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Polícia de São Paulo apreende 1,8 mil lacres de bebidas nacionais e importadas em endereço no Campo Limpo

BRCOM by BRCOM
outubro 2, 2025
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Marcelo Lombardi, 45 anos, morreu após ingerir bebida alcoólica contaminada com metanol; estado teve mais dois óbitos — Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil de São Paulo investiga dois irmãos suspeitos de adulterar bebidas alcoólicas no Campo Limpo, na Zona Sul da capital paulista. Após denúncia anônima, agentes foram a um endereço onde encontraram 1,8 mil lacres e rótulos de uísque de marcas nacionais e importadas. Um dos investigados, de 52 anos, já havia sido indiciado em 2022 pelo crime de por falsificação de bebidas.

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a suspeita é que os irmãos substituíam o conteúdo de garrafas importadas por líquidos de bebidas mais baratas ou produzidas de forma artesanal, adicionando depois tampas e lacres falsificados. Os produtos eram vendidos como se fossem originais.

O caso foi registrado no 37º Distrito Policial (Campo Limpo) como falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de bebidas. A polícia não informou se foi identificado metanol nas garrafas apreendidas. O material recolhido será periciado.

Até agora, equipes do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), que concentra as investigações sobre a onda de intoxicação por metanol no estado, apreenderam mais de 800 garrafas de bebidas alcoólicas durante fiscalizações realizadas entre os dias 29 e 30. Os produtos, segundo a polícia, foram encaminhados para análise no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica. Os responsáveis pelos locais prestaram esclarecimentos na sede do departamento.

Em Mogi das Cruzes, a Polícia Civil apreendeu 80 garrafas de bebidas com indícios de adulteração e falsificação em uma adega. Os proprietários do local são investigados. Em Americana, uma ação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) resultou em duas pessoas detidas e mais de 17,7 mil bebidas apreendidas.

Nesta quarta-feira, 1°, foram apreendidas 128 mil garrafas de vodca lacradas em Barueri, na região metropolitana, que aguardam apresentação de documentação.

De acordo com o governo do estado, São Paulo registrou ao menos seis mortes suspeitas por intoxicação por metanol até esta quarta-feira (1º), sendo uma morte confirmada e cinco em investigação. Ao todo, há pelo menos 37 casos suspeitos no estado, com dez confirmados e outros 27 em sendo apurados. A maior parte das mortes ocorreu em São Bernardo do Campo, na região metropolitana, que confirma quatro dos seis óbitos na cidade.

Marcelo Lombardi, 45 anos, morreu após ingerir bebida alcoólica contaminada com metanol; estado teve mais dois óbitos — Foto: Reprodução/TV Globo

O advogado Marcelo Macedo Lombardi, de 45 anos, morreu no último domingo (28) em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, após ingerir bebida alcoólica. Ele morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória e falência de múltiplos órgãos e, no atestado de óbito, a causa da morte foi intoxicação por metanol. Em entrevista à TV Globo, a irmã e sócia do advogado, Fernanda Lombardi, contou que como foi tudo muito rápido, a família não conseguiu saber detalhes de como ou onde ele ingeriu a bebida.

— Quando foi diagnosticada a intoxicação por metanol, ele já estava desorientado. E não tivemos como saber nenhuma informação dele. Logo cedo, no sábado, ele acordou e estava sem a visão. Ele só estava vendo um clarão. Foi levado para o hospital com a esposa e a minha mãe. Só que o quadro foi se agravando gradativamente — declarou.

Rafael dos Anjos foi internado após consumir bebida com metanol — Foto: Reprodução
Rafael dos Anjos foi internado após consumir bebida com metanol — Foto: Reprodução

Um dos casos mais graves é o de Rafael dos Anjos Martins Silva, de 26 anos, que deu entrada no Hospital Geral do Grajaú (HGG) no dia 1° de setembro. De acordo com Boletim de Ocorrência, Silva teria ingerido uma quantidade maior de gin, comprado no estabelecimento, na madrugada do dia 31 de agosto. Ele está em coma.

Na manhã após Rafael e amigos ingerirem a bebida, ele teria vomitado e relatado dores abdominais. Na madrugada do dia 1° de setembro, o quadro se agravou e ele seguiu para o HGG. “A vítima começou a gritar que estava cego e que o seu genitor levou ao HGG junto com a mãe de Rafael”, diz o BO.

