O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu nesta quarta-feira o fim dos “ataques” contra a flotilha que se dirige à Faixa de Gaza, solicitando uma investigação “independente”. A flotilha, que zarpou no início do mês de Barcelona, já havia denunciado os ataques com drones frente à Tunísia.
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“Deve ser realizada uma investigação independente, imparcial e exaustiva sobre os ataques e o assédio que foram denunciados”, declarou um porta-voz do Alto Comissariado, Thameen Al Kheetan, enquanto os ativistas pró palestinos da frota afirmam ter sido alvo de “explosões e múltiplos drones” frente à Grécia. “Estes ataques devem cessar e os responsáveis destas violações devem prestar contas”, acrescentou.
“Os ataques e as ameaças contra aqueles que tentam ajuda e apoiar as centenas de milhares de pessoas em Gaza que sofrem de fome e desnutrição desafiam qualquer compreensão”, afirmou Al Kheetan.
Entre os membros da frota estão ativistas pró-palestina, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg e o ativista brasileiro Thiago Ávila. As embarcações têm a intenção de chegar à Gaza para fornecer ajuda humanitária e “romper o bloqueio israelense”, depois de duas tentativas bloqueadas por Israel em junho e julho.
Israel afirmou na segunda-feira que não permitiria que as embarcações chegassem em Gaza, que se encontra em situação de guerra, propondo-lhes atracar em Ashkelon, mais ao norte deste território.
Os ativistas denunciaram, nesta quarta-feira, terem sido atacados por múltiplos drones perto da costa da Grécia. O grupo relatou explosões e bloqueio de comunicações em vários barcos, mas afirmou que não houve vítimas nem danos. A flotilha, formada por 51 embarcações, partiu de Barcelona com o objetivo de romper o bloqueio imposto por Israel e entregar ajuda humanitária a Gaza.
“Múltiplos drones, objetos não identificados lançados, comunicações bloqueadas e explosões ouvidas a partir de vários barcos”, informou o coletivo Global Sumud em comunicado. “No momento, estamos testemunhando em primeira mão essas operações psicológicas, mas não nos intimidarão”.
O grupo já havia denunciado ataques semelhantes em 9 de setembro, perto da Tunísia. Nesta semana, Israel reafirmou que não permitirá a chegada da flotilha ao enclave palestino.
A ativista alemã de origem curda Yasemin Acar publicou um vídeo relatando que cinco barcos foram atingidos. — Só levamos ajuda humanitária. Não temos armas, não representamos ameaça alguma. É Israel quem mata milhares de pessoas e submete toda uma população à fome — declarou.
A ONU declarou em agosto estado de fome em Gaza, devastada pela guerra entre Israel e o Hamas e submetida a um bloqueio severo há quase dois anos, após o ataque do grupo islamista em 7 de outubro de 2023.