A Polícia Civil do Rio encontrou o corpo do turista russo Denis Kopanev, de 33 anos, desaparecido desde 9 de junho. Os restos mortais foram localizados em um vale de mata fechada na Floresta da Tijuca, região próxima ao Horto, na Zona Sul do Rio. Ao lado do corpo, havia uma bolsa marrom com pertences, entre eles um cartão de crédito em nome do turista. De acordo com a delegada Elen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), Kopanev sofreu um acidente ao sair de casa, durante a noite, e caminhar pela trilha. Há suspeita de que ele possa ter sofrido hipotermia.
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A informação sobre a localização do corpo chegou até a polícia por meio de mateiros, pessoas que desbravam a região de mata do Jardim Botânico. Eles beberam água de um riacho e, ao estranharem o gosto, decidiram seguir o trajeto da água, encontrando os restos mortais. Agentes da DDPA foram avisados sobre a presença de restos mortais no local nesta terça-feira. Por se tratar de uma área de difícil acesso, os policiais só conseguiram chegar ao local hoje e confirmar a ocorrência.
Denis chegou ao Rio em 8 de junho, após uma viagem pela Amazônia e por pontos turísticos de Minas Gerais, em mais uma de suas visitas ao Brasil, país que costumava frequentar a cada três ou quatro meses. No Rio, ele escolheu se hospedar em uma casa alugada localizada entre o Parque da Cidade, a Vista Chinesa e o Parque Municipal da Tijuca. Segundo a polícia, a área é de difícil acesso, por ser cercada de trilhas.
Um táxi disponibilizado pela casa alugada buscou Denis no Aeroporto de Jacarepaguá e o levou até a residência, com duas paradas no trajeto: uma para compra de alimentos e outra para adquirir um carregador de celular.
Por volta das 20h, Denis saiu para encontrar amigos no Leblon, na Zona Sul. Às 3h do dia 9, ele solicitou um carro de aplicativo para voltar à casa e, ao mesmo tempo, chamou um garoto de programa para encontrá-lo no local.
De acordo com a polícia, por volta das 5h, os dois iniciaram a trilha até a residência. Imagens de câmeras de segurança registraram a chegada deles ao imóvel. O homem permaneceu no local com Denis até as 15h. Em seguida, o turista solicitou um carro de aplicativo para levá-lo de volta e chamou outro garoto de programa, que ficou esperando no ponto de encontro na entrada da Vista Chinesa.
Em depoimento, esse segundo rapaz afirmou que tentou ligar diversas vezes para Denis, mas não conseguiu contato. Segundo a polícia, as chamadas não foram atendidas porque o turista estaria fazendo a trilha da casa até o ponto de encontro, em área de mata fechada. Como Denis não apareceu, ele desistiu da espera e foi embora. O turista levou cerca de 40 minutos para chegar ao local, mas, sem encontrar ninguém, retornou sozinho para a casa.
Naquele dia, ele sairia de casa novamente de casa para encontrar uma pessoa. Chegou a solicitar um carro de aplicativo às 20h30, mas cancelou a corrida. Imagens obtidas pela polícia mostram que ele deixou a residência pela última vez nesse horário, usando boné preto, roupa em tom bege e carregando uma sacola na mão direita, segundo registrou uma câmera de segurança. Desde então, não foi mais visto. Os dados telemáticos do turista se encerraram às 21h.
— Com base nisso, a investigação conclui que Denis se perdeu ao longo da trilha até a Vista Chinesa. Todas as testemunhas ouvidas confirmaram que a realização da trilha durante a noite era um convite a um acidente, a uma tragédia, já que não havia a menor visibilidade — explicou a delegada Elen Souto, titular da DDPA. Além disso, a delegada ressaltou que o uso de drogas pode ter contribuído para o acidente.
A identificação do corpo, que ainda vai ser periciado no Instituto Médico Legal, foi possível por meio de um anel medidor de dados de saúde:
— Os dados coletados por esse adorno revelam que os batimentos cardíacos de Denis cessaram na madrugada do dia 9 a 10 de junho. Os batimentos cardíacos deles foram diminuindo, o que reforça um quadro de hipotermia.
Câmera de segurança gravou turista britânico que está desaparecido no Rio saindo de casa
A viagem do turista pelo Brasil incluía ainda um deslocamento para São Paulo, onde encontraria um amigo antes de seguir para Fernando de Noronha e outras cidades do Nordeste para depois retornar a Londres, na Inglaterra.
Benone Moura, brasileiro e um dos melhores amigos de Denis, contou na época do desaparecimento que o rapaz estava em viagem pela América do Sul:
— Ele vinha mais ao Brasil do que eu, que sou brasileiro. Ele adora a nossa cultura e as paisagens — compartilhou, em junho.
