O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, de 70 anos, se apresentou à penitenciária de La Santé, em Paris, na manhã desta terça-feira para cumprir uma pena de cinco anos de prisão. Ele foi condenado, em setembro, por financiamento ilegal de campanha com recursos do regime do ditador líbio Muammar Gaddafi.
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Para evitar contato com outros detentos e possíveis registros fotográficos, Sarkozy deverá ocupar uma das 15 celas de nove metros quadrados da ala de isolamento de La Santé, segundo agentes penitenciários. “Oh, bem-vindo, Sarkozy!”, “Está aqui o Sarkozy!”, gritaram alguns presos de suas celas à chegada do ex-presidente. A penitenciária, construída em 1867, fica no 14° distrito de Paris, a única dentro dos limites da cidade.
Na cela há cama, mesa, chuveiro e vaso sanitário. Um kit básico também fica à disposição, com roupas de cama, toalha, louça e papel higiênico.
No tempo em que ficar preso, Sarkozy não terá contato com outros detentos. As interações serão apenas com os agentes penitenciários. As celas têm janelas com coberturas projetadas para limitar a comunicação entre os presos.
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Ainda serão permitidos três visitas semanais, uso de telefone fixo e uma hora de passeio diário. É possível equipar a cela com televisão, desde que sejam pagos € 14 (R$ 87) por mês, segundo a Reuters. Detentos desta ala são mantidos sozinhos durante as atividades ao ar livre, por razões de segurança, explicou o representante sindical dos guardas prisionais Wilfried Fonck à agência.
A penitenciária de La Santé já recebeu outros famosos, como o criminoso venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos “El Chacal”, condenado por atentados nos anos 1970 e 1980; o ditador panamenho Manuel Noriega; o colaborador do regime nazista Maurice Papon; e o herói da independência da Argélia Ahmed Ben Bella.
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Um dos casos emblemáticos foi a prisão do poeta Guillaume Apollinaire. Ele ficou detido por uma semana, em 1911, ao ser acusado erroneamente de envolvimento no roubo da “Mona Lisa”, do Museu do Louvre.
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Os advogados do ex-presidente já pediram a libertação condicional do ex-presidente, conforme a legislação que permite o benefício a presos com mais de 70 anos no momento do encarceramento. A Justiça tem dois meses para decidir.
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“Sarko”, como é conhecido na França, é o primeiro ex-chefe de Estado francês encarcerado desde Philippe Pétain, que terminou seus dias na prisão após a Segunda Guerra Mundial por colaboração com a Alemanha nazista. Embora outros líderes europeus já tenham sido presos, Sarkozy é o primeiro de um país integrante da União Europeia.
Esta não é a primeira condenação de Sarkozy, que já usou tornozeleira eletrônica no início do ano. Ele acumula outras duas sentenças por corrupção, tráfico de influência e financiamento ilegal da campanha de 2012, além de responder a outros processos.