— Ele teve uma perda de visão, a parte funcional de rim e do fígado. Mas, para além da adega, que nós recolhemos materiais e aguardamos agora o resultado da perícia, também vamos investigar onde o Rafael andou antes de ingerir esse gin. O que ele consumiu antes? Porque os amigos dele não ficaram tão mal, ficaram com aquela ressaca — acrescentou o delegado Carlos Alberto Achoa Mezher, titular do 48° DP (Dutra), nesta segunda-feira.

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  • Diogo Marques e Karolaine dos Santos
      • Polícia de São Paulo apreende 1,8 mil lacres de bebidas nacionais e importadas em endereço no Campo Limpo

Diogo Marques e Karolaine dos Santos

Na noite de sábado, 30 de agosto, Karolaine dos Santos, de 27 anos, se encontrou com quatro amigos, incluindo Rafael, na região da Cidade Dutra, na Zona Sul de São Paulo. O grupo comprou duas garrafas de gin, gelos de coco e energéticos e foi beber na casa de um deles. No dia seguinte, começaram a passar mal e todos tiveram que ser internados.

— No domingo, eu acordei sentindo muita dor de cabeça, muita tontura e a sensação é de que eu ainda estava bêbada. Depois começa a dar uma moleza, falta de ar, a gente fica meio ofegante — contou Karolaine ao GLOBO.

Ela lembra que estranhou a reação, pois estava acostumada a beber o gin, da marca Tanqueray, e que por ser uma bebida de qualidade não imaginava essa reação. Mas a preocupação aumentou quando ela ficou sabendo que os amigos Rafael e Natalia Gama estavam tendo sintomas ainda mais fortes. Naquele mesmo dia, mais tarde, Rafael começou a perder a visão.

Tanto Rafael quanto Natália passaram por exames que acusaram a presença de metanol no sangue. Na segunda a noite, Karolaine e os outros dois amigos que haviam bebido no sábado foram ao hospital, e o resultado foi o mesmo para todos: eles haviam ingerido metanol. Enquanto Natália e Rafael foram para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), os outros três ficaram internados em observação, por três dias, e foram medicados até que voltassem a se sentir bem.

Também desse grupo de amigos, Diogo Marques relatou cegueira temporária. Em entrevista ao Fantástico, ele contou ter ficado internado durante três dias. O grupo registrou um boletim de ocorrência no 48º DP, da Cidade Dutra, e a Polícia Civil investiga o caso.

Radharani Domingos, internada por suspeita de intoxicação por metanol — Foto: Reprodução
Radharani Domingos, internada por suspeita de intoxicação por metanol — Foto: Reprodução

Outro caso de paciente que segue em internação é o da designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos. Ela saiu para comemorar um aniversário em um bar nos Jardins, área nobre de São Paulo, no último dia 19. Lá, tomou três caipirinhas feitas com vodca. No dia seguinte, os sintomas não eram de uma ressaca comum: ela sentiu a visão turva, muito enjoo e problemas para lembrar informações básicas sobre si mesma. Na noite daquele sábado, ela foi internada, intubada, e desde então está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) — e está cega.

Outra vítima foi identificada como Wesley Neves Pereira, de 31 anos. Ele está internado desde 24 de agosto, quando entrou em coma depois de beber uísque com amigos na Zona Sul da capital paulista. O homem perdeu a visão.

— Ele teve uma pneumonia por broncoespasmo. Depois, um rim dele parou de funcionar e, quando os médicos diminuíram a sedação dele para ele voltar, ele sofreu um AVC — conta Sheilene Pereira Neves, irmã do Wesley, à TV Globo.

Wesley Pereira — Foto: Reprodução
Wesley Pereira — Foto: Reprodução

O nome das vítimas mortas em Pernambuco não foi divulgado.

Em uma entrevista coletiva que contou com a participação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o titular da pasta da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o número de casos de contaminação por metanol em São Paulo no mês de setembro equivale à metade da média registrada em todo o país anualmente. Padilha classificou o panorama atual como “uma situação anormal”, que se opõe à série histórica.

