidente, o árbitro interromperá a partida quando a bola estiver em uma zona neutra e então irá à área de revisão para revisar as imagens.
5. Durante a revisão, o árbitro será auxiliado por um operador de revisão, que mostrará as imagens no monitor (por exemplo, ângulos diferentes de câmera, tela dividida, diferentes velocidades de replay e etc).
6. A decisão original tomada pelo árbitro não será alterada a menos que as imagens mostrem evidências claras de que a decisão foi um erro claro e óbvio ou de que houve um incidente grave não identificado. Como o sistema FVS envolve um número reduzido de câmeras, as imagens do replay muitas vezes serão inconclusivas e, portanto, a decisão original pode não ser alterada.
7. O pedido de revisão deve ser feito imediatamente para:
- Atender à exigência de que uma decisão não pode ser alterada depois que a partida for reiniciada após uma interrupção;
- E evitar atrasos desnecessários no jogo enquanto o técnico considera se fará ou não o pedido de revisão
8. Após a marcação de um gol, o quarto árbitro verificará as imagens no monitor e informará ao árbitro se houve uma infração clara e óbvia cometida pela equipe que atacava. A menos que a decisão seja factual, o árbitro então revisará o lance e tomará a decisão final.