“Sinto que não te conheço/ Você toma todo o meu tempo/ Os dias são longos, e a noite vai te manter longe/ Porque o sol não brilha.” Com essas palavras de “Hello”, o Oasis voltou aos palcos após 16 anos de ausência. E, a julgar pela reação dos 70 mil fãs que lotaram o campo e as arquibancadas do Estádio Principality, em Cardiff, embora essa década e meia tenha sido uma longa noite, ao contrário do que dizem os versos escolhidos para a abertura, o sol voltou a brilhar.

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Foi o primeiro show desde 22 de agosto de 2009, quando a banda liderada pelos irmãos Noel e Liam Gallagher fez sua última apresentação no V Festival, em Stafford, na Inglaterra. A briga sem reconciliação à vista entre os irmãos obrigou o cancelamento de dois shows previstos para aqueles dias. Cinco dias depois, Noel anunciou que estava deixando o grupo, selando o destino da banda. A revanche chegou em 27 de agosto de 2024, quando, após anos de rumores e insinuações, eles finalmente confirmaram o retorno — que se concretizou nesta sexta-feira (4), no sul do País de Gales.

Apesar de terem se passado mais de quinze anos, a banda manteve seus trejeitos característicos, sem tentar se alinhar às tendências atuais dos grandes espetáculos. Na verdade, talvez fosse até contraproducente ver um Liam que não estivesse em sua posição clássica: nariz colado ao microfone, braços estendidos e mãos cruzadas nas costas. Ou um Noel sem sua habitual economia de movimentos.

Os irmãos Liam e Noel Gallagher se apresentam no País de Gales após 16 anos separados — Foto: AFP

A cenografia também seguiu essa mesma lógica: sóbria, com um telão gigante no fundo e nas laterais do palco, dividido em três ou cinco partes, conforme a sequência que se queria exibir, intercalando com closes dos músicos.

Um dos gestos mais eloquentes do show veio de Liam, acalmando os fãs que achavam que o grande projeto Oasis Live 25 poderia naufragar antes mesmo de começar. Não foi o caso. O irmão mais novo ergueu o braço de Noel enquanto os dois saudavam o público.

Oasis, sem dúvida, é uma banda que sempre disse mais com as músicas do que com pirotecnias de palco. Continua sendo assim. O repertório deste retorno incluiu 23 canções: 19 previstas no setlist e outras quatro no bis. Como se esperava, o final foi à prova de falhas, com clássicos como “The masterplan”, “Don’t look back in anger”, “Wonderwall” e “Champagne Supernova”.

Neste sábado (5), haverá uma nova apresentação no mesmo estádio. Até agora, a turnê conta com 19 datas apenas no Reino Unido e na Irlanda (o Estádio Wembley, em Londres, tem onze shows agendados até 3 de agosto). O passo seguinte será a América do Norte, com apresentações no Canadá, nos Estados Unidos e no México. Depois, eles cruzarão o Pacífico rumo à Austrália.

Quando essa etapa da turnê terminar, a banda seguirá para a América do Sul, com cinco shows marcados. Buenos Aires será a primeira parada, com duas datas já confirmadas. Depois, haverá um show no Chile e outros dois no Brasil.

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