O Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, ainda não abriu nesta terça-feira em razão de derramamento de óleo na pista. A previsão de abertura do terminal é 17h. Dezenas de voos foram cancelados e desviados para outros terminais. Segundo o engenheiro Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de riscos, “a segurança da aviação e dos aeroportos depende da integridade da pista de pouso e decolagem”.
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— Obviamente uma aeronave, quando chega a fazer sua aproximação e pretende fazer o pouso, tem aquele momento do touchdown. Isso é o toque em que a aeronave com toda aquela energia que a faz voar precisa transferir essa energia e segurança para o terreno na pista. E esse toque impõe muitos esforços tanto aos pneus quanto todo o sistema de suspensão da aeronave para poder transferir essa energia. Se houver ali qualquer tipo de obstáculo, sujeira, furo, buraco e principalmente óleo, você pode ter uma chance enorme de ter uma derrapagem, de sair da pista, não conseguir controlar ou fazer a frenagem conforme previsto.
De acordo com Portela, o risco é maior principalmente nos aeroportos que têm uma limitação de comprimento de pista.
— Isso pode ser ainda mais agravado. Nesse sentido, é muito importante a prevenção de quando se fizer a manutenção para que não fique nenhum debris (destroço), nenhuma sujeira, nenhum objeto indevido na pista. E imagine o derrame de óleo ou de qualquer outro material sobre a pista é um risco enorme para a aviação.
O engenheiro explica que é preciso tomar todos esses cuidados durante as fases de manutenção.
— Se houve uma falha, se acontecer o derrame, não tem jeito, é preciso fazer a limpeza, recuperar a integridade da pista para que ela seja reaberta para pousos e decolagens.
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As operações estão previstas para 17h desta terça-feira, segundo a previsão da Infraero. De acordo com a Infraero, o incidente ocorreu durante uma manutenção preventiva noturna, quando não há movimentação de aeronaves.
A limpeza da pista para a liberação da área, usada tanto na aterrissagem, para a frenagem das aeronaves, quanto no momento da decolagem, segue sendo realizada. Os passageiros foram orientados a aguardar ou remarcar seus voos.
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Segundo a Infraero, o Santos Dumont recebe 30 mil pessoas por dia, entre turistas e executivos, ligando o Rio aos principais destinos do país. A pista principal, onde o óleo foi derramado, tem 1.323 metros de comprimento, por 42 metros de largura.
Entre janeiro e maio deste ano, o SDU foi o décimo aeroporto mais movimentado do país, com 2,4 milhões de passageiros, em ranking liderado por Guarulhos (11,6 milhões). O Galeão foi o sexto, com 4,4 milhões de passageiros.
Por causa do fechamento do Santos Dumont, passageiros enfrentaram um dia de caos. Muitos dos que lotam o saguão se queixam de falta de informações. Um deles é o deputado federal Chico Alencar (PSol). embarcaria para Brasília às 6h05 e já estava no avião quando o comandante informou sobre o vazamento de óleo na pista. A informação foi de que a decolagem ocorreria em 15 minutos. Horas depois, ele seguia aguardando:
— Vários voos sendo cancelados, mas o nosso continua mantido com esse atraso já de horas. E a gente sem uma informação precisa, foi um oleoduto que abriu na pista, não tem equipe suficiente para fazer a limpeza, o que era rápido revelou-se demorado e complicado. Direito à informação é o básico. A companhia pode estar mal informada pela concessionária do aeroporto e isso é uma situação que, sobretudo, afeta os passageiros, os clientes, os consumidores.
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Outro passageiro impactado foi Lohran de Oliveira, de 35 anos, que trabalha com construção civil. Ele tinha voo marcado para 8h50 com destino a Brasília, onde deveria supervisionar a construção de uma pista de skate em um parque municipal, com entrega prevista até o final de novembro. O atraso do voo comprometeu seu cronograma de trabalho.
— Pelo menos foi algo generalizado, e todos lá já sabem o que aconteceu, mas isso afeta nosso trabalho diretamente — lamentou Lohran.
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Entre os passageiros afetados, também estava o engenheiro Marcelo Gomes. Convidado a embarcar às 6h20, ele e os demais passageiros aguardaram até as 8h, quando foram orientados a desembarcar devido ao cancelamento do voo. O embarque foi remarcado inicialmente para 10h40, mas também não ocorreu:
— Esta semana eu precisava estar em São Paulo até as 10h. Isso gera impactos não só para minha empresa, mas para o país, já que trabalho em uma multinacional que gera empregos. Falta que a Infraero esteja preparada para incidentes deste nível e que as companhias tenham condições de lidar com situações assim — disse.
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