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Produtora mineira promove ‘cinema de afeto’ que ultrapassa fronteiras; conheça a Filmes de Plástico

BRCOM by BRCOM
outubro 16, 2025
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Daniel Victor, Tatiana Costa e Matheus Sampaio em cena de "O último episódio", nova produção da Filmes de Plástico — Foto: Divulgação

Seleção organizada pelo GLOBO a partir dos votos de mais de 100 cineastas brasileiros elegeu no início de agosto os 50 melhores filmes nacionais do século XXI. Liderada pelos badalados “Cidade de Deus” (2002), de Fernando Meirelles, e “Ainda estou aqui” (2024), de Walter Salles, a lista contou com a presença de três filmes independentes de uma pequena produtora de Minas Gerais: a Filmes de Plástico. Fundada em 2009, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, a companhia foi representada na votação por “Marte um” (2022), de Gabriel Martins, “Temporada” (2018) e “Ela volta na quinta” (2015), ambos de André Novais Oliveira. Outros dois longas da produtora, “No coração do mundo” (2019), de Gabriel e Maurilio Martins, e “O dia que te conheci” (2023), de André Novais, também receberam um bom número de votos e quase entraram na lista final, ratificando o impacto do cinema do grupo no audiovisual nacional. Hoje, chega às telas o mais novo filme da produtora criada por Gabriel, Maurilio, André e Thiago Macêdo Correia: “O último episódio”, um exemplar do chamado coming of age (“filme de amadurecimento”).

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O novo longa é sobre um garoto de 13 anos que, tentando conquistar sua paixão platônica, diz ter uma fita com o último episódio do desenho “Caverna do Dragão”. A mentirinha vira um grande problema quando a menina pede para assistir ao episódio, obrigando o jovem a buscar a ajuda de dois amigos para tentar sair do buraco em que se meteu.

— É um filme nostálgico de um certo modo de vida, de um certo modo de olhar o mundo. Se passa em 1991, um momento em que algumas tecnologias estão chegando e estamos vivendo uma despedida de uma série de coisas mais analógicas. Hoje, com a internet, seria muito difícil para um menino mentir sobre qualquer coisa — diz Maurilio Martins. — Não é um filme autobiográfico, mas fala de um momento que vivi. Eu tinha 13 anos em 1991 e morava no Laguna (bairro da periferia de Contagem em que se passa a história).

Um dos projetos mais antigos da produtora, “O último episódio” resume bem a essência coletiva do trabalho dos fundadores. Além de diretor, Maurilio também é responsável pelo roteiro ao lado de Thiago. André faz participação como ator e a direção da segunda unidade. E Gabriel também atua e trabalha na montagem. Os quatro são produtores.

Daniel Victor, Tatiana Costa e Matheus Sampaio em cena de “O último episódio”, nova produção da Filmes de Plástico — Foto: Divulgação

— É o nosso trabalho mais coletivo e nasce da confiança que temos uns nos outros. Porque não é que foi feito todo junto. Tinha cenas que o André dirigiu sozinho. O Thiago também assumiu uma parte importante do roteiro. O Gabriel passou muito tempo na montagem. Muitas coisas foram feitas em separado. É um filme coletivo na melhor acepção do termo — aponta o diretor.

Entre longas e curtas, “O último episódio” é a 28ª produção lançada pela Filmes de Plástico em 16 anos de atuação. A companhia nasceu de encontros entre os fundadores em espaços diferentes de Contagem e Belo Horizonte, tendo Gabriel como elemento de ligação. O diretor conheceu André em curso técnico da Escola Livre de Cinema, na capital mineira, se aproximou de Thiago ao colaborar com a revista eletrônica de crítica Filmes Polvo e fez amizade com Maurilio no curso de Comunicação Social com habilitação em Cinema e Vídeo no Centro Universitário UNA — apesar do sobrenome em comum, os dois não são parentes.

— Nosso encontro foi absolutamente natural e motivado por essa fome de querer fazer e pelo amor ao cinema. Eu sou do interior de Minas, os meninos são da periferia de Contagem. Não viemos de famílias privilegiadas. Felizmente somos de uma geração que acompanhou o surgimento de inovações tecnológicas que possibilitaram que pudéssemos explorar nossas ideias — diz Thiago. — Somos um bando de cinéfilos, fazemos o que queremos fazer e gostamos de nos ver na tela.

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Maurilio lembra da escolha “sem glamour” do nome Filmes de Plástico, sugestão pensada por ele numa fila de banco, sem nenhum grande conceito por trás, diante de um ultimato de Gabriel de que eles tinham que definir um nome logo para apresentar no lançamento do primeiro curta-metragem do grupo, “Filme de sábado” (2009). Hoje, eles comemoram um nome que caiu no gosto dos cinéfilos.

— A humanidade na interação entre os personagens, pertencentes com frequência ao município de Contagem, é um elemento marcante nas realizações da produtora Filmes de Plástico — destaca Daniel Schenker, crítico de cinema do GLOBO. — Entre as características artísticas chamam atenção o registro interpretativo espontâneo, sem qualquer resquício de declamação, dos atores e o ritmo contemplativo, sintonizado com o tempo natural da vida cotidiana.

A cinefilia também foi um ponto de encontro entre o quarteto, com projetos nascendo em “conversas de mesa de bar sobre os filmes de que gostávamos”, diz André. Não por acaso, a produtora tem investido numa notável diversidade de gêneros em seus projetos. Entre dramas como “Marte um”, comédias românticas a exemplo de “O dia que te conheci” ou filmes de amadurecimento como “O último episódio”, a companhia usa diferentes gêneros cinematográficos para contar suas histórias, protagonizadas na maioria das vezes por pessoas comuns e de vidas comuns, muitas vezes ambientadas em cenários humildes, mas sem explorar a dificuldade ou a violência dessas realidades.

'Marte um', de Gabriel Martins — Foto: Divulgação
‘Marte um’, de Gabriel Martins — Foto: Divulgação

— Falam muito que fazemos um cinema de afeto. Acho que nasce de uma vontade sincera de falar dessas pessoas e lugares que conhecemos, e de um incômodo que sentíamos vendo como estes personagens eram retratados em outros filmes — diz André.

Após vários trabalhos para o cinema, a Filmes de Plástico lança em breve sua primeira série. Produzida para o Canal Brasil e criada por Gabriel Martins, “O Natal dos Silva” acompanhará, ao longo de cinco episódios de 30 minutos, a noite de Natal de uma família após a perda da matriarca, cabendo à filha mais velha, Bel (Rejane Faria), a missão de manter o núcleo unido. A obra é descrita por Thiago como “a comédia mais escrachada” da produtora. Para 2026, a companhia pretende lançar outros dois longas: “Se eu fosse vivo… vivia”, de André, descrito como um drama cotidiano com realismo fantástico e ficção científica; e “Vicentina pede desculpas”, de Gabriel, projeto em parceria com a Netflix sobre uma mulher de 75 anos que procura as famílias de vítimas de um acidente de ônibus para pedir desculpas por seu filho, o motorista que também morreu na tragédia.

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