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Papas africanos moldaram o cristianismo e deixaram legados como Dia dos Namorados, Domingo de Páscoa e o latim na Igreja

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maio 7, 2025
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Papa Vitor I (189 - 199) foi o 14º papa. — Foto: Reprodução / Vatican News

Durante os primeiros séculos da era cristã, o Norte da África foi um dos mais importantes centros de formação do cristianismo. A região, hoje majoritariamente muçulmana, foi o berço de três papas — Vítor I, Milcíades e Gelásio I — que deixaram um legado que ainda ecoa na Igreja Católica até hoje.

Os três pontífices exerceram seus mandatos entre os séculos II e V, em um período em que o cristianismo ainda enfrentava perseguições do Império Romano. À época, o domínio imperial incluía as áreas da atual Tunísia, nordeste da Argélia e parte da Líbia.

— O Norte da África era o Cinturão Bíblico do cristianismo antigo — contou o professor Christopher Bellitto, historiador da Universidade Kean, nos Estados Unidos, em entrevista à BBC.

Conteúdo:

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  • Vítor I: o Domingo de Páscoa e o latim na Igreja
  • Milcíades: primeiro Papa com residência oficial
  • Gelásio I: instituiu o Dia dos Namorados
  • Como eram os papas da África?
      • Papas africanos moldaram o cristianismo e deixaram legados como Dia dos Namorados, Domingo de Páscoa e o latim na Igreja

Vítor I: o Domingo de Páscoa e o latim na Igreja

Papa Vitor I (189 – 199) foi o 14º papa. — Foto: Reprodução / Vatican News

No comando da Igreja Católica entre os anos 189 e 199, o Papa Vítor I, de provável origem berbere, enfrentou uma questão controversa: a data da celebração da Páscoa. Cristãos do Oriente celebravam a data conforme o calendário judaico, enquanto os do Ocidente defendiam o domingo como o dia da ressurreição de Cristo.

Victor I, segundo a BBC, convocou o primeiro Sínodo Romano — uma reunião de líderes da Igreja — para resolver o impasse e ameaçou excomungar os bispos que se recusassem a cumprir seus desejos.

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— Ele foi uma voz bastante forte para colocar todos literalmente na mesma página — declarou Bellitto. — Ele era o bispo de Roma quando o cristianismo era ilegal no Império Romano.

Outro marco de seu papado foi a introdução do latim como língua comum da Igreja Católica, substituindo o grego. O próprio Vítor escrevia e falava em latim, idioma predominante no Norte da África.

Milcíades: primeiro Papa com residência oficial

Entre 311 e 314, o Papa Milcíades governou a Igreja em um momento de transição. — Foto: Reprodução / Canção Nova
Entre 311 e 314, o Papa Milcíades governou a Igreja em um momento de transição. — Foto: Reprodução / Canção Nova

Entre 311 e 314, o Papa Milcíades governou a Igreja em um momento de transição. Na época, o cristianismo começava a ser aceito pelos imperadores romanos, tornando-se a religião oficial do Império. Para Bellitto, ainda que Milcíades não tenha sido o articulador direto das mudanças, foi beneficiado por elas.

— O Papa era o destinatário da benevolência romana e não um grande negociador — avaliou o historiador.

Milcíades, ainda segundo a BBC, foi o primeiro Papa a ter uma residência oficial, presenteada por Constantino — o mesmo imperador que lhe autorizou a construção da Basílica de Latrão, considerada “a mãe de todas as igrejas” no catolicismo e a mais antiga de Roma, na Itália.

Gelásio I: instituiu o Dia dos Namorados

Papa Gelásio I desenvolveu a Doutrina das Duas Espadas, que enfatizava os poderes separados da Igreja e do Estado — Foto: Reprodução / Vatican News
Papa Gelásio I desenvolveu a Doutrina das Duas Espadas, que enfatizava os poderes separados da Igreja e do Estado — Foto: Reprodução / Vatican News

Já no final do século V, entre 492 e 496, o Papa Gelásio I desenvolveu a Doutrina das Duas Espadas, que enfatizava os poderes separados da Igreja e do Estado. Gelásio I fez a distinção crucial de que ambos os poderes foram dados à Igreja por Deus, que então delegou o poder terreno ao Estado, tornando a Igreja, em última análise, superior.

De acordo com a BBC, Gelásio I é o único dos três papas africanos que os historiadores acreditam que não nasceu na África.

— Há uma referência a ele ter nascido na Roma Antiga. Então, não sabemos se ele [alguma vez] viveu no Norte da África, mas parece claro que ele era descendente de norte-africanos — explicou Bellitto.

Gelásio I também é lembrado por sua resposta ao Cisma Acácio — uma divisão entre as Igrejas Cristãs Oriental e Ocidental de 484 a 519. Durante esse período, o Pontífice afirmou a supremacia de Roma e do papado sobre toda a Igreja, Oriente e Ocidente, o que, segundo especialistas, foi mais longe do que qualquer um de seus antecessores.

Além disso, Gelásio foi responsável por uma das tradições mais populares do mundo: o Dia de São Valentim. A data foi instituída em 14 de fevereiro de 496 para comemorar o mártir cristão São Valentim, um padre que continuou a realizar casamentos em segredo quando eles foram proibidos pelo Imperador Cláudio II.

Os historiadores, ainda segundo a BBC, acreditam que o Dia dos Namorados tem suas raízes no festival romano de amor e fertilidade, Lupercalia, e foi uma iniciativa de Gelásio I para cristianizar as tradições pagãs.

Como eram os papas da África?

A real aparência física dos três papas africanos é um mistério, já que, segundo Bellitto, “o Império Romano não pensava em raça como pensamos hoje”.

— Não tinha nada a ver com a cor da pele. As pessoas no Império Romano não lidavam com raça, elas lidavam com etnia — disse o historiador.

A professora Philomena Mwaura, da Universidade Kenyatta, no Quênia, destaca que a África romana era muito multicultural, com grupos locais berberes e púnicos, escravos libertos e pessoas que vieram de Roma encontrados lá.

— A comunidade do Norte da África era bastante diversificada, e também era uma rota comercial para muitas pessoas que estavam envolvidas no comércio na antiguidade antiga — explicou ela, acrescentando que “em vez de se identificarem com grupos étnicos específicos, a maioria das pessoas que pertenciam a áreas dentro do Império Romano se consideravam romanas.

Desde Gelásio I, há mais de 1.500 anos, nenhum outro africano se tornou Papa. No entanto, alguns especialistas argumentam que a prevalência do islamismo no Norte da África não explica a ausência de um Papa em todo o continente por mais de 1.500 anos.

— A igreja no Norte da África foi enfraquecida por muitas forças, incluindo a queda do Império Romano e também a incursão dos muçulmanos [no Norte da África] no século VII — explica Mwaura à BBC.

Bellitto aponta que o processo de escolha do papa se tornou um “monopólio italiano” durante séculos. No entanto, ele disse que há uma grande chance de um papa da Ásia ou da África em um futuro próximo, porque os católicos no hemisfério sul superam em número os do norte. Na verdade, de acordo com a BBC, o catolicismo está se expandindo mais rapidamente na África Subsaariana hoje do que em qualquer outro lugar.

Hoje, três africanos estão na corrida para suceder o Papa Francisco: Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo, Peter Kodwo Appiah Turkson, de Gana, e Robert Sarah, da Guiné.

— Talvez, como ele continua muito forte no continente e se autossustentando, chegará o momento em que poderá haver um Papa africano — concluiu a professora.

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