O Grande Prêmio do Japão foi vencido pelo holandês Max Verstappen (Red Bull), mas a corrida em Suzuka não teve as nuances necessárias para cativar os telespectadores. O assunto que mais chamou a atenção neste fim de semana na Fórmula 1 foi o acidente sofrido por Jack Doohan no treino 2, que deixou seu Alpine praticamente destruído após a sessão de sexta-feira.
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E aparentemente o australiano sofreu alguns danos físicos. Um deles foi um trauma grave na mão esquerda, lesão que ficou evidente no final da corrida de domingo, com um vídeo do cockpit que viralizou. Após o acidente, que colocou em dúvida até mesmo sua participação na corrida principal, Doohan então teve um bom desempenho no Grande Prêmio do Japão: após largar em 19º lugar, ele subiu quatro posições e terminou em 15º.
No entanto, quando o piloto de 22 anos chegou aos boxes no A525 da Alpine, ele teve algumas dificuldades para sair do carro. A câmera oficial, localizada acima das cabeças dos pilotos, capturou o momento em que Doohan não conseguiu sair do assento sozinho, precisando da ajuda de um dos engenheiros da equipe francesa e do piloto da Haas, Esteban Ocon.
Jack Doohan bate a 300 km/h durante treino da Fórmula 1 no Japão
Além disso, observa-se que o australiano nunca apoia a mão esquerda e sempre a deixa na mesma posição, também com o braço estendido e rígido. Foi o rescaldo do acidente no treino 2 na sexta-feira. Após a corrida, o australiano não deu nenhuma explicação oficial sobre o ocorrido, enquanto a equipe também não fez nenhum comentário sobre a dificuldade. Na verdade, foram os fãs da Fórmula 1 que começaram o debate nas redes sociais sobre o verdadeiro motivo pelo qual ele não conseguia sair do veículo sozinho. Os gestos de dor eram claros.
Uma vez completamente fora do carro, Doohan é visto mancando, abraçando Ocon e segurando seu braço esquerdo. A situação chamou a atenção dos fãs e da imprensa, incluindo a australiana. O site de notícias oceânicas News.com intitula uma história com “O grande segredo de Doohan” e avisa: “Doohan fez o possível para esconder o problema durante todo o fim de semana, mas o vídeo levantou preocupações de que ele nunca deveria ter sido autorizado a competir”.
Nesse contexto, o nome do argentino Franco Colapinto reaparece como seu substituto, caso ele fique fisicamente impossibilitado de competir no próximo Grande Prêmio, que será realizado entre 10 e 12 de abril, no Bahrein.
O que diz o protocolo médico
Um ponto a ter em mente é que os regulamentos da FIA estabelecem que os pilotos devem ser capazes de sair do carro por conta própria em até sete segundos, uma recomendação baseada na prevenção de grandes danos em um acidente sério. Neste caso, Doohan levou mais de 20 minutos. Além disso, para competir na Fórmula 1, os pilotos devem atender a certos requisitos médicos, também estabelecidos pela FIA, por meio do Código Desportivo Internacional (ISC) e do Apêndice L – Capítulo II, que trata da aptidão física.
São avaliados parâmetros como frequência cardíaca em repouso e durante exercício, pressão arterial, capacidade pulmonar, reflexos neuromusculares, força e resistência física geral, além de exame médico após um acidente na pista.
Quando um piloto sofre um acidente, entram em ação a Equipe Médica de Resgate do circuito e o protocolo da FIA chamado “Avaliação e Gestão de Acidentes”. Raios-X ou tomografias computadorizadas também são realizados se houver suspeita de fratura ou concussão. No último caso, não é obrigatório, então se Doohan sentia uma dor intensa, ela ficava bem escondida.
Agora, o que acontece se um piloto esconde um problema de saúde? Isso tem consequências. Uma delas é perder sua carteira internacional temporária ou permanentemente. Outra é ser excluído de um evento ou campeonato. Você também poderá ser multado ou disciplinado (incluindo suspensão). A FIA promove uma cultura de segurança e transparência médica.
Portanto, se um piloto relatar voluntariamente sua condição, o tratamento e a recuperação subsequente serão priorizados para retornar às corridas em condições ideais, sem punição.