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O que é Ambipar? Entenda o que faz a empresa divulgada por Gisele Bündchen que pediu recuperação judicial devendo R$ 10 bi

BRCOM by BRCOM
outubro 22, 2025
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Gisele Bündchen em visita à sede da Ambipar, em Nova Odessa, no interior de São Paulo, em março de 2021. Na ocasião, ela foi recebida pela então CEO da Ambipar Environment, Cristina Andriotti, e outros executivos — Foto: Reprodução/Divulgação/Ambipar

O Grupo Ambipar entrou com pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio anteontem, pouco antes da meia-noite, e voltou a chamar a atenção do mercado financeiro para sua crise financeira. Mas muita gente que tem visto a empresa no noticiário não entende bem o que ela faz. Afinal, o que é a Ambipar?

Criada há 30 anos, a Ambipar é uma companhia brasileira de gestão ambiental que está presente em mais de 40 países. Trabalha com soluções ambientais em áreas como projetos de descarbonização, economia circular, transição energética e regeneração ambiental. Também atua na recuperação de resíduos e respostas a emergências ambientais, atendendo grandes companhias de petróleo.

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Sediado em Nova Odessa, no interior de São Paulo, o grupo tem dois braços de atuação. Um deles é a Ambipar Environment, que presta serviços de transformação ecológica para empresas, como redução do uso de água e outros recursos, reciclagem, tratamento e destinação de resíduos, além de projetos para redução de emissões de gases do efeito estufa.

O outro é a Ambipar Response, de atuação global, focada em prevenir, gerir e responder a emergências ambientais. Ela trabalha com pesquisa e relatórios de impacto ambiental e licenciamento, serviços de transporte e logística de apoio ao setor de óleo e gás a contenção de derramamento de petróleo. Tem 642 bases em 41 países. Entre os clientes estão Petrobras, Klabin, Natura e Vale.

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  • Gisele como rosto público
  • Caso foi parar na polícia
  • Defesa de executivo nega acusações
  • Discussão sobre o foro do processo
      • O que é Ambipar? Entenda o que faz a empresa divulgada por Gisele Bündchen que pediu recuperação judicial devendo R$ 10 bi

Gisele como rosto público

Gisele Bündchen em visita à sede da Ambipar, em Nova Odessa, no interior de São Paulo, em março de 2021. Na ocasião, ela foi recebida pela então CEO da Ambipar Environment, Cristina Andriotti, e outros executivos — Foto: Reprodução/Divulgação/Ambipar

A empresa ficou mais conhecida do grande público em 2021, quando passou a fazer publicidade com maior intensidade, inclusive na TV, e escalou a supermodelo Gisele Bündchen como sua embaixadora. A estrela, conhecida por defender causas ambientais, foi apresentada na época também como uma acionista da companhia, mas o percentual de sua participação não foi revelado.

Além de fazer publicidade para a Ambipar, Gisele aceitou o convite da diretoria para integrar o Comitê de Sustentabilidade da companhia, do qual já não faz mais parte.

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O grupo, que reúne mais de 280 empresas, afirma pagar cerca de R$ 500 milhões em tributos ao ano e gerar 23 mil empregos diretos. A Ambipar cresceu a reboque da definição e da expansão de metas de sustentabilidade, descarbonização e redução de impacto de outras companhias, oferecendo a elas soluções combinadas de serviços em todas essas frentes, da prevenção à remediação.

Embora vista há pouco tempo como uma multinacional brasileira promissora, a companhia teve de recorrer recentemente à proteção judicial depois que o Deutsche Bank fez cobrança de garantias vinculadas a um empréstimo de US$ 35 milhões contratado em setembro e que poderia, segundo a companhia, funcionar como gatilho para a antecipação de até R$ 10 bilhões em débitos com instituições financeiras. Anteontem, pediu recuperação judicial somando dívidas de R$ 10,48 bilhões,

Uma das unidades da Ambipar — Foto: Reprodução / Ambipar
Uma das unidades da Ambipar — Foto: Reprodução / Ambipar

No ano, as ações da Ambipar acumulam perda de nada menos que 96,8%. Só ontem, os papéis caíram 29% e estão cotados a R$ 0,41. No mercado, um dos principais questionamentos em torno da situação da Ambipar é o fato de que a companhia registrava um caixa no valor de R$ 4,7 bilhões ao fim do segundo trimestre.

Um dos braços de atuação da Ambipar, a Ambipar Emergency Response, pediu, na segunda-feira, ingresso no Chapter 11 — equivalente nos EUA à recuperação judicial no Brasil — na divisão da Corte de Falências dos EUA no Texas.

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A companhia contratou a BR Partners como assessora financeira. E, às vésperas do pedido de recuperação, passou a contar com o auxílio da Alvarez & Marsal, como antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim. A consultoria especializada em reestruturação, que passou por casos emblemáticos como os da Varig e da Casa&Video, vai fazer um pente-fino nos processos da Ambipar.

