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PF descobre que esquema de pirâmide financeira lavou dinheiro com a compra de mais de 130 imóveis no Rio

BRCOM by BRCOM
maio 1, 2025
in News
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Dólares e relógios encontrados pelos agentes durante as buscas — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Mistura de animador e missionário, Douver Torres Braga liderava esquema bilionário de pirâmide com criptomoedas​. “Eu posso e vou transformar a minha vida, eu vou ser o futuro milionário.” Com essa frase, repetida em uníssono por plateias entusiasmadas, Douver Torres Braga, de 48 anos, misturava o carisma de um animador de auditório com o fervor de um missionário. Preso em fevereiro na Suíça pela Interpol, Douver é acusado de lesar mais de 100 mil investidores, entre brasileiros e americanos, por meio de um esquema fraudulento de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas.​

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Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal do Rio de Janeiro deflagrou a Operação Fantasos, com o objetivo de seguir o rastro do dinheiro lavado por Douver e sua organização criminosa. A investigação identificou mais de 130 imóveis no Rio de Janeiro, além de carros de luxo, uma embarcação e vários relógios adquiridos com recursos ilícitos.​

No Brasil, o golpe foi aplicado, pelo menos, no Rio de Janeiro, na Bahia e em São Paulo. No Rio, a quadrilha atuava em Petrópolis, na Região Serrana. Cinquenta agentes da PF cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em Petrópolis e Angra dos Reis. A Justiça determinou o sequestro de bens e valores até o montante de R$ 1,6 bilhão, valor desviado dos investidores do esquema que prometia rentabilidade de 11% ao mês em investimentos com bitcoins.​

Dólares e relógios encontrados pelos agentes durante as buscas — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Durante a operação, agentes das agências americanas FBI (Federal Bureau of Investigation), HSI (Homeland Security Investigations) e IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation) acompanharam as buscas. Segundo a PF, o objetivo era coletar provas para reforçar a investigação, identificar outros envolvidos no esquema criminoso e recuperar bens e ativos adquiridos com os lucros dos crimes.​

Um Porsche apreendido pelos policiais — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Um Porsche apreendido pelos policiais — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Entre os veículos apreendidos pela PF estão um Porsche, um BMW e um Mercedes-Benz, este último avaliado em R$ 1 milhão. Também foi apreendida uma embarcação e quantias em dinheiro ainda não contabilizadas. Segundo a PF, Douver seria proprietário de um shopping em Itaipava, em Petrópolis, e do Feirão das Malhas, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.​

O inquérito apura os crimes de lavagem de dinheiro transnacional (com uso de criptoativos) e evasão de divisas.​

Douver é apontado como o principal articulador de um esquema fraudulento do tipo Ponzi, que prometia altos rendimentos aos investidores, mas utilizava o dinheiro de novos participantes para pagar os antigos, sustentando a pirâmide. Com o colapso do esquema, Douver criou sua própria moeda, a Tcoin. Segundo a PF, quando o investidor tentava resgatar em Bitcoin, a plataforma pagava em Tcoin, uma moeda desvalorizada. De acordo com os investigadores, 1 Bitcoin valia R$ 100, enquanto 1 Tcoin, R$ 1.​

As investigações começaram após a condenação de Douver pelo esquema fraudulento da empresa Trade Coin Club (TCC), pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). Apontado como chefe da organização criminosa pela SEC, Douver arrecadou mais de US$ 295 milhões – correspondentes à captação de mais de 82.000 unidades de Bitcoin – entre dezembro de 2016 e maio de 2018, lesando milhares de investidores ao redor do mundo. Condenado, ele retornou ao Brasil, fugindo da justiça americana.​

Segundo a PF, ao chegar ao Brasil, ele passou a aplicar o mesmo golpe, enquanto lavava ativos oriundos de operações financeiras ilícitas. Para isso, constituiu diversas empresas de fachada, registradas em nome de terceiros, além de estabelecer parcerias com empresários que ajudaram na aquisição de bens de valor.​

Douver foi preso em Genebra, na Suíça, pela Interpol, quando tentava embarcar. Ele foi extraditado para os Estados Unidos, onde permanece detido.​

O nome da operação faz alusão direta a Fantasos, figura mitológica grega que personifica os sonhos ilusórios — imagens enganosas que, embora pareçam reais, não passam de fantasia. Em suas apresentações, Douver se autodenominava um “Dreambuilder” — ou construtor de sonhos —, quando, na verdade, era o arquiteto de uma elaborada ilusão criada para enganar milhares de pessoas.​

Em suas apresentações, seja em palestras ou pelas redes sociais, Douver destacava os quatro passos do sucesso para se tornar milionário: oportunidade, momento certo, foco e o desejo de sonhar. Foi com essa história que o “Dreambuilder” iludiu e lesou milhares de pessoas num crime transnacional.

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