A prefeitura do Rio recuou e, em nova decisão, autorizou o stand up paddle nas praias da orla. No “X”, Eduardo Paes (PSD) informou que cassará o alvará da empresa responsável por autorizar que mais de cem pessoas entrassem no mar do Leme para a prática horas depois de um anúncio de frente fria. O episódio deixou mais de 70 à deriva após serem arrastadas por uma ventania na região. Há dez meses, outras cem pessoas que contrataram a mesma empresa foram surpreendidas em episódio semelhante. A Secretaria Municipal de Esportes trabalha no desenho de uma regulamentação, que deverá ser publicada em Diário Oficial nesta terça-feira (24).
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“A Prefeitura do Rio informa que não haverá qualquer proibição para a prática de stand up paddle nas praias do Rio. A Secretaria Municipal de Esportes irá cassar o alvará do responsável pelo episódio, no último sábado, envolvendo 77 pessoas que foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros em função da não observância de aspectos básicos de segurança. Os demais professores e responsáveis pela prática deverão se ajustar às orientações e normas estabelecidas por Resolução da Secretaria Municipal de Esportes que sairá publicada no Diário Oficial do Município de amanhã”, disse o chefe do executivo municipal.
No último sábado (21), na Praia do Leme, mais de 100 praticantes de stand up paddle foram surpreendidos por fortes ventos e levados para alto mar. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) resgatou 73 pessoas que não conseguiram retornar à orla. Pelo menos oito vítimas receberam atendimento médico no local. Nesta segunda, entre os Postos 6 e 5, havia poucas pessoas fazendo stand up e nadando, devido à ventania.
Fabio Andrade, presidente da Associação de Stand Up Paddle do Rio de Janeiro, diz que, atualmente, alvarás genéricos são distribuídos aos responsáveis pelas tendas de esportes aquáticos da praia.
— Hoje, na praia, existem tendas de outras modalidades (canoa havaiana e mais) que também colocam pranchas de stand up no mar. O que acontece é que não existe uma regulamentação oficial; há uma específica para cada modalidade, como um documento de autorização para esportes aquáticos. Há 20 anos, pedimos à prefeitura uma regulamentação oficial e desde então não temos sido ouvidos. Hoje, buscar o responsável e não punir todos da mesma modalidade foi uma decisão acertada do prefeito.
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Nos grupos de responsáveis e praticantes de stand up paddle, normalmente trechos específicos da orla da Zona Sul são vistos como ideais para a prática — seja pelas ondas mais baixas ou por não oferecerem grande perigo diante de alguma alteração no vento. Andrade explica:
— Os lugares propícios para o stand up paddle são: Urca, Praia Vermelha e áreas de Copacabana. A gente sempre recomendou não ultrapassar o trecho que vai da altura da Rua Júlio de Castilhos até o Forte de Copacabana. É loucura colocar as pessoas no mar com stand up paddle com vento terral. Antes de entrar a frente fria, esse vento roda e empurra as pessoas para dentro do mar.
Há dez meses, cerca de cem pessoas que praticavam stand up paddle na Praia de Copacabana, na altura do Posto 6, na Zona Sul do Rio, foram surpreendidas por uma forte rajada de vento e derrubadas das pranchas, na manhã desta sexta-feira. Com a agitação do mar, algumas ficaram feridas ao serem lançadas em direção às pedras e tentarem sair pelo local. O Corpo de Bombeiros foi acionado para atendimento e resgate das vítimas.
Até as 8h30, sete pessoas necessitaram de atendimento da equipe médica do 3° Grupamento Marítimo de Copacabana (3° GMar), com escoriações leves. As pessoas foram socorridas pelos guarda-vidas e operadores de embarcações de resgate da corporação. Motos-aquáticas dos bombeiros foram usadas no salvamento das vítimas que caíram no mar ou que não conseguiam retornar para a orla. Alguns praticantes tentaram subir nas pedras do Forte de Copacabana, sofrendo escoriações leves pelo corpo.