A Polícia Civil investiga um assassinato cometido nessa segunda (29) no sul do Pará. Segundo informações iniciais de moradores da região e fontes da Funai, o caso envolveria uma briga entre garimpeiros e indígenas, que estariam cobrando taxas pela extração ilegal de ouro. Em uma balsa de garimpo, Igor Matheus Lima Pereira teria sido alvo de 15 tiros de um indígena.
Como O GLOBO mostrou, a região de fronteira entre o Pará e o Mato Grosso vem sendo alvo de alta atividade de garimpos ilegais. Desde o início do ano, ao menos sete operações do Ibama tentaram combater o crime, mas os garimpeiros seguem se multiplicando entre a Terra Indígena Kayabi e o Refúgio de Vida Silvestre Rio São Benedito e Azul.
A própria Funai já confirmou que, nessa dinâmica de garimpo, existem indígenas atuando a favor do garimpo, cobrando taxas e comissões pela extração ilegal de ouro. A taxa para permitir instalação de balsas no território indígena varia entre R$ 60 mil e R$ 200 mil, mais a comissão mensal de 30% sobre o faturamento dos garimpeiros.
Na segunda, após o desentendimento entre um garimpeiro e um indígena em função dessa cobrança, aconteceu o assassinato. Um morador local, que falou com a reportagem sob anonimato, disse que o indígena saiu de sua aldeia e foi até a balsa de garimpo com sua arma. A briga terminou em 15 tiros e uma morte.
Procurada, a Polícia Civil não esclareceu as circunstâncias da morte, mas identificou a vítima como Igor Matheus Lima Pereira. O caso foi registrado por familiares na Seccional Urbana de Itaituba e será investigado pela Delegacia de Jacareacanga. A polícia disse que solicitou perícias, está ouvindo testemunhas, e pediu à justiça a prisão preventiva do suspeito.
Segundo apuração do GLOBO, o suspeito seria um indígena da etnia Munduruku. Fontes da Funai confirmaram que, segundo “dados preliminares”, a morte aconteceu após o desentendimento entre esse indígena e os garimpeiros.