— Os casos de intoxicação por metanol no Brasil costumam estar associados a pessoas em situação de rua (que adquirem como combustível) ou suicídio — disse o ministro.

O governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou no início da semana a criação de um gabinete de crise para enfrentar o problema.

— Nos inquéritos que estão abertos, em que se está chegando às pessoas que estão trabalhando para adulteração nessas destilarias clandestinas, são pessoas que não têm relação com o crime organizado e que não têm relação entre si — disse o governador.

A possibilidade de conexão com atividades do Primeiro Comando da Capital (PCC), porém, foi aventada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. No último mês, a Operação Carbono Oculto mirou a atuação da facção no setor de combustíveis em São Paulo. O metanol era justamente a substância utilizada para adulterar os produtos comercializados nos postos de gasolina sob influência da quadrilha.

— A investigação dirá se há ligação com o crime organizado e operações anteriores — pontuou Rodrigues ao anunciar a abertura de um inquérito no âmbito da PF.

— Tudo indica que há uma distribuição para além do estado de São Paulo, o que atrai a competência da PF — acrescentou Lewandowski.

Na terça-feira, 30, uma ação conjunta, que reuniu a Polícia Civil e as vigilâncias sanitárias municipal e estadual, suspendeu as atividades do bar Ministrão, no bairro nobre dos Jardins, na capital paulista. Trata-se do estabelecimento no qual a designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, esteve em uma confraternização e tomou três caipirinhas feitas com vodca para, no dia seguinte, começar a passar mal. Ainda internada em um hospital, ela perdeu a visão.

O Bar Torres, no bairro da Mooca, também foi interditado. Em nota, o estabelecimento informou que está “colaborando integralmente com todos os órgãos de fiscalização competentes. Todos os nossos produtos são adquiridos de distribuidores oficiais e parceiros de longa data, que sempre prestaram serviços de confiança e credibilidade ao longo da nossa trajetória”.

Na Zona Sul da capital, no bairro Planalto Paulista, um minimercado passou por fiscalização que resultou na apreensão e interdição de mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodca. O representante do estabelecimento foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos.

Desde segunda, seis estabelecimentos foram interditados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e dos municípios.

Diante da crise, clubes esportivos tradicionais de São Paulo suspenderam integralmente a venda de bebidas com destilados. Agremiações como o Clube Athlético Paulistano, o Clube Hebraica, o Clube Atlético São Paulo (SPAC) e o Esporte Clube Sírio anunciaram a medida de precaução na terça-feira.

“Por questão de saúde pública, está temporariamente suspensa a venda e a distribuição de bebidas alcoólicas destiladas no clube, em todos os seus concessionários. A medida visa zelar pela saúde e segurança de sócios e visitantes”, publicou o Hebraica nas redes.

No setor de alimentação e vida noturna de São Paulo, a onda de intoxicações gerou um clima de temor. Nos bastidores, os estabelecimentos demonstram preocupação geral com a segurança dos produtos e com o risco de perda de confiança dos consumidores, o que levou a uma enxurrada de comunicados públicos na internet.

“Nossos destilados são adquiridos há anos com os mesmos fornecedores, autorizado e homologados”, divulgou o bar Tiquim, na Pompeia, frisando estar “mais atento do que nunca”. “Todas as nossas bebidas alcoólicas e insumos são adquiridos exclusivamente de fabricantes ou distribuidores oficiais homologados, sempre com nota fiscal, lacrados e com selo de autenticidade”, destacou o Grupo Alife Nino (Rainha, Princesa, Boa Praça, Ninno).

Outra frente de preocupação se dá na saúde pública. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ligado à Universidade de Campinas (Unicamp), referência nesse tipo de contaminação, fez um alerta sobre o risco de faltar antídotos para o metanol. Em geral, utiliza-se etanol puro ou fomepizol (mais simples de manejar) para aplacar os efeitos da substância. Em alguns casos, os pacientes precisam passar por hemodiálise para evitar que ela fique represada no organismo.

— Pouca gente tem estoque em hospital. Muitas vezes a alternativa é utilizar uma bebida destilada por sonda até ter o antídoto. É o que recomendamos em algumas situações — explicou Fabio Bucharetti, coordenador do CIATox.

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