Na petição entregue à Justiça, a Ambipar pede que seja mantida a proteção contra execuções e que fornecedores fiquem impedidos de interromper contratos com a companhia. Há destaque sobretudo a empresas que fazem leasing de equipamentos, sem os quais não seria viável manter as operações.

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O documento pede que o grupo não seja excluído de participar de licitações públicas e privadas para contratação de serviços dentro de suas atividades, como gestão de resíduos e remediação de acidentes. Garante que as operações seguirão normalmente e que não há planos de demissão de funcionários, que receberão salários regularmente.

A petição cita a cobrança do Deutsche Bank como gatilho, após mudanças nos contratos “desastrosos” de derivativos (com valor atrelado a um ativo, usados para gestão de risco). De acordo com o documento, estes contratos “transformaram instrumentos originalmente concebidos para proteger contra a variação cambial em contratos de derivativos especulativos (ou tóxicos)”. E acrescenta que o banco passou a exigir depósitos de segurança de forma “jamais prevista”.

No documento, a empresa diz que o “pânico que se alastrou no mercado financeiro nos dias que antecederam o ajuizamento da medida cautelar, com declarações de vencimento antecipado de diversas operações financeiras” contribuíram para a crise.

Para liberar o empréstimo com o Deutsche Bank, a Ambipar firmou contratos de derivativos com o banco para proteger as empresas do grupo de variações cambiais. Caso fosse preciso pagar ao banco valores devido a mudanças no câmbio, isso seria feito por meio de títulos emitidos pela Ambipar Lux, os green bonds.

A companhia argumenta, contudo, que o Deutsche Bank teria cobrado garantias adicionais, incluindo eventuais desvalorizações dos green bonds. Os aditivos, segundo a Ambipar, teriam reduzido sua proteção, resultando em prejuízos de R$ 165 milhões.

Caso foi parar na polícia

Esses contratos com o Deutsche Bank e o nome do executivo apontado pela Ambipar como responsável pelas negociações — João Arruda, ex-diretor financeiro — estão no centro da crise. Na última semana a Ambipar deu início a uma investigação criminal junto à Polícia Civil de São Paulo para investigar supostas irregularidades de Arruda.

A Ambipar argumenta que um primeiro contrato de derivativos foi assinado com o Bank of America, instituição onde Arruda atuou por 15 anos. Depois, quando o executivo já trabalhava no grupo de gestão ambiental, o contrato foi migrado para o Deutsche Bank.

Foi acordado com o banco alemão, em agosto, novo contrato de derivativos e o de empréstimo. Nenhum desses procedimentos, afirma a Ambipar, teria passado pelo Conselho de Administração, sustentam petições dos escritórios Salomão Advogados e Galdino Advogados.

Bancos credores da Ambipar, além do Deutsche Bank, ABC Brasil, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Sumitomo Tsui Brasileiro e Itaú recorreram à Justiça pedindo a suspensão da medida que antecipou a proteção da companhia contra execuções. Os green bonds, emitidos para levantar recursos no exterior, diz a petição, estão sendo negociados com desconto de 87%.

A petição traz a afirmação de que a companhia “foi vítima de ataque orquestrado, capitaneado por short sellers”, em referência a investidores que lucram com a queda de preço de um ativo.

E que, após um mês de “ataques especulativos sobre os green bonds”, em 18 de setembro, uma quinta-feira, Arruda convocou videoconferência com detentores dos papéis no exterior para a segunda-feira seguinte, quando explicaria a queda de preço e o aditivo assinado com o Deutsche Bank.

Defesa de executivo nega acusações

No dia 19, porém, diz a petição, Arruda renunciou ao cargo, informou seu desligamento ao conselho por e-mail e sem aviso prévio. Isso cancelou a reunião, o que teria contribuído para “disseminar pânico no mercado”.

A defesa de Joao Arruda nega as acusações, que sustenta serem feitas sem fatos nem documentos oficiais. Afirma que o executivo não assinou a cessão de contrato do Bank of América para o Deutsche Bank tampouco o aditivo firmado depois. Nega que ele tenha convocado reunião com investidores. E diz que medidas cabíveis serão adotadas.

Discussão sobre o foro do processo

Também o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com a mesma requisição, acrescentando questionamento ao foro do processo. É que a sede da Ambipar fica em Nova Odessa, em São Paulo. O processo, porém, foi iniciado na capital fluminense, sob o argumento de ser o endereço que responde pela maior fatia do resultado da companhia.

De acordo com o pedido de recuperação judicial, o lucro registrado pela Ambipar nos últimos 12 meses na cidade do Rio é quase oito vezes maior que o registrado na capital paulista. Em faturamento, foram mais de R$ 300 milhões no Rio, contra R$ 70 milhões em São Paulo e a R$ 1,67 milhão em Nova Odessa.

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