O Papa Leão XIV ordenou nesta segunda-feira (13) a realização de um “ato de reparação” na Basílica de São Pedro, no Vaticano, após um homem tentar urinar no Altar da Confissão, um dos pontos mais sagrados do Cristianismo, na sexta-feira (10). O episódio, presenciado por dezenas de fiéis e turistas, gerou choque entre autoridades eclesiásticas e marca o terceiro ato de vandalismo na igreja em pouco mais de um ano e meio.
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Segundo a imprensa local, o homem, de nacionalidade kosovar, ultrapassou as barreiras que protegem o baldaquino de Bernini, abaixou as calças e tentou urinar no altar, sendo contido em segundos por agentes de segurança. Ele foi posteriormente entregue às autoridades italianas, e não se descarta que possa sofrer de algum transtorno psiquiátrico; os motivos do gesto não foram revelados.
Homem urina no altar da Basílica de São Pedro durante missa
O Vaticano confirmou que não houve danos materiais, mas destacou que, na liturgia católica, o altar simboliza Cristo, e gestos desse tipo são considerados ofensas graves. Por isso, o Papa determinou a realização de uma cerimônia de purificação antes das celebrações litúrgicas. Além disso, a ação pode constituir crime de ofensa aos sentimentos religiosos e ao patrimônio artístico.
O ato de reparação que ocorreu ontem, ao meio-dia, foi presidido pelo cardeal Mauro Gambetti. A cerimônia, simples, mas solene, incluiu a recitação do Credo, bênção da água, ladainha do perdão, aspersão e incensação do altar, finalizando com o Pai-Nosso e a bênção aos fiéis presentes.
O incidente se soma a outros casos recentes na Basílica. Em fevereiro deste ano, um romeno subiu ao altar e derrubou seis candelabros, causando danos avaliados em cerca de 30 mil euros. Em junho de 2023, um polonês se despiu no altar em protesto contra a guerra na Ucrânia, exibindo slogans nas costas. Em ambos os casos, ritos de reparação também foram realizados pelo Vaticano.
Embora as medidas de segurança na Basílica de São Pedro já sejam rigorosas, o episódio pode levar a reforços adicionais. O Papa expressou “profunda preocupação” com o incidente e conclamou os fiéis a rezarem pelo respeito aos locais sagrados e pela proteção da fé.