Após ter uma ideia para solucionar a fome no mundo, uma executiva de alto escalão é demitida, vira catadora de lixo e passa a acreditar que extraterrestres entram em contato em busca de seres pensantes. Esse é o fio condutor de “Choque! Procurando sinais de vida inteligente”, peça estrelada por Danielle Winits e dirigida por Gerald Thomas que estreia nesta quinta (2) no Teatro Copacabana Palace. Adaptada do aclamado espetáculo “Procurando sinais de vida inteligente no universo”, de Jane Wagner — estrelado por Lily Tomlin nos palcos em 1985 e nas telonas em 1991 —, a montagem mistura drama e humor para tratar da superficialidade do mundo atual.
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— O lixo está atormentando nossas cabeças, e ele não é mais somente físico, é metafísico, virtual, está em todo lugar. A internet, as redes sociais, as fake news, os influenciadores — enumera o diretor, que atualizou o texto de 40 anos atrás com questões urgentes, pinceladas com referências filosóficas e da cultura pop, como as obras de Andy Warhol, presentes no cenário-figurino.
Na trama, a catadora, Trudy, se desdobra em diversas personagens, que apresentam diferentes pontos de vista sobre temas como a lógica capitalista e as relações humanas.
— Ela capta sinais de pensamento de outras pessoas e toma vários choques de realidade. Cabe ao público decidir se Trudy ficou louca, ou se ficou tão sã que não consegue mais viver nesse mundo — diz Danielle.
Sua primeira parceria com Thomas, a peça também é o monólogo de estreia da atriz, e um de seus projetos mais autorais. Junto a Luciano Borges e Edson Fieschi, também por trás do sucesso “Prima facie”, de Débora Falabella, ela participou de todas as etapas da produção.
— É uma Olimpíada. Quando produzimos, a gente não dorme, apenas damos um tempo, mas é por um bem maior. Nesse segundo ato da minha vida, pós-50, é importante para mim ter o poder da escolha, do que falar, do que fazer, de com quem trabalhar — reflete a artista, que já tem um projeto de adaptação literária em mente.
Acostumada aos palcos e sets lotados dos musicais, da TV e do cinema, a artista finaliza destacando os aprendizados do primeiro solo:
— Caminhei pelas minhas incertezas e descobri novos caminhos de traduzir o que sinto. E nunca estou de fato sozinha. Monólogo é só uma palavra, o teatro é sempre coletivo.
Onde: Teatro Copacabana Palace. Quando: Qui a sáb, às 20h. Dom, às 17h. Até 2 de novembro. Estreia quinta (2). Quanto: R$ 120 (balcão) a R$ 210 (plateia vip). Classificação: 12 anos.
