Desde que foi exibido o último episódio da primeira temporada da série baseada no famoso videogame, todos os fãs de “The last of us” se perguntavam o que aconteceria com Joel, o personagem interpretado por Pedro Pascal. A resposta chegou antes do que muitos esperavam.
- ‘Abriu várias janelas’: Ricardo Darín reflete sobre o legado deixado pelo Papa Francisco
- Dia Mundial do Livro: Por que é celebrado em 23 de abril e quais são as obras literárias mais vendidas do mundo
A reviravolta impactante do segundo episódio da nova temporada, intitulado “Através do vale”, segue fielmente a trama de “The last of us: parte II”, o segundo jogo da franquia: quando uma forte tempestade de neve atinge Jackson, Joel salva Abby (Kaitlyn Dever) de uma horda de infectados. Ao perceber que fora salva justamente pelo homem que procura para vingar a morte de seu pai, Abby arma uma emboscada mortal para ele e Dina (Isabela Merced).
Uma vez que os três estão em um abrigo junto com outros ex-membros dos Vaga-lumes, Abby os mantém como reféns e revela que é filha do médico que Joel matou com um tiro na cabeça no final da primeira temporada para salvar Ellie (Bella Ramsey). Em seguida, ela atira na perna de Joel e o espanca com um taco de golfe. Após espancá-lo brutalmente, ela o mata diante do olhar horrorizado de sua jovem protegida.
- Dia de São Jorge: De Zeca Pagodinho a Giovanna Antonelli, os artistas que são devotos do Santo Guerreiro
Ao verem essas cenas, muitos espectadores se perguntaram se o ator sabia, ao assinar o contrato, que sua participação na série da HBO seria tão curta. E Pascal não fugiu da pergunta. “Não me disseram: ‘Vamos te matar logo no começo da segunda temporada’”, declarou o ator chileno à revista americana Entertainment Weekly. E esclareceu: “Mas sempre houve o acordo de que o roteiro seria fiel ao material original, e que o meu compromisso, digamos, prático e exclusivo, era com a primeira temporada. A morte de Joel já estava prevista — só era preciso decidir como e quando”.
Em declarações à HBO, Pascal acrescentou: “Tenho um enorme respeito pelo nível de envolvimento que as pessoas têm com um videogame, uma série, um filme ou um livro. Eu mesmo passo por isso. Já joguei livros longe da cama porque o impacto emocional foi muito profundo para mim. Acredito que seja incrivelmente doloroso para o público — e sem dúvida isso é um feito brilhante da narrativa”.
- ‘Conclave’: Como o filme ajuda (ou não) a entender a escolha do novo Papa
Sobre a experiência de estar no set com a maquiagem que simulava sangue em seu rosto e parte do corpo, ele comentou: “Foi interessante entrar no estúdio e ver as reações das pessoas. Não era repulsa, era angústia”.
Na entrevista à EW, ele foi sincero ao falar sobre como lida com a morte do personagem: “Ainda estou em negação. Me recuso a acreditar que acabou. Sei que estarei sempre conectado a muitos membros dessa experiência, e só vou vê-los em outras circunstâncias, mas nunca mais interpretando Joel em ‘The last of us’. E não, não penso muito nisso, porque me deixa triste”.
A série acompanha a jornada de Joel e Ellie, um homem adulto e uma adolescente imune à mordida dos infectados. A relação intensa entre os personagens parece ter se refletido também fora das câmeras. Por isso, Bella Ramsey foi uma das pessoas consultadas sobre a morte de Joel e a despedida de Pascal da série: “Eu sabia que o Joel ia morrer, mas ao ler o roteiro, fiquei com medo de chegar a esse momento… e chorei. Na verdade, chorei desesperadamente. Foi a primeira vez que chorei lendo um texto”, revelou a atriz.
Em uma entrevista à revista Variety, o cocriador da série, Craig Mazin, explicou por que a equipe criativa decidiu que o segundo episódio da segunda temporada era o momento certo para mostrar essa cena “extremamente horrível”: “Existe o risco de torturar o público. E isso não é o que queremos fazer”, disse Mazin. “Se as pessoas sabem que isso vai acontecer, começam a se ficar atormentadas. E quem não sabe vai descobrir, porque vão comentar que esse momento ainda não chegou. Nosso instinto foi garantir que, ao mostrar isso, parecesse natural dentro da história, e não uma estratégia só para chocar”.
Neil Druckmann, outro dos criadores da franquia, acrescentou: “No fim das contas, sabíamos que precisávamos focar na série. Mesmo no jogo, se passa cerca de uma hora até chegar a esse momento. Mas também sabíamos que tinha que ser suficientemente cedo, porque esse é o incidente que desencadeia toda a história. Então, sim, consideramos todas as possibilidades, mas conforme a temporada avançava, sentíamos que estávamos demorando demais para chegar ao cerne da narrativa”.