Parlamentares da oposição bolsonarista usaram a demissão de Cida Gonçalves do comando do Ministério das Mulheres para criticar o governo e a condução da sequência de crises enfrentadas por Lula. O afastamento da auxiliar do cargo aconteceu nesta segunda-feira após críticas ao seu desempenho e desgastes internos provocados por acusações de assédio moral e racismo.
Entre os que comentaram a saída de Cida, a deputada Caroline de Toni (PL-SP) disse, em um post no X, que o momento representava “mais um escândalo” para Lula. É o governo mais desgovernado que já vimos: escândalos, assédios, irregularidades e, sobretudo, hipocrisia”, escreveu. A parlamentar também afirmou que não bastaria “varrer a sujeira para debaixo do tapete”, questionando a realização de investigações sobre a conduta da ministra. A Comissão de Ética da Presidência chegou a receber uma denúncia que afirmava que ela teria tentado negociar a saída de uma servidora da pasta propondo verba para apoiá-la em uma candidatura, mas arquivou o processo em fevereiro deste ano.
Outro que abordou o assunto online foi o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que escreveu em um post no X que “para quem disse que petistas quando não está roubando está mentindo, tem que inserir aí mais uma modalidade criminal: o assédio”. “É o governo do amor”, ele completou.
Nikolas Ferreira (PL-MG) também comentou sobre a demissão da ministra nas redes sociais ao compartilhar um trecho em que ele a questionava, durante uma audiência na Câmara, sobre o “conceito de ser mulher” defendido pela pasta, que incluia o reconhecimento dos direitos de pessoas trans. Na ocasião, o parlamentar também questionou a identidade de gênero da deputada Érika Hilton (PSOL-SP), após ela entrar em uma discussão com a também deputada Júlia Zanatta (PL-SC).
“Durante a gestão de Cida Gonçalves, além do trabalho ineficiente admitido pelo próprio governo Lula, houve denúncias de assédio e racismo de ex-servidoras contra a ministra. Sugiro que a nova gestão comece pelo básico, que é responder o que ela não conseguiu”, afirmou Nikolas no post feito após o anúncio da demissão.
O cargo de Cida foi assumido por Márcia Lopes. A nova ministra é irmã de Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula e atual secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho. Ela foi secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social no segundo mandato de Lula. Em 2010, comandou a pasta por nove meses. Dois anos depois, disputou a prefeitura de Londrina e ficou em terceiro lugar.
