A derrota do Flamengo para o Bahia no último domingo, que custou a liderança do Brasileirão, começou a ser desenhada com a expulsão de Danilo com apenas 12 minutos de bola rolando. Em contra-ataque do adversário, o zagueiro atingiu o rosto do atacante Tiago com o pé e levou cartão vermelho direto. O tricolor aproveitou a vantagem numérica na Fonte Nova — Wallace Yan ainda foi expulso no segundo tempo — e venceu por 1 a 0.
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O defensor deixou a Juventus no início de janeiro e voltou ao futebol brasileiro após mais de uma década para incrementar ainda mais o setor defensivo rubro-negro. Porém, apesar de uma primeira metade de temporada empolgante e do papel de líder adquirido rapidamente entre os companheiros e o mais jovens, ainda faltam atuações memoráveis e os últimos meses vêm fazendo sua passagem ser marcada por irregularidade e dificuldade em engrenar sequência.
— Quero me retratar perante meus companheiros e a torcida do Flamengo. Obviamente, uma expulsão tão cedo condiciona muito a partida e coloca meus companheiros numa situação complicada. Tentei argumentar com o árbitro. Na minha concepção, não peguei no rosto do rapaz. É um lance que provavelmente deveria ter abordado de maneira diferente para não me colocar numa situação de ter sido interpretado dessa forma — admitiu Danilo após o jogo de domingo.
O jogador de 34 anos tem três gols e uma assistência em 23 jogos feitos até o momento, 17 deles como titular). O início de sua passagem foi animadora, já que a equipe sequer sofreu gols enquanto ele estava em campo nas primeiras oito partidas. Tal desempenho o credenciava a disputar vaga com Léo Ortiz e Léo Pereira, e Carlo Ancelotti até o incluiu em sua primeira convocação na seleção brasileira.
Ao mesmo tempo, as lesões musculares vêm sendo uma constante para Danilo: foram três na coxa direita, a última delas em julho. Isso impede que ele se torne uma peça confiável fisicamente para Filipe Luís, e também sobrecarrega um setor que vive com cobertor curto e só tem dois jogadores atuando com frequência. No domingo, Cleiton teve de entrar em campo sem ritmo de jogo.
Danilo é apenas o 22º atleta do elenco com mais participações em jogos no ano. Jorginho, que chegou do futebol europeu em junho para a disputa da Copa do Mundo de Clubes, já atuou em 19, apenas quatro a menos. Em minutos, eles também não diferem muito: 1.574 minutos contra 1.484, segundo o site “oGol”.
Por sinal, desde o Mundial, torneio em que Danilo esteve em destaque ao marcar um dos gols da vitória por 3 a 1 sobre o Chelsea, ele atuou em apenas oito jogos, sete pelo Brasileirão e um pela Libertadores. Destes, cinco foram como titular, totalizando 437 minutos, também de acordo com “oGol”.
Para piorar, na vitória contra o Corinthians, em São Paulo, recebeu seu primeiro cartão amarelo na temporada. Em Salvador, o primeiro vermelho. Nestes jogos, foi punido em lances nos quais a equipe estava em linha alta e ele não conseguiria conter a transição adversária.
Danilo se torna desfalque para o clássico contra o Botafogo, no Nilton Santos, no próximo dia 15. Léo Pereira voltará de suspensão para este jogo. O veterano voltará a estar à disposição no jogo decisivo contra o Palmeiras, no dia 19.