Se você é torcedor do Flamengo e rolou o feed das redes sociais nas últimas horas, possivelmente se deparou com a foto de algumas criaturas bizarras comemorando com os jogadores após a goleada sobre o Juventude. Em seu perfil oficial, o clube compartilhou uma imagem com legenda em italiano, mostrando parte do elenco ao lado de um tubarão de quatro patas usando um tênis azul, uma criatura amadeirada segurando um taco de beisebol e uma versão do mascote urubu, vestindo um tênis da Adidas.
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Esses são alguns personagens do denominado “Italian brainrot” — a mais recente febre das redes sociais, na qual memes gerados por inteligência artificial ganham vida e prendem a atenção dos internautas na mesma proporção que os deixam confusos.
Seja pelos personagens aleatórios em cenários surreais, pela voz robótica e dramática que os apresentam em língua estrangeira, ou mesmo por tudo aparentar não fazer sentido algum, fato é que o “Italian Brainrot” — ou podridão cerebral italiana, em tradução literal —, tem prendido a atenção dos usuários. Mesmo se tratando de um meme, esses personagens surgem em um momento de consumo acelerado de conteúdo, onde vídeos curtos e superficiais se tornam a preferência entre os jovens — e eles chegaram com força ao Brasil.
A onda começou em janeiro deste ano, provavelmente nos Estados Unidos e, desde então, vários personagens surgiram. O sucesso foi tão grande, que alguns deles foram vistos em grandes estádios do futebol brasileiro, como o Tung Tung, Sahur — personagem indonésio que já esteve no Morumbis e no Maracanã. São Paulo e Flamengo participaram da brincadeira publicando memes com a figura no TikTok.
Segundo o site Know Your Meme, o primeiro Italian brainrot a viralizar foi o ‘Tralalelo Tralala’, publicado no TikTok em janeiro de 2025. A imagem mostrava um tubarão-branco usando um tênis da Nike, acompanhado pela narração em italiano. O criador teve sua conta deletada, e o vídeo original se perdeu — o que só aumentou as teorias por trás do meme.
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Uma criatura de madeira que segura um taco de beisebol e é descrita pela mesma voz masculina, mas em indonésio. De acordo com o narrador, ele fica parado na porta da sua casa de madrugada e te chama três vezes. Se você não responder, ele entra e pode causar problemas.
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No Brasil, o Flamengo aproveitou a viralização e criou o “Urubini Flamenguini”, uma versão brainrot do mascote do time, que foi publicada pela primeira vez há 4 dias, no perfil em inglês do clube. A narração brincava com a música em homenagem ao título mundial de 1981 — Em dezembro de 81, botou os ingleses na roda — dizia a voz em italiano.
Nesta quarta-feira, o personagem fez nova aparição. Dessa vez, o perfil principal do Flamengo compartilhou no Instagram e no X uma foto em que o mascote ‘Urubini’ celebrava a goleada de 6 a 0 sobre o Juventude, acompanhado de parte do elenco rubro-negro, de Tralalero Tralala e de Tung Tung Tung, Sahur.
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Eleita como a palavra do ano de 2024 pelo dicionário Oxford, o termo é frequentemente usado por jovens nas redes sociais para descrever a “deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa”, devido ao consumo excessivo de conteúdo trivial online.
De acordo com a Oxford, a primeira aparição de “brain rot” foi em 1854, no livro clássico de Henry David Thoreau, “Walden ou A Vida nos Bosques”, sobre viver sozinho em uma cabana na floresta. Hoje em dia, segundo a Oxford, o termo é frequentemente usado por jovens nas redes sociais para descrever a “suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa”, particularmente devido ao consumo excessivo de conteúdo trivial online.
O uso aumentou cerca de 230% no último ano. Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages, a divisão de dicionários da empresa, disse que o crescimento do termo reflete a velocidade vertiginosa das mudanças linguísticas impulsionadas pelas redes sociais.
“Com ‘brainrot’,” ele disse, “é um fenômeno em que os jovens estão deturpando as tendências linguísticas no TikTok, quase exatamente depois de terem produzido essa linguagem.”