Uma professora do ensino fundamental foi indenizada pela Justiça americana após ter sofrido uma série de episódios de violência feito pelos próprios alunos dentro de escolas na cidade de Portland, no estado de Oregon. Susan Anglada Bartley, de 46 anos, recebeu US$ 301 mil (cerca de R$ 1,69 milhão) em indenização após processar escolas públicas locais onde lecionava, que “não fizeram o suficiente para responder às acusações que ela apresentou”, segundo o diário Oregon Live.
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Susan relatava queixas como casos de alunos de uma turma de sétima série da Kellogg Middle School que gravaram suas nádegas com a câmera de um celular enquanto gritavam “sexy, sexy, sexy”, em incidente registrado por câmeras de segurança instaladas no local em julho de 2022. Na ocasião, um dos alunos flagradas no episódio de assédio contou que “só participou das brincadeiras porque foi desafiado”, pelo que ganharia US$ 5, segundo email enviado pelo diretor da escola para Susan.
Ela conta ter passado por uma série de outros episódios similares, descritos por Susan como “interações inapropriadas com alunos do sexo masculino”, entre 2021 e 2024. Em um desses episódios, um garoto da oitava série gritou com Susan dizendo que queria que ela usasse termos sexualmente explícitos para se referir a ele.
Este mesmo aluno, em outra ocasião, chegou a colocar o celular dentro das calças quando Susan pediu que ele entregasse o aparelho a ela. Alguns estudantes também tinham o costume de produzir gemidos enquanto ela escrevia no quadro, de costas para a classe.
Susan relatou também não ter sido a única a ser alvo do grupo, que também atacava outras mulheres e alunos LGBT+. Ela afirmou, no entanto, que não adiantava apenas “culpar” as crianças, mas, sim, ensinar a elas que era importante ter respeito e agir adequadamente.
“As crianças precisam aprender limites”, disse Susan, que deixaria a Kellogg Middle School em outubro do ano passado, e ainda seria atacada por pessoas do local por conta de sua decisão de tornar públicas as acusações.
Por conta dos reiterados episódios, ela mesma chegou a organizar uma paralisação de professores no local, quando espalharam pela escola cartazes onde estava escrito: “Meninas em nossa escola estão sendo sexualizadas e assediadas por meninos. Professores e outros funcionários não estão fazendo o suficiente a respeito!”.
Susan disse que tinha expectativa de mudanças após esta manifestação, mas que não ocorreu como o esperado, tendo como resposta do então diretor da unidade, Richard Smith, que ele agiria a respeito.
“Isso é inaceitável. Amanhã vou rever as filmagens e ver quem são os alunos. Entrarei em contato com os pais, definirei as expectativas e talvez intensificarei a situação, dependendo de quem forem”, disse Smith.
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No entanto, apenas alguns dos envolvidos foram penalizados, e apenas com um dia de suspensão. Smith admitiu, em depoimento, que “a escola não estabeleceu padrões sobre como os meninos deveriam passar o dia e não verificou se eles haviam aprendido com suas ações antes de retornar às aulas”.
Quando não havia consequências para os meninos, eles começavam a assediar mais as meninas”, disse Susan.
Ela contou que também percebeu que estava sendo monitorada pela escola, após receber uma “carta de repreensão” de superiores “após recomendar que os alunos escrevessem à administração sobre os grunhidos que ouviram”. Além disso, antes de deixar a escola, ela também receberia outra repreensão, uma “carta de exceção” não disciplinar, “depois de denunciar um colega de trabalho que ela acreditava estar abusando sexualmente de um aluno”, segundo o Oregon Live.