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Pesquisa aponta que empresas de combustíveis fósseis tiveram acesso às negociações climáticas de COPs anteriores

BRCOM by BRCOM
novembro 7, 2025
in News
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Caminhão da Shell — Foto: Peter Boer/Bloomberg

Mais de cinco mil representantes de empresas de combustíveis fósseis tiveram acesso às negociações das quatro últimas conferências anuais sobre mudanças climáticas da ONU (COP). Segundo uma pesquisa divulgada pelo jornal britânico The Guardian, 5.350 lobistas que circularam entre líderes e negociadores trabalharam para 859 empresas do setor, incluindo 180 companhias de petróleo, gás e carvão, envolvidas na exploração, produção e distribuição dos recursos.

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De acordo com o jornal britânico, os representantes das empresas — que são as principais contribuintes para o aquecimento global — foram autorizados a participar das negociações desde que atuassem de forma ética e se comprometessem com políticas ambiciosas voltadas para a redução de emissões de gases do efeito estufa.

Em meio às empresas responsáveis por enviar lobistas às conferências que ocorreram entre 2021 e 2024, 90 responderam por 57% de todo o petróleo e gás produzidos no último ano. Dados disponibilizados pela Kick Big Polluters Out (KBPO) — aliança formada por ONGs que visam impedir que a indústria atrase ações climáticas globais — apontam que as corporações produziram 33,7 bilhões de barris, uma quantidade suficiente para cobrir toda a Espanha com uma camada de 1cm de óleo mineral.

Segundo o banco de dados Global Oil and Gas Exit List, as mesmas companhias lideram projetos voltados para a expansão de curto prazo da exploração de combustíveis fósseis, com cerca de 63% das propostas. Caso fossem executadas, as ações acarretariam a produção de petróleo suficiente para cobrir, com uma camada de 1cm, toda a área de sete países europeus — França, Espanha, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega.

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  • Banimento de grandes poluidores
  • Presença das petroleiras na COP30
  • Medidas de transparência
      • Pesquisa aponta que empresas de combustíveis fósseis tiveram acesso às negociações climáticas de COPs anteriores

Banimento de grandes poluidores

A descoberta reacendeu o debate sobre o possível conflito existente na presença de grandes poluidores durante as negociações climáticas. Representantes de ONGs e ativistas exigem o banimento de grandes poluidores das futuras COPs, como uma forma de impedir que o processo climático global seja “capturado” pelo mundo corporativo.

— Enquanto comunidades florestais lutam por sobrevivência, as mesmas empresas responsáveis pelo colapso climático compram credenciais e influência política para continuar expandindo seus impérios fósseis — pontuou Adilson Vieira, porta-voz da Rede de Trabalho Amazônico (GTA), ao The Guardian.

A coordenadora da Rede Ambiental Indígena, Brenna Yellowthunder, aproveitou para pontuar que os indígenas estão entre os mais vulneráveis às consequências da extração de combustíveis fósseis, enfrentando diretamente o peso de enchentes, incêndios e ondas de calor cada vez piores.

— Precisamos retirar o “à venda” da Mãe Terra e barrar a entrada de lobistas de petróleo e gás nas COPs — defendeu em entrevista ao jornal britânico.

Grandes petroleiras como Shell, BP, ExxonMobil e Chevron, enviaram 37, 36, 32 e 20 representantes, respectivamente, para participarem das conferências de Glasgow, no Reino Unido (COP26); Sharm el-Sheikh (COP27), no Egito; Dubai, Emirados Árabes Unidos (COP28) e Baku, Azerbaijão (COP29). Nos últimos cinco anos, as quatro empresas tiveram lucros combinados de mais de US$ 420 bilhões (aproximadamente R$ 2,37 trilhões).

Caminhão da Shell — Foto: Peter Boer/Bloomberg

Através da pesquisa, foi possível perceber que países mais ricos e poluentes têm fácil acesso às negociações climáticas, diferentemente dos mais vulneráveis. Ano passado, por exemplo, 1.773 lobistas de empresas de combustíveis fósseis participaram da COP29 — 70% a mais que o número total de delegados dos dez países mais afetados pelas mudanças climáticas (1.033).

Presença das petroleiras na COP30

A 30ª Conferência das Partes (COP) será realizada — pela primeira vez — no Brasil. O evento ocorre a partir de segunda-feira, entre 10 e 21 de novembro, na cidade de Belém, e traz como principal bandeira a proteção da Amazônia — a maior floresta tropical do mundo, ameaçada pela expansão da exploração de combustíveis fósseis, agropecuária e mineração.

  • O que é, quem vem e o que está em jogo: tudo o que você precisa saber sobre a COP30

As conferências anuais, organizadas pela ONU, representam um espaço para que todos os países signatários possam encontrar a melhor forma de enfrentar a crise climática. Todas as decisões tomadas no evento devem seguir o estipulado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) e o Acordo de Paris de 2015, que tem como objetivo limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

O CEO da Exxon, Darren Woods, participa de um dos eventos paralelos que antecedem a COP30, em São Paulo, nesta sexta-feira. A reunião é promovida pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos, país que se retirou do Acordo de Paris durante o governo do presidente Donald Trump, e não enviará uma delegação oficial à conferência.

Além da empresa norte-americana, a Petrobras, que já enviou ao menos 28 lobistas nas últimas reuniões, também estará presente na COP30. A empresa foi alvo de críticas após ter recebido uma licença para iniciar a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, ação que poderá comprometer a qualidade de vida de comunidades indígenas e cerca de 10% de espécies conhecidas do planeta.

Medidas de transparência

Após intensa pressão da sociedade civil, os delegados da COP passaram a divulgar publicamente os responsáveis por financiar sua participação no evento, além de confirmar se os objetivos do patrocinador estão alinhados à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

A nova regra de transparência, no entanto, não se aplica a integrantes das delegações oficiais de governos ou convidados extras.

Procurados pelo The Guardian, membros da Convenção-Quadro da ONU não se pronunciaram sobre o assunto.